Do boom às demissões em massa: o que está acontecendo no setor de tecnologia?
Nos últimos anos, grandes empresas de tecnologia dominaram a economia global. Apple, Amazon, Google e Microsoft superaram a marca de avaliação de trilhões de dólares, tornando-se as organizações mais valiosas da história e com pessoas em todo o mundo sonhando um dia em poder trabalhar para elas, desfrutando de boas remunerações e de ambientes de trabalho divertidos e modernos.
Entretanto, parece que o sonho virou pesadelo. De acordo com o site Layoffs.fyi, que acompanha a dinâmica dos empregos, apenas em novembro mais de 35 mil trabalhadores foram demitidos no setor de tecnologia, totalizando 135 mil só este ano.
Sim, vivemos uma temporada de demissões em massa neste mercado, na contramão do auge dos últimos anos onde a pandemia impulsionou o consumo digital e trouxe resultados recordes para essas companhias. Só a Meta, controladora do Facebook e do Instagram, cortou em novembro cerca de 13% de sua equipe, justificando a decisão ao aumento da concorrência e ao declínio nas vendas de anúncios em suas plataformas, sua principal fonte de receita. No Twitter a situação é ainda mais crítica. Logo após sua aquisição em outubro por Elon Musk, foi anunciado a saída de quase 4 mil colaboradores, aproximadamente 50% do quadro de funcionários da empresa. Nesta mesma linha, Amazon, Microsoft, Snap, Google, Netflix, Salesforce, entre outras gigantes, também anunciaram cortes.
Ainda que pareça desesperador, o fato é que vivemos um ciclo natural de ajustes, comum após períodos de expressivo crescimento. Não se trata de uma crise estrutural do setor, nem de uma nova bolha estourando, mas de correções de cursos, onde as empresas perceberam que podem produzir mais com menos ou simplesmente adequarem suas despesas a uma nova realidade.
Outro ponto é que esses movimentos não são exclusivos a grandes empresas. Várias startups de todos os tamanhos também fizeram seus cortes, pressionadas por investidores preocupados com suas performances. Trata-se de uma mudança da velha política do crescimento a todo custo, regada por altos salários e regalias. Resultado e geração de caixa são as novas prioridades do setor, mesmo para aquelas empresas financeiramente saudáveis.
Por fim, vale destacar nestas ondas a lição que fica para os profissionais, desligados ou não, de quão volátil é o emprego e perigosa a zona de conforto. Ainda assim, mudanças podem ser positivas à medida que aprendemos com os nossos erros, corrigimos rumos e buscamos novos caminhos, quem sabe até contando com aquele pequeno empurrão para nos tornarmos donos de nossos próprios negócios.
Standards Development Specialist and Senior Project Consultant @ GS1 Brasil - Associação Brasileira de Automação
2 aTudo depende de do momento em que o mercado e o mundo está, passamos por mais de 2 anos de Pandemia, e claro que os mercados e plataformas digitais cresceram exponencialmente. Agora com a vida "voltando ao normal" (saindo mais, passeando mais, comprando fisicamente mais) é natural que este tipo de queda aconteça. Vivemos em intensas transformações, e o mercado vai se adaptando de acordo com a realidade e o perfil de compra dos consumidores. Não tem nada de fundo de poço, são mudanças naturais que tiveram um crescimento enorme em um curto período de tempo, e agora estão voltando a realidade q era antes.