Dica para capotar com as quatro rodas. Ou patas. Passo 5: Adote um paradigma de Inovação totalmente externo à sua corporação

Adotar um paradigma de Inovação de alguma consultoria ou descrito em algum livro, sem nenhuma conexão com a sua cultura ou sem qualquer customização para adaptá-lo à realidade da sua organização, te levará a uma jornada de frustração e perdas emocionais e financeiras. 

Parece óbvio demais, mas esse é um dos erros mais comuns que as empresas cometem nesse tipo de jornada. Mesmo aquelas já consagradas como “cavalos de raça” em seus respectivos mercados, aceitam que devem se reinventar e passam, da noite para o dia, a se acreditarem “zebras” (só para usar uma das analogias mais recentes no contexto das startups. Veja mais nesse interessantíssimo manifesto: Zebras Fix What Unicorns Break).

Interpretam um papel que não foi escrito para elas e acreditam fortemente que essa é a receita perfeita para rejuvenescerem suas marcas: veja como somos uma empresa inovadora! 

O resultado? Então. Não fica muito bom não rs. Apresento o resultado desse tipo de abordagem na imagem que precede esse meu humilde e breve artigo. 

Mas por que isso acontece? 

Por querer adotar o caminho mais curto achando que é o mais rápido, ao invés de ousar percorrer o caminho correto e mais adaptativo. 

Resumindo: o impacto da Transformação Digital nos negócios já é consenso entre as corporações conectadas com seu tempo. Nesse cenário, a Inovação, muito mais do que um desejo, é uma necessidade de sobrevivência. Dada a urgência do tema, a grande tentação é importar um modelo de Inovação e tentar implantá-lo “top-goela-down”, sem qualquer adaptação à cultura ou ao histórico da empresa.

Não Funciona! Ok?

Como escapar dessa armadilha: 

• Primeiro construa um consenso sobre o que é Inovação na sua empresa. 

Gosto muito de pensar inovação como uma jornada para descobrir novas fontes de receita ou melhorar as fontes de receita existentes. 

Direto ao ponto: Inovação Pragmática. Não estamos falando de Invenção, que obviamente também tem sua relevância, mas no contexto adequado.

• Depois faça um diagnóstico de como a Inovação tem sido tratada na sua empresa. 

Não há conversa sobre Inovação em que não apareça um “causo” sobre um projeto inovador que se perdeu pelo caminho e naufragou. Esses “fracassos” geralmente caem em 2 categorias:

 1) É proibido falar sobre

Aqui ficam os traumáticos. E os traumatizados. Não se pode sequer falar no nome do projeto. Quem participou e sobreviveu evita o assunto. A maioria dos participantes já foi promovida para o OR (olho da rua). Quem ficou reza para que o tempo passe rápido e que um novo fracasso ainda maior apareça. E ele certamente aparecerá.

2) É proibido se esquecer

Nessa categoria ficam as trombetas do apocalipse. São projetos que causaram um estrago tão grande que são citados em todas as reuniões. O objetivo é evitar que o erro seja repetido. A intenção é boa, mas o efeito é devastador para a corporação. 

 O medo de errar impede a inovAÇÃO. 

 Deve-se focar nas Lições Aprendidas. Evitar que novos erros sejam cometidos é impossível. Porque o processo de criação é de tentativa e erro. Mas, minimizar impactos negativos com sua base histórica me parece muito mais efetivo. 

• Por fim, concentre-se em adaptar o modelo de Inovação escolhido para a sua realidade. Sem meias palavras – ouça e respeite quem na sua estrutura traz cicatrizes de guerra. 

Ideias podem e devem vir de fora. Mas a solução para os seus problemas com certeza já está dentro de casa. Não reconhecer isso é desperdiçar o seu maior patrimônio: seus colaboradores. Together se vai mais longe!

Nos artigos anteriores discutimos que aplicar um gerenciamento tradicional em equipes ágeis te levará ao fracasso; que achar que se trata só de tecnologia e não considerar e respeitar o fator humano será um grande erro; que sem um propósito claro e motivador sua jornada naufragará; que não se deve mudar de estratégia a cada pequeno fracasso, pois eles fazem parte da sua jornada.

Aqui tratamos da Inovação Pragmática e do risco de se acreditar em atalhos ao invés de promover uma Inovação genuína na sua corporação. Qual será o 6o passo para fracassar na Jornada? Aguardem o próximo artigo.

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