Dinâmica dos Conselhos: a importância da inteligência emocional para lidar com a discordância
O papel de um conselheiro empresarial é multifacetado e de extrema importância para organizações de mercados, portes e propósitos diversificados. É bastante desafiador definir um único papel mais importante para um(a) Conselheiro(a), pois sua função varia de acordo com a necessidade específica da empresa e do contexto. Vamos iniciar destacando alguns papeis cruciais que os conselheiros desempenham:
Ao exercer este papeis, Membros do Conselho devem se comprometer em cumprir as promessas acordadas em contrato, adotar as melhores práticas da Governança Corporativa e seguir as diretrizes da organização, tornando-se embaixadores leais da missão da Organização.
Ao se tornar um parceiro estratégico da empresa, oferecendo orientação, experiência e uma visão externa que auxilie na tomada de decisões e no alcance dos objetivos da organização, é fundamental que o Conselheiro - seja consultivo ou de administração - saiba construir e manter relacionamentos produtivos, atuando de forma parceira, engajada, respeitosa, ética, transparente e agregadora, trazendo para seu contexto de atuação um clima de confiança e credibilidade, de forma que todos os participantes direcionem esforços para o mesmo foco.
Ao mesmo tempo, suas responsabilidades específicas, como apoiar a empresa em sua profissionalização, expansão, crescimento, reestruturação, sucessão, ganho de competitividade, provocar a inovação, vão exigir que o Conselheiro trabalhe, grande parte das vezes, utilizando a discordância como ferramenta, em vez do consenso, com vistas a obter tomadas de decisão mais eficazes. Isso porque o desacordo tira as pessoas de suas zonas de conforto, levando-as a refletir sobre novas possibilidades, quebrando inclusive crenças limitantes que podem ter se construído no corpo diretivo da organização.
Peter Drucker traz à tona este desafio quando coloca, dentre suas inúmeras lições corporativas, que “na verdade, se você não tem discordância, você não está pronto para a decisão.”
Pois bem. Sabemos que discordância, na maioria das vezes, leva à possíveis derivadas, tais como conflitos, negatividade, tentativa de imposições de pensamentos, baixa escuta. Em qualquer uma dessas alternativas, a desconstrução é extremamente maléfica.
Neste sentido, trabalhar a inteligência emocional é fundamental para garantir que o ambiente de atuação do Conselheiro seja de construção, mesmo neste contexto onde a discordância deve prevalecer. Isso porque permite que ele compreenda, gerencie e utilize as emoções de forma eficaz, tanto as suas quanto as dos outros.
O Conselheiro precisa ter sensibilidade para ler no ambiente aquilo que não está explícito, capacidade de entendimento das ações, reações e posições, contextualizando possíveis picos emotivos e crenças limitantes por parte dos integrantes da gestão. Devem ainda, saber fazer a leitura relações conflituosas, de urgências não contextualizadas, de fugas para temas diferentes da pauta. Para isso, os Conselheiros devem se tornar hábeis em se posicionar diante destes desafios.
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Vejamos, então, como as habilidades de inteligência emocional trabalham a favor de um Conselheiro.
Iniciando pelo autoconhecimento, é notório que saber identificar suas emoções e como reage a elas, quais são seus gatilhos, suas forças e fraquezas permite que um Conselheiro mantenha a objetividade nas decisões e visões e constância no comportamento.
Somando ao autoconhecimento, temos o autocontrole, que se traduz na competência de controlar suas próprias emoções, mantendo foco no objeto e cultivando relações virtuosas.
A automotivação, por sua vez, permite que um Conselheiro atue a partir de motivos intrínsecos e também inspire os outros a alcançar os objetivos.
A empatia traz ao Conselheiro a capacidade de compreender as emoções e perspectivas das demais pessoas, de forma a construir relações de confiança e oferecer apoio, sempre que houver oportunidade.
Fechamos com a sociabilidade, que traz ao Conselheiro a competência de saber se comunicar de forma eficaz, com escuta ativa e habilidade de resolver conflitos.
Ao somar as diversas habilidades da inteligência emocional à sua atuação, é possível dizer que o Conselheiro amplia a utilização de diversas competências interpessoais que, mesmo em ambientes onde prevaleça a discordância, em termos de resultados, se traduzem em controle de emoções e boa gestão dos relacionamentos, abertura para o pensamento criativo, colaboração, eficácia na comunicação, escuta ativa e empática, capacidade de planejamento e cocriação. Daí deriva-se a criação de um ambiente de resultados, promoção da resolução de conflitos e apoio na tomada de decisões estratégicas.
Ganhos inevitáveis da inteligência emocional para o Conselheiro: escuta ativa, comunicação assertiva, feedbacks construtivos, adaptabilidade, gestão de conflitos. Com isso, a inteligência emocional se mostra como uma ferramenta poderosa e que pode ser combinada com outras práticas e habilidades, transformando a atuação do Conselho em uma força motriz para a inovação, a construção conjunta e o crescimento.
E sob o ponto de vista de trabalhar a discordância? A amplitude de visões e possibilidades que a discordância traz, ao ser trabalhada com inteligência emocional, permite a existência subsequente de uma convergência positiva e com grande impacto na perpetuidade das organizações.
Muito bom, Marianne!!
Diretor de Comitê na @pagos | Meios e Formas de Pagamento | Integração de soluções financeiras em canais de distribuição já instalados para promover aumento de receita (venda cruzada) e impacto na experiência do cliente.
3 mRelevante: “Conselheiros possuem uma ampla rede de networking de diferentes setores, contribuindo para a empresa abrir portas para novas oportunidades de negócios, parcerias e investimentos.”