A dialética,em Hegel e Marx é progresso?
Considerando a proposta hegel-marxista de identificar todo o movimento à dialética,há que se perguntar se esta visão monistica conduz ao novo realmente,se admite o novo.
Tenho sempre pontuado aqui:não existe criação sem imitação,mimesis ,e toda a imitação é passado.É do passado,experiência inevitável da existência,que se se impulsiona para o futuro,para o passo seguinte. “O passado é o prólogo”,diz Shakespeare.Ex nihilo nihil ,Parmênides.
Partindo da premissa de que o sistema dialético hegeliano/marxista é efetivo,fechado e garante a previsibilidade do movimento(como seria de esperar por parte de uma ciência da lógica)o momento futuro já estaria pré-dado no passado.Seja numa visão dialética ou imanentista aquilo que se apresenta diante do observador já estava contido no momento anterior ou ab ovo .
O novo já está no velho,no passado.Ele não o imita,mas depende dele para existir.Como meu professor Gerd Bornheim afirmava o homem é o único animal que sabe que sabe,que sabe o sabido,até ao momento em que sabe.Mas aquilo que não é sabido ainda por ele,que será algo novo,já está neste “sabido”?Deste modo põe-se uma dúvida sobre o novo e sobre o que se sabe.É de se perguntar se existe o novo realmente.
Dentro da proposição dialética imediata e simples é possivel pensar o novo como algo que reúne os seus elementos constituivos do passado.O homem sabe o sabido,já disse.Mas o novo,se está pré-dado no velho e se é possivel prevê-lo dialeticamente(cientificamente),onde está?
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Se se prevê que na união dos dois generos nasce alguém de um genero ou de outro quais a características deste novo ente que o tornam diferente do passado?Uma descrição continuada do que são estes novos entes nos permite diferenciá-los?O filho de Ivan e de Nilcéia,Roberto,que nasceu agora só é diferente de um outro Roberto ou de um outro com outro nome,no tempo e no lugar,mas se nos lembrarmos destas coordenadas kantianas,intuitivas,apenas.
Como eu procuro sempre levar em conta a pessoa que não tem formação filosófica,vou dar um exemplo:pela dialética a tese e a antítese são respectivamente,Ivan e Nilcéia e a síntese Roberto,que reúne características do primeiro e da segunda.Mas onde está ele propriamente?A junção de seus pais é outra coisa?Ou é a mesma de modo diferente?Supondo uma diferença e a descrevendo,veremos que nem assim conseguimos o novo:supondo que os primeiros tenham olhos azuis e o terceiro olhos pretos(e levando em conta que não houve traição)se descrevermos Roberto como detentor de olhos escuros,isto não o define,porque existem milhões de pessoas de olhos pretos.
A dialética como explicação de formação das coisas não existe ,porque nela não há algo novo.O novo é definido pela intuição dos homens,por sua percepção e pelas coordenadas de tempo e lugar,mas o esquema dialético da explicação do ser-em-si não é possível.
A dialética é um método de prospecção de possibilidades relacionais,apenas.