Dia das Mulheres
“Historicamente”, sempre quando pensava na data de hoje, no Dia das Mulheres, me vinham muitos pensamentos que remetiam à coletividade: nossa luta por direitos, respeito, segurança, representatividade; a mulher enquanto vetor funcional, enquanto provedora de sua família; a mulher e seu papel social como trabalhadora, gestora, educadora, política; a Patrícia enquanto mulher, mas sempre constituída por outras vozes, por outros femininos e, muitas e fortemente vezes, em oposição ao masculino...
Hoje, devido, principalmente, ao processo de autoconhecimento/terapia/autenticação já começado há algum tempo, minha reflexão vai em direção oposta: a mulher em sua subjetividade, em seu individuar-se, em seu direito a ser egóica.
Logo, o meu desejo neste dia para todas as mulheres – de minha família, minhas amigas, minhas colegas de faculdade ou de trabalho, minhas professoras, as diferentes profissionais que cuidam de minha saúde, estética, de minha casa – é que invistam em si mesmas.
Invista em autoconhecimento, em autorrealização, em sua carreira, em seu dinheiro. Gerencie o seu tempo também em prol de si mesma: para cuidar de sua saúde, de sua mente; para descobrir coisas novas; para praticar seus hobbies; para cuidar de seus espaços; e mesmo para não fazer nada (descansar, descontrair, limpar a mente é tão importante quanto ser produtiva). Cuide de sua família, daqueles que você ama e que lhe fazem bem, mas nunca perca de vista que sua vida é única; sua existência é singular e justifica-se por si mesma.
Não há nada mais sagrado e fecundo do que uma mulher em profunda coerência com aquilo que é, a despeito do que se espera dela (ou daquilo que ela acha/projeta que esperam dela).
Não há nada mais revolucionário do que uma mulher realizada, empoderada, livre.
“Ela mesma é um resultado histórico, consciente, um elaborado de educação. Construiu-se, autogerou-se, não é filha de nenhuma mãe e de nenhum pai, é filha de si mesma e é onipresente, no seu modo de ser, quando se faz sorriso, se faz agradável ou se faz perigosamente determinante.” (Meneghetti, 2013, p. 293)