A DIFÍCIL VIDA PÚBLICA.

  • Ao contrário do que muitas pessoas pensam, ser político não é uma profissão, mas sim uma doação. Ser eleito e poder representar e defender os interesses de seu povo é uma ocupação que deve ser levada muito à sério. Entretanto, ser agente político e exercer um cargo eletivo à luz da racionalidade, não tem sido uma boa opção, mesmo com todas as prerrogativas, poderes e status que o cargo oferece. Enfrentar convenções burocráticas e atribuladas, conflitos familiares, ter a vida pessoal e profissional devastadas, enfrentar uma maratona de desgaste físico e mental, dispor de recursos financeiros e ainda ficar exposto e desprotegido em tempos de internet, num campo livre de regras, sendo alvo de ataques desprovidos de seriedade e veracidade, não é lá uma boa alternativa, principalmente para aquele de boa índole, de caráter e que tem a vontade de ajudar a comunidade onde vive. Sair do aconchego da individualidade e da família para se tornar gestor de bens públicos e dos problemas cotidianos da população tem sido uma tarefa hercúlea. Some-se a isso o fato de que a legislação ao longo dos anos estabeleceu a presunção de desonestidade daqueles que se aventuram a ocupar tais postos. E tem mais, existe um sistema de controle administrativo extremamente complexo, quando simultaneamente atuam sobre os atos do gestor público, o Ministério Público, Federal, Estadual, o Tribunal de Contas da União, do Estado, as Câmaras Municipais, as controladorias, ouvidorias e conselhos, além do amplo espectro de instrumentos disponíveis a qualquer cidadão. Para ilustrar, em recente evento de Direito Administrativo, um membro do Ministério Público chegou ao absurdo de afirmar que o Gestor jamais comete ato de improbidade por mera culpa, mas sempre por dolo, no mínimo na categoria de dolo eventual, pois, na visão dele, a partir do momento em que é empossado, o agente público não pode errar na execução de suas atividades. Uma constatação desumana, feita por quem detém o dever constitucional de zelar pelo princípio da dignidade humana e que, geralmente, nunca administrou nada na vida. Portanto, o ingresso aos cargos públicos eletivos, se torna cada vez mais um trabalho árduo e complexo. Apesar das dificuldades, esse ainda é um caminho muito gratificante. Citando o Papa Francisco no Livro Evangelii Guaudium (Alegria do Evangelho), “A política, tão denegrida, é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum.”
  • Janinho Araújo. MBA Marketing Político e Comunicação Eleitoral; Especialista em Marketing, Cursando Ciências Sociais; Administrador, Contabilista, Assessor de Imprensa, Colunista no Jornal Folha Claudiense e Presidente do PSC em Cláudio-MG. www.janinhoaraujo.com.br



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