Dever versus utilidade: o dilema ético nas organizações e sua influência na sustentabilidade empresarial
A ética desempenha um papel crucial no mundo corporativo, influenciando as decisões e ações tomadas pelos executivos e gestores de diferentes tipos de negócios. Neste contexto, dois enfoques éticos, a ética do dever de Kant e a ética utilitarista de Bentham, oferecem perspectivas valiosas, embora distintas, sobre como agir de forma ética e responsável.
A ética do dever, proposta por Immanuel Kant, defende a obediência autônoma a princípios, ideais e normas. Segundo Kant, uma ação é moralmente correta se for realizada por dever, independentemente das consequências. Esta abordagem proporciona controle, segurança e manutenção do processo e da hierarquia nas organizações. No entanto, também apresenta dificuldades em lidar com exceções, situações extraordinárias e emergências, levando a uma tendência de engessamento do processo e falta de reflexão crítica e participação.
Em contraste, a ética utilitarista, desenvolvida por Jeremy Bentham, foca na análise das circunstâncias, dos riscos, dos custos e benefícios. De acordo com o utilitarismo, uma ação é moralmente correta se promover o bem-estar para o maior número de pessoas. Esta perspectiva traz agilidade, foco nos resultados, adaptabilidade e flexibilidade às organizações. Porém, corre o risco de banalizar a ideia de que "cada caso é um caso", tolerando excessivamente, perdendo princípios e credibilidade, e gerando tendência ao descontrole, maximização de riscos e imprudência.
No cenário atual, a sustentabilidade empresarial depende de uma abordagem ética equilibrada, que leve em consideração tanto os princípios morais quanto as consequências das ações.
Ambas as abordagens éticas, de Kant e Bentham, podem contribuir para a construção de um modelo sustentável de negócios e para o estabelecimento de uma responsabilidade social corporativa efetiva.
Em suma, o dilema ético entre dever e utilidade nas organizações é um desafio que os executivos e gestores devem enfrentar. É importante encontrar um equilíbrio entre os princípios morais e as consequências das ações, buscando promover uma cultura ética e sustentável nas organizações.
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Neste sentido, os líderes empresariais devem estar abertos à adaptação e ao aprendizado contínuo, considerando os ensinamentos das éticas de Kant e Bentham, bem como as novas perspectivas éticas emergentes. A promoção de um ambiente de trabalho inclusivo e diversificado, no qual todos os membros da organização possam contribuir com suas ideias e perspectivas, também é crucial para o desenvolvimento de uma cultura ética sólida.
Além disso, é fundamental que as empresas estabeleçam políticas e práticas transparentes e consistentes, pautadas na ética e na responsabilidade social. Isso inclui a adoção de práticas de governança corporativa eficazes, a implementação de políticas de responsabilidade socioambiental e a promoção do diálogo aberto e honesto com todos os stakeholders, incluindo clientes, fornecedores, funcionários e comunidades locais.
É importante lembrar que a sustentabilidade empresarial não se trata apenas de gerar lucro, mas também de criar valor para a sociedade e o meio ambiente. Nesse contexto, a ética e a responsabilidade social são fundamentais para garantir a prosperidade de longo prazo das empresas e contribuir para o bem-estar coletivo.
Para enfrentar os desafios éticos e sustentáveis no mundo corporativo, é essencial que os executivos e gestores estejam dispostos a aprender com as lições do passado e a aplicar esses conhecimentos na tomada de decisões do presente.
Por fim, cabe ressaltar que a ética no ambiente corporativo é um processo contínuo, que requer reflexão, discussão e aprimoramento constantes.
Arquiteta e Urbanista ● Desenhista 3D ● Projetos de Interiores ● Educadora ● Entusiasta da Tecnologia
1 aMuito bom!