Dois Filhos que Mudaram de Ideia
Todos os quatro registros bíblicos da vida de Jesus destacam sua entrada em Jerusalém poucos dias antes da sua crucificação. Por causa do louvor popular que Jesus recebeu nesta ocasião, o evento se tornou conhecido como a “Entrada Triunfal”. Quando lembramos que Jesus marchava decisivamente para sua morte nas mãos de malfeitores, a ideia de triunfo pode soar estranha. Se prestarmos atenção nos relatos daquela semana, porém, percebemos que o principal julgamento não foi a condenação de Jesus pelos homens, e sim a condenação dos homens por Jesus. Especificamente, Jesus chegou para apresentar o caso contra os religiosos em Jerusalém, oferecer um apelo final para seu arrependimento e anunciar a sentença sobre aqueles que se rebelaram contra Deus durante séculos.
Para demonstrar a culpa dos líderes dos judeus, Jesus usou algumas parábolas. Uma foi um simples contraste entre dois irmãos:
“E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi” (Mateus 21:28-30).
Depois de contar essa pequena história, Jesus pediu uma reação dos seus ouvintes: “Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo” (Mateus 21:31).
Entenderam a história, mas será que perceberam seu significado? Jesus explicou o sentido da sua mensagem: “Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus. Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele” (Mateus 21:31-32).
Como outros ensinamentos daqueles últimos dias antes da sua morte, essa parábola de Jesus servia para desafiar os líderes religiosos, as pessoas vistas como modelos espirituais entre os judeus. Jesus usou palavras fortíssimas para censurar os hipócritas que alegavam representar Deus enquanto rejeitavam seu próprio Filho. Imaginemos o impacto das suas palavras, dizendo que os desprezados cobradores de impostos e prostitutas seriam aceitos e eles, os pastores e sacerdotes, rejeitados!
Durante séculos, Jesus havia chamado o povo de Israel ao arrependimento, mas não aceitaram seus apelos:“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casa vos ficará deserta”(Mateus 23:37-38). Jesus continuou com uma mensagem sobre o castigo de Jerusalém naquela mesma geração, uma profecia cumprida quando o exército romano destruiu a cidade no ano 70.
A aplicação específica da parábola dos dois filhos foi feita por Jesus para mostrar a culpa dos judeus da sua época, mas a sua mensagem não se limita àqueles ouvintes. Todos nós escolhemos entre as atitudes demonstradas pelos filhos nessa história. Entre as lições importantes para nós:
1. A decisão é nossa. Na parábola, o pai falou a mesma coisa para os dois filhos. Sua vontade para os dois foi a mesma. Deus deseja a salvação de todos (1 Timóteo 2:3-4). Como cada filho na parábola tomou sua própria decisão, nós decidimos obedecer a Deus ou não.
2. Intenções precisam ser acompanhadas por ações. A fé sem obras é morta (Tiago 2:26), e o arrependimento sem frutos não agrada a Deus (Mateus 3:8).
3. É possível mudar de ideia. Na história, os dois filhos mudaram de ideia, um para pior e outro para melhor. O pecador pode se arrepender e ser perdoado, e o justo pode se desviar e ser condenado (Ezequiel 18:21-24). Por isso, é imprescindível permanecer firmes até ao fim (Hebreus 3:12-13; 4:11).
Mesmo se você já falou não para Deus, pode mudar de ideia e entrar na sua presença!
-por Dennis Allan
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