Direção para Pessoas

Direção para Pessoas

Estamos vivendo tempos de reposicionamento de marcas. O mercado evoluiu, o consumidor mudou, as formas de se comunicar estão cada vez mais avançadas e próximas, diante deste cenário todas as empresas dizem a mesma frase: estamos nos direcionando para pessoas.

Mas de verdade, o que é e quem realmente está tendo sucesso com esse direcionamento? Como se diferenciar quando todo mundo está com o mesmo discurso?

Bom, não sou a maior especialista de marketing e mercado que existe, inclusive, ainda tenho muito que aprender, são apenas 6 anos na área, mas gosto de acreditar que sou boa com pessoas, é nesse ponto que entra a famosa empatia. Vejo muitas marcas investindo em pessoas, fazendo ações direcionadas, escutando mais os clientes, isso me deixa muito feliz. O problema é que nada disso se sustenta se não for algo genuíno, se for somente porque essa é a onda do momento, ou por acreditarem que vai dar mais resultado financeiro. Pior que isso, muitas marcas fingem ter interesse nessa área e utilizam histórias falsas, com fotos de banco de imagem, criando personagens fictícios para contar o que eles querem dizer. Amo ser do marketing, mas preciso dizer: A que ponto chegamos para vender algo! É muito triste ver essa realidade. Então, antes de continuar lendo as dicas que darei abaixo, reflita qual o real interesse da sua empresa em se direcionar para pessoas.

Pensou? Então vamos as dicas:

·        Aprender a ouvir:

Eu tinha um chefe que sempre dizia: “Para namorar temos que conhecer a pessoa, né? Então para atender ao público, temos que entender quem são e do que gostam. A gente não se apaixona pelo que nunca viu, ou por alguém que não nos agrada conforme queremos. ”

Leve isso para a sua vida. Para atender seu público-alvo você precisa saber de fato quem são. É preciso fazer pesquisa de mercado, mas não só as pesquisas tradicionais, formulários enormes, com perguntas genéricas. Vá a campo, converse, escute aos que fazem crítica, cliente bom não é aquele que não fala nada, é o que faz a reclamação para você, aquele que te dá chance de corrigir o erro.

·        Aprenda sobre história:

A história do país, da região onde a empresa está inserida, da profissão que o cliente segue, tudo isso influência na forma de ser e pensar do seu cliente. Muitas vezes, não dá para fazer uma comunicação genérica, você tem que ser mais focado, aí consegue ser mais assertivo.

·        Consinta a aproximação do cliente:

Se a empresa realmente quer se direcionar para pessoas, ela precisa de uma equipe aberta a receber pessoas. Não adianta ter a rede social mais descolada desse Brasil se quando recebe uma crítica não sabe lidar com isso. Ou quando está em um evento não se é receptiva.

Acredito que esse é o ponto mais importante a ser tratado. Gente, pessoas de cara amarrada não devem trabalhar com MKT! É muito importante ser aberto, ter jogo de cintura e simpatia.

Eu lido com um público 80% masculino, mais velhos e com grandes diferenças sociais (desde o mecânico que não acabou o ensino médio, o que fez curso no exterior e hoje tem sua própria oficina, até donos de distribuidoras). Cada um tem sua forma de agir e me tratar, um comportamento, um linguajar; precisei aprender como interagir em cada situação, sobre o que falar e como me portar. Mas nada disso teria sido possível se eu não tivesse permitido o contato, se eu tivesse me mantido em uma posição distante, como: “o marketing não aparece, ele só presta o serviço”. Não vivemos mais essa realidade.

·        Ter paciência:

Não se constrói uma relação de confiança em 1 mês, nem em 1 ano, isso leva tempo. Tenho um projeto com reparadores automotivos faz 3 anos, já tivemos muitos resultados positivos, claro, mas os frutos reais disto começaram a ser colhidos somente agora, onde a gente vê um interesse maior de pessoas de fora do grupo que montamos.

·        Permita-se aprender:

Ninguém é tão inteligente que nunca tem o que aprender, assim como ninguém é tão pobre que não tenha o que dar. A troca de conhecimento e informações é peça-chave para uma boa relação, sei que parece muito repetitivo... como ouvir, mas só ouvir não adianta, você tem que absorver aquilo, aprender algo e entender como pode utilizar.

Além disso, é muito importante aprender sobre onde você trabalha, se foi o tempo onde o pessoal da comunicação tinha que saber só de comunicação. Para você passar verdade, tens que saber do que está falando, não adianta trabalhar com moda se você não gosta, nem entende do assunto, com o setor automotivo se você não sabe nem onde vão as peças que sua empresa produz... e por aí vai.

·        Conte seus fatos de forma diferente:

Não tem problema nenhum a empresa falar dela mesma, ter orgulho de como é, mas existem várias formas de fazer isso sem soar soberba. Utilize seus atributos para ganhar o cliente. Se a marca tem um showroom sensacional, convide o cliente para conhecer, se a fábrica é bem organiza, monte visitas, se a história da empresa é bonita, coloque seus funcionários para contá-la.

Abrir esse espaço de interação é uma forma de permitir que os outros falem como enxergam a marca, pode ser uma forma de ressaltar qualidades que você já sabe que tem de uma maneira mais autêntica.

·        Nem sempre a forma mais bonita de fazer é a que o público quer ver:

Durante a faculdade, ouvia sempre que as campanhas que fazíamos não eram para nós, mas para o cliente, tinha que ser do gosto dele. É engraçado como esquecemos disso rápido quando entramos no mercado... a gente só muda para quem estamos fazendo, muitas vezes é para o chefe, ou algum nível superior, mas e o cliente?

Às vezes você trabalha meses num material lindo, inteligente, com uma sacada sensacional, mas não dá resultado. Isso acontece porque quem realmente deveria consumir o que foi publicado não se interessou.

Durante anos fiz vídeos e anúncios com linguajar mais técnico, cores mais neutras... até aqui, há 2 anos, entendi (ouvindo meu público) que não era isso que eles queriam ver... demorei 4 anos para saber disso. Corremos atrás do prejuízo, mudamos a forma de pensar, hoje a equipe de marketing onde trabalho tem uma unidade de pensamento quanto as peças publicitárias, trabalhamos tudo direcionado a que realmente importa, o consumidor, tenho muita satisfação em dizer que conseguido agradar e ver resultados dessas mudanças.

Bom, era isso. Não existe receita de bolo, pode ser que nem tudo que falei sirva para sua empresa, mas essa é a minha experiência. Espero que possa ter contribuído.


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