Dinheiro SEMPRE perde para Inteligência e Execução

Convivendo com centenas de Startups e mergulhado na indústria do Venture Capital, me deparo com alguns comportamentos muito parecidos. Um dos mais comuns é o desespero que bate quando o concorrente levanta uma rodada de investimentos. É um soco no rim quando lemos: "empresa X acaba de levantar uma rodada de R$ 10 Milhões."

"Nossa empresa acabou! Não tem mais o que fazer.", pensam os empreendedores.

Eu já passei por isso mais vezes do que me lembro. Tanto vivendo isso como empreendedor, quanto aconselhando e acompanhando Startups. 

A boa notícia é que eu nunca vi uma startup ruim com dinheiro ganhar de uma pobre com um excelente time. Nunca! 

Principalmente porque o dinheiro tem algumas características, que nas mãos erradas, são desastrosas.

Como diz um dos meus ídolos, Werner Herzog:

"Dinheiro é burro.

Dinheiro é covarde.

Dinheiro é lento.

Dinheiro não tem imaginação"

Dinheiro é um meio, não um fim.

A mesma coisa acontece com a maior parte das empresas que visito, especialmente na área de marketing. "Não temos verba, não dá para lançar o produto X com qualidade." Sempre fico irritado quando ouço isso, pois basta ligar a TV para ver dinheiro sendo jogado fora em ações que não fazem sentido nenhum. E convivendo com Startups o dia todo, sei o quanto conseguimos inovar quando não temos dinheiro. Escrevi um artigo sobre isso, inclusive.

Nosso cérebro nos prega peças. O FOMO começa a atuar, começamos a ser lembrados das matérias da revista, dos prêmios que deveríamos estar ganhando e das reuniões com gente importante que o nosso concorrente está fazendo.

Talvez o problema esteja na nossa definição de progresso. Progresso é nos aproximarmos das nossas metas. E estas metas (no caso de uma organização) tem que ter o cliente no centro da equação. 

Danem-se os prêmios.

Danem-se as reuniões com gente importante.

Danem-se as matérias da revista.

O que queremos é atingir aqueles objetivos que desenhamos para nós e nossos negócios. E é aí que surgem as inovações e o foco. O problema é que o progresso não é como num filme de Hollywood, onde basta uma sequência de pessoas trabalhando juntas com uma música de fundo e dois minutos depois: BUM, um resultado que salva todo mundo. A vida não é assim. São várias pequenas vitórias e vários erros. Dois passos para frente e um para trás.

Não ter dinheiro suficiente pode ser um presente. Um convite a inovar, a criar uma nova abordagem, a focar na essência. É não ter a obrigação de gastar algo sem convicção. 

Já viram orçamentos de grandes empresas? Já viram pessoas desesperadas para gastar o resto do orçamento no final do ano, comprando projetos desesperadamente? Essa cena se repete sempre. São essas mesmas pessoas que reclamam que não tem orçamento.

Da mesma forma, vejo Startups culpando sua falta de progresso na falta de dinheiro. É uma ótima desculpa, clara e objetiva. Se o mercado funciona desse jeito, quer dizer que eu preciso de grana, afinal todos fazem desse jeito. Que tal conseguir grana do melhor financiador de qualquer negócio? O cliente! Sim, pense em como faturar mais, maneiras criativas de repensar produto, formas de vender. 

Lembre-se: dinheiro nunca ganha de inteligência.