Diversidade e Inclusão
O tema Diversidade e Inclusão é motivo para inúmeros questionamentos no meio social e no campo do trabalho. O que é inclusão? Qual o valor que a diversidade pode produzir para a sociedade e para as organizações? Por que, como indivíduo ou profissional de Recursos Humanos ou como empresa, devo me implicar com a diversidade e inclusão em espaços variados? As respostas para tais questões não são tão simples, mas vamos tentar elucidar aqui um pouco deste assunto.
O primeiro passo é compreender o que é diversidade: no sentido literal, diversidade é a palavra designada para indicar variedade. Neste sentido podemos pensar em diversidade de corpos, culturas, credos, gênero, orientação sexual, etc. Todas estas variações já fazem parte da sociedade, no entanto ser diferente daquilo que se considera normal pode produzir vulnerabilidade para cada um dos grupos existentes de inúmeras maneiras.
Podemos pensar em grupos vulneráveis como aqueles que são excluídos e/ou marginalizados por suas especificidades. Como exemplo, nos deparamos recentemente com a pauta da marginalização de pessoas pretas, o preconceito com pessoas LGBTQIA+, a inacessibilidade para pessoas com deficiência, classe e o acesso de mulheres em espaços ocupados por homens. Para além destas violências, temos tantas outras que dificultam a existência dos indivíduos lidos como minoria social. Desta forma, se faz necessário pensar em inclusão.
Mas como a inclusão pode contribuir com a diversidade e vice-versa? Quando se fala em inclusão não significa apenas introduzir pessoas destes grupos em escolas e universidades, em espaços públicos ou em empresas, é necessário que tais espaços estejam preparados e adaptados para receber a diversidade. Uma das formas de promover a inclusão é trabalhar para desenvolver uma cultura onde a diversidade seja valorizada e respeitada. Afinal, fazemos parte de uma sociedade diversa, onde cada pessoa pode contribuir com suas multiplicidades.
No campo social e organizacional, pode-se criar e/ou adaptar políticas que protejam tais grupos de modo a alavancar oportunidades que minimizem a desigualdade produzida por suas diferenças ao longo da história. Enquanto para alguns, o discurso meritocrático ainda seja o maior argumento contra a inclusão, é importante questionar como a meritocracia se torna uma falácia quando nem todos tem a possibilidade de “dar a largada” na corrida para o sucesso do mesmo ponto de partida ou enfrentando os mesmos obstáculos.
Percebe-se que existe uma resistência para a inclusão de pessoas diversas em ambientes igualmente diversos, por questões além da meritocracia o que nos coloca a ponderar sobre como e porque tais resistências ainda são sustentadas em discursos variados, cujo podem ser revisados e desconstruídos. Pensar em diversidade e inclusão é pensar em direitos humanos universais, onde a garantia destes direitos não promova privilégios e sim equidade entre os indivíduos. A equidade permite, então, que todos possam de fato obter condições adequadas às suas necessidades e diferenças.
Entender que os grupos vulneráveis aqui citados não partem do mesmo lugar que daqueles que estão em acordo com a normatividade, é o primeiro passo para pensar que a inclusão da diversidade não apenas traz justiça social, como também promove uma cultura de pertencimento, aceitação e valorização de todas as vidas sem discriminação, é garantir os direitos a todos independente de sua classe, etnia, raça, orientação sexual, gênero, de condições físicas, bem como de suas preferências.
A diversidade, portanto, pode produzir valor nos ambientes nas quais são integradas, pois esta carrega variação de ideias de valores e por consequência de conhecimento. A variedade favorece os espaços não somente pela inclusão compulsória, ela também contribui para o amadurecimento da sociedade, bem como promove empatia, quando as diferenças são levadas como algo positivo, ao contrário da discriminação que apenas produz medo, indiferença, ódio e a sustentação de privilégios para uns mais do que para outros.
Adriana Vianna | Psicóloga | Recrutadora | Pessoas & Cultura