Desindustrialização no Brasil: Um Alerta para o Futuro da Economia
José Rogerio de Azevedo, imagem gerada por ia.

Desindustrialização no Brasil: Um Alerta para o Futuro da Economia


A desindustrialização no Brasil é um fenômeno que tem gerado preocupação entre economistas, empresários e políticos nas últimas décadas. A participação da indústria no PIB nacional tem diminuído, evidenciando o declínio da produção manufatureira e uma crescente dependência de setores como o agronegócio e serviços. Isso levanta questões importantes sobre o futuro econômico do país.

 

O Brasil enfrenta uma desindustrialização prematura. Diferentemente do agronegócio, que cresce consistentemente há 50 anos, a indústria não tem mostrado o mesmo dinamismo. Entre 2013 e 2016, o Brasil perdeu 1,3 milhão de empregos industriais, segundo dados da Pesquisa Industrial Anual Empresa (PIA Empresa) do IBGE. No primeiro trimestre de 2023, a indústria representava apenas 11% do PIB brasileiro, uma queda significativa em comparação aos 36% registrados em 1985.

 

De acordo com a S&P Global, a produção industrial brasileira tem enfrentado um declínio acelerado, um dos mais rápidos em quase três anos. Esse cenário é resultado de uma combinação de fatores, incluindo a redução do poder de compra das famílias, a fraca demanda subjacente e incertezas em torno das políticas públicas.

 

Os principais motivos para a desindustrialização no Brasil incluem:

 

Custos Elevados: A indústria brasileira enfrenta altos custos de produção devido à carga tributária (em torno de 34%, segundo a Agência CNI de Notícias), burocracia e infraestrutura deficiente. Isso reduz a competitividade global das indústrias nacionais.

 

Valorização Cambial: A valorização da taxa de câmbio no governo FHC dificultou a competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional, afetando negativamente as exportações de produtos manufaturados.

 

Desestímulo à Inovação: A falta de políticas de incentivo à pesquisa, desenvolvimento e investimento em tecnologia tem sido um entrave à inovação na indústria brasileira, que investe apenas 1% do PIB em P&D. Em contraste, a Coreia do Sul investe cerca de 4,5% do seu PIB em P&D, com empresas líderes em inovação como Samsung e Hyundai.

 

Deficiência de Mão de Obra: Com altos índices de desemprego, o Brasil enfrenta dificuldades para preencher vagas devido ao baixo nível educacional da força de trabalho. Pesquisa da CNI aponta que as empresas têm dificuldade em encontrar mão de obra qualificada em todos os níveis. Além disso, 29% dos brasileiros foram considerados analfabetos funcionais em 2018, segundo o INAF.

 

Para reverter esse cenário, é essencial promover a inovação tanto no setor empresarial quanto no nacional. O governo lançou o programa "Nova Indústria Brasil", com perspectivas promissoras e um orçamento de 300 bilhões de reais. Contudo, a efetividade desse programa depende do comprometimento governamental na alocação desses recursos.

 

A sociedade tem um papel crucial em exigir transparência e responsabilidade governamental. Empresários, como agentes de mudança, devem liderar iniciativas inovadoras e pressionar por políticas que favoreçam a inovação e o crescimento industrial.

 José Rogério de Azevedo, Diretor da Eletrica Higher Ltda.

Jeferson Silva dos Santos

Jefe de planta na Acomar SA - Paraguay com expertise em Lean Six Sigma | ISO 22000 | FSSC 22000 | GMP | HACCP | Lean Manufacturing | TPM

9 m

O Brasil tem dificuldades para seu crescimento industrial devido ao baixo índice de investimento no setor educacional e economia focada somente na exportação. o país está preso em setores que são os chamados low-tech (baixa tecnologia), que produzem produtos simples. Ficando impossibilitado de fazer frente às grandes empresas de tecnologia avançada do mundo. Os famosos monopólios.

Ricardo Leite

Head Agronegócios - Board Member GRI - IBGC

10 m

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