DEUTÉRIO: A FRONTEIRA DA FUSÃO NUCLEAR E SEUS DESAFIOS

Deutério, também conhecido como “hidrogênio pesado”, é um isótopo estável do hidrogênio importantíssimo para reações em cadeia, que são estudadas em Física Nuclear. Para ser produzido, usufruímos de uma metodologia chamada separação criogênica, ou retificação criogênica, que se trata de uma reação onde o hidrogênio líquido é retificado, nos permitindo obter deutério gasoso. A JET (European Joint Nuclear Fusion Experiment Unit) foi capaz de gerar gás de deutério com pureza superior a 99,998% através dessa metodologia. A utilização do hidrogênio líquido é dada devido a baixa presença de deutério em hidrogênio natural, sendo apenas 0,015%.

Suas propriedades físicas e químicas se assemelham muito as do hidrogênio, uma vez que é isótopo do mesmo, porém, quando testadas experimentalmente demonstram-se excelentes para aplicações na área nuclear. Esses testes deram início por volta de 1950, na preparação das famigeradas bombas de hidrogênio, onde era utilizado deutereto de lítio (LiD) para acelerar o processo. Em 1990, começaram a utilizar deutério para produção de armamentos a laser.

No entanto, mesmo diante de grandes conquistas e descobertas envolvendo deutério, a sua produção ainda apresenta diversas desvantagens, como temperatura de operação muito baixa, equipamentos de operações complicados, dificuldade de implementação e análise, custo elevado e risco altíssimo, que atualmente permanecem como problemas sem solução.

Diante disso, pretendemos através deste estudo levantar dados bibliográficos sobre possíveis e recentes avanços ou teorias que podem contribuir para a superação desses obstáculos quando tratamos de deutério e suas aplicações em física nuclear. Juntamente com os integrantes Emmanuel Zullo Godinho coordenador do projeto e orientador do grupo de pesquisa, amigo e colega de pesquisa Matheus Augusto Santos Antoniazzi que realiza os levantamentos e discussões e dados relevantes.

O interesse na pesquisa demonstrou-se elevado devido às oportunidades de geração de energia sustentável, além do emprego militar para a segurança nacional, o que corresponderia a uma demanda crescente por inovações e avanços nesses setores estratégicos.