Diálogo, Tecnologia e Empreendedorismo

Diálogo, Tecnologia e Empreendedorismo

Quem nunca ouviu essa frase: é conversando que a gente se entende? O diálogo é um caminho milenar utilizado para se chegar à solução e alternativas para problemas das mais diversas ordens. Aliás, muitos dos grandes impasses nacionais e mundiais no dia de hoje persistem por falta de diálogo e pela resistência a ele. Na contramão disso (ainda bem!), na semana passada, nos dias sete e oito de abril, alunos das Universidades de Harvard e do MIT organizaram o Brazil Conference, em Cambridge, nos EUA. O evento reuniu brasileiros representantes das mais diversas frentes – política, artística, educacional, esportiva, terceiro setor e empresarial – com o objetivo de, nas palavras dos próprios organizadores, “criar um espaço para que todos os lados conversem entre si e sejam ouvidos, num grande exercício de tolerância, humildade e cidadania”.

Eu tive a oportunidade de participar como palestrante desse evento e acompanhar de perto a riqueza produzida a partir da pluralidade de ideias, ideais e experiências. Em dois dias de encontro foram abordados dezenas de assuntos de relevância para o momento do Brasil a partir de quatro pilares: Imaginação, Fundações, Mundo e Pessoas. No pilar Imaginação entre os temas propostos tratamos de Tecnologia e de Empreendedorismo.

Entre os diversos pontos de vista, saltou aos olhos uma verdade: a tecnologia é cada vez mais universal. Hoje, o que é desenvolvido no Brasil, por exemplo, pode ser utilizado por qualquer pessoa de qualquer país, desde que atenda necessidades de clientes de qualquer lugar. O mundo conectado em que vivemos hoje aproxima pessoas e também clientes, marcas, produtos e empresas. Por isso, mesmo para uma PME, é essencial pensar grande, além-fronteiras.

Apesar das diversas visões e opiniões apresentadas ao longo da Conferência, um ponto se apresentou unânime: o Brasil é rico em recursos humanos com capacidade para criar tecnologia de ponta e também para empreender. Somando a característica criatividade do brasileiro à quantidade de dados e à capacidade de algoritmos disponíveis hoje, o país tem total condição de se posicionar na vanguarda do desenvolvimento tecnológico e, para isso, nem é preciso grande dispêndio de capital, como foi necessário no início do século 20. É preciso pensar em soluções que aproveitem o que temos de melhor com o que há de melhor no mundo conectado.

Sobre a conhecida e odiada burocracia brasileira, o diálogo travado durante o painel de Empreendedorismo na Conferência surpreendeu e fugiu das lamentações – ainda que elas tivessem fundamento – e destacou a necessidade de o empreendedor desenvolver sua capacidade de resiliência. É preciso sim se posicionar sempre e lutar por mudanças nessa realidade, mas a verdade mesmo é que quem quer empreender não pode desistir fácil diante das dificuldades. Sendo assim, acredito que há um caminho possível para que o Brasil volte a crescer e se desenvolver. E esse caminho passa pela tecnologia aliada ao empreendedorismo.


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