A Dualidade da Economia GIG: Liberdade ou Precarização?
Em um mundo impulsionado pela inovação e pela transformação digital, as dinâmicas do mercado de trabalho mudaram significativamente. A economia GIG surge como um reflexo dessas mudanças, trazendo questionamentos importantes para a gestão estratégica e organizacional: até que ponto esse modelo atende às necessidades dos trabalhadores e das empresas de forma sustentável?
A economia GIG refere-se a um mercado de trabalho caracterizado por contratos de curto prazo ou trabalhos autônomos, em vez de empregos fixos e de longo prazo. Esse modelo tem ganhado força com o avanço das tecnologias digitais e plataformas que conectam trabalhadores a oportunidades temporárias de forma eficiente.
Se, por um lado, é apresentada como uma solução evolucionária, por outro, revela uma realidade preocupante de precarização do trabalho. Em um contexto de economia enfraquecida com poucas oportunidades formais de emprego (como na CLT), será que o modelo GIG é de fato uma escolha ou uma necessidade?
A narrativa que promove a liberdade e o empreendedorismo muitas vezes mascara uma realidade diferente: a falta de proteção social, benefícios e segurança que empregos formais costumam oferecer.
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Em muitos casos, a "flexibilidade" promovida é uma fachada que oculta a insegurança de não ter acesso a direitos trabalhistas, como seguro de saúde e fundo de garantia.
A busca por subsistência leva muitos a optarem pela economia GIG, onde enfrentam incertezas e competição acirrada, sem as garantias de uma rede de segurança. Essa situação contribui para uma vulnerabilidade financeira e pessoal que impacta a qualidade de vida dos trabalhadores. Enquanto isso, empresas se beneficiam da flexibilidade da contratação sob demanda, reduzindo despesas trabalhistas e comprometendo os direitos dos trabalhadores.
Diante desse cenário, os líderes e gestores estratégicos têm a responsabilidade de questionar quais políticas e modelos econômicos realmente promovem benefícios de forma justa e sustentável, em vez de aceitarmos soluções paliativas e imediatas como a resposta definitiva. A gestão estratégica precisa considerar não apenas a eficiência operacional, mas também o impacto humano e social, construindo um ambiente de trabalho com equilíbrio entre flexibilidade e proteção, permitindo que trabalhadores usufruam da autonomia sem sacrificar direitos fundamentais. Somente assim será possível criar um futuro no qual progresso e justiça social caminhem lado a lado.
Até que ponto esse modelo atende às necessidades dos trabalhadores e das empresas de forma sustentável?
É preciso garantir que o futuro do trabalho promova não apenas eficiência, mas também equidade e proteção.