Diversidade e inclusão também são causas do Voluntariado

Diversidade e inclusão também são causas do Voluntariado

A Terra tem atualmente cerca de 8 bilhões de habitantes. Oito bilhões de pessoas com uma imensidão de diferenças que fazem de cada uma delas um ser humano único. Gênero, raça, classe, etnia, idade, orientação sexual, religião, cultura, condições socioeconômicas e características de personalidade são apenas alguns itens de uma lista infinita. A diversidade é fascinante, mas torna-se algo terrível quando as diferenças ganham a forma das muralhas do preconceito e dos abismos da exclusão.

Felizmente, as causas da diversidade e inclusão vêm sendo abraçadas por setores crescentes da sociedade. Com seu Programa de Diversidade, Equidade e Inclusão lançado em 2019, o Einstein é uma das organizações que têm buscado acelerar a sua jornada nessa direção, e o Voluntariado Einstein está engajado nesse movimento. Engajado, aliás, desde as suas origens, porque a diversidade e o compromisso com a inclusão são inerentes ao trabalho voluntário.

O leitor pode imaginar o universo de diferenças que encontramos entre beneficiários(as) do Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis (PECP), entre pacientes privados do Einstein e os atendidos nos hospitais públicos que a Instituição administra (M’Boi Mirim e Vila Santa Catarina), entre idosos e idosas do Residencial Israelita Albert Einstein.

A diversidade começa entre nós mesmos do Voluntariado. No nosso time, temos homens e mulheres; níveis de escolaridade que vão do ensino fundamental à pós-graduação; pessoas que residem em bairros ricos e aquelas que moram na periferia; indivíduos com menos de 20 anos até aqueles que já passaram dos 90; adeptos de religiões diversas (ao contrário do que muitos pensam, o catolicismo congrega a maioria; o judaísmo vem em segundo lugar, seguido de outras denominações religiosas).  

Não há diferenças que impeçam alguém de ser um voluntário Einstein. Mas se esse alguém carrega preconceitos, isto é um impeditivo. É verdade que quem tem preconceito desiste logo do trabalho, mas nós procuramos identificar problemas desse tipo já no processo de seleção dos voluntários. Além disso, investimos em conscientização, com palestras e cursos abordando temas relacionados à diversidade e aos vieses inconscientes, que são preconceitos e estereótipos que não percebemos, mas que nos levam a crenças e comportamentos inadequados.

Também fazem parte dos esforços atitudes simbólicas, como a que adotamos em junho em meio às celebrações do Orgulho LGBTQIA+, quando cobrimos com as cores do arco-íris os logos do Voluntariado e do PECP nas nossas redes sociais.

Para além de respeitar as diferenças, o trabalho voluntário exige uma enorme capacidade de empatia para nos colocar no lugar do outro, dentro da sua realidade. Mesmo atividades inclusivas podem ser mais inclusivas com um olhar atento para o caleidoscópio das exclusões.

Por exemplo, os cursos oferecidos pelo PECP são, evidentemente, impulsionadores de inclusão socioeconômica. Mas lá, como no Brasil de forma geral, conseguir um lugar no mercado de trabalho é ainda mais desafiador para os jovens. Assim nasceu o Banco de Talentos do PECP, a ponte que conecta empresas e potenciais jovens aprendizes. Foi ponte também que construímos com o programa de Tutoria, quando, ao dar suporte nas aulas online durante a pandemia, constatamos que muitas crianças que já deveriam estar alfabetizadas não sabiam nem ler nem escrever. Com a Tutoria, elas ganharam conhecimentos para seguir os estudos em pé de igualdade com as demais.

Uma regra que nunca precisou ser escrita nas atividades do Voluntariado Einstein é acolher a diversidade, seja qual for, e priorizar sempre os mais vulneráveis. Por exemplo, facilitar o acesso de mulheres negras ou jovens LGBT a um curso profissionalizante ou ao atendimento no serviço social do PECP e inserir crianças autistas ou com deficiências junto com as demais nas atividades esportivas e de arte e cultura são formas de abrir portas para quem costuma encontrá-las fechadas.

Voluntários ou não, o fato é que, com nossas atitudes e comportamentos, todos nós temos nas mãos chaves que abrem portas para acolher as diferenças e promover a inclusão. Acioná-las é estabelecer as pontes que nos levam a um mundo melhor, mais justo, mais humano.

RAFAEL SILVA

Nutricionista Clínico/Professor Nutrição/Supervisão/Palestrante

2 a

Telma Sobolh, tem toda a razão. Antes de qualquer habilidade, um voluntário tem que ter olhar e ações inclusivas, não importando: raça, religião, orientação sexual, nível social, intelectual... Julgamentos, não cabem a nenhum de nós porque atrás de cada pessoa (ou ato), existe uma história! E aliás, quem somos nós para julgar, não é mesmo?

Artur Gomes de Sá Rodrigues

Analista de diversidade, equidade e inclusão - Tutor de EAD - Coordenador de ensino

2 a

Como sempre muito inspiradora! 😍

Ruston Lievore

Médico Patologista Clínico na HEMOES

2 a

Parabéns pela iniciativa! Legal!👍👍

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