Duas palavras "mágicas" : execução e liderança
Leonilson Rossi é consultor de empresas, profissional de coaching e formação de lideranças. Atua há mais de 40 anos no ambiente corporativo, onde vivenciou cargos de gestão e diretoria. É especialista em Planejamento Estratégico e profundo conhecedor do setor de máquinas e equipamentos de construção. Desenvolveu carreira na Clark Michigan e Volvo Construction Equipment, tendo exercido a função de Diretor de Marketing para América Latina. Atualmente é diretor na MA8 Management Consulting Group e sócio da PRIME PROFIT Consultoria Empresarial.
Muito se comenta a respeito das tendências e formas de planejar e agir no mundo dos negócios, e que tudo mudará rápido nos próximos cinco anos. Afirmo que já estamos em avançado processo de mudança. Será cada vez mais sutil a percepção do que realmente aconteceu, e complexo prever ou criar o futuro.
Há elementos novos, virtuais ou palpáveis, que não conseguimos compreender totalmente, quanto mais, agir ou reagir. Essas variáveis, cada vez mais presentes no dia a dia das empresas, tornam o ambiente de negócios incerto e desafiador.
“Imagine, entrar num ambiente real de negócios sem um plano minimamente consistente. É quase tão certo como comprar um ticket só de ida para o fracasso.”
Sejam as empresas de pequeno, médio ou grande portes, elas precisam de algo básico para facilitar sua trajetória e que, até pouco tempo, era considerado sofisticado: o Planejamento Estratégico. Future Search Scenario, Valores, Missão, Visão, Análises SWOT e TOWS, Matriz Trade-off, CANVAS, PDCA, entre outras ferramentas consagradas para o planejamento estratégico do negócio, eram ignoradas ou apenas existiam nos quadros das paredes.
É um risco tentar implementar um novo negócio, remodelar o atual ou até mesmo continuar existindo com rentabilidade, sem aplicar uma boa combinação dessas ferramentas, na dose certa e sem exageros.
“Na correta escolha das ferramentas de planejamento reside um dos principais desafios de quem se propõe a modificar o rumo das empresas.”
Há uma forma certeira de tornar essa eleição objetiva e diminuir quase a zero o risco de falhas: buscando ajuda de profissionais experientes, que saberão quais armas do arsenal melhor se aplicam à modificação desejada no futuro da empresa. Contudo, não é suficiente para o sucesso da gestão, apenas ter um bom Planejamento Estratégico. Nesse momento entram duas palavras mágicas: execução e liderança. A primeira parece óbvia, mas nem sempre é aplicada pelas organizações.
A correta execução de qualquer plano é tão importante que até mereceu uma publicação reconhecida: EXECUÇÃO: A disciplina para atingir resultados, de Larry Bossidy e Ram Charan. Destaco um pequeno trecho extraído desse livro:
“…é preciso mudar o comportamento das pessoas, de modo que elas produzam resultados. Primeiramente, você diz para as pessoas quais resultados quer. Então, discute de que forma obter esses resultados. Em seguida, você recompensa as pessoas por terem atingido os resultados. Quando você faz essas coisas, cria uma cultura de execução…”
Algumas empresas investem em longos workshops e convidam seus principais executivos para participar de eventos de nomes atraentes, tais como “REVISÃO ESTRATÉGICA 2018 – 2030”; “O FUTURO CHEGOU”, ou “COMO VENDER E LUCRAR MAIS HOJE E SEMPRE”. O envolvimento é total e o entusiasmo contagiante. São produzidos relatórios detalhados de muitas páginas com gráficos e fluxogramas incontestáveis, parecendo que realmente tudo vai mudar a partir daquele momento, mas geralmente, após poucas semanas, os documentos e planos produzidos descansam em paz, guardados numa gaveta ou, no máximo, mantidos como referência para consulta. Alguns membros da equipe, menos experientes e mais impacientes, ficam pensando sobre qual o resultado prático de tanto tempo e dinheiro investidos, até que no próximo ano tudo se repete…
Nessas empresas falta a cultura da EXECUÇÃO.
A disciplina para atingir resultados é o que diferencia as empresas de sucesso, das que se arrastam com desempenhos mais ou menos satisfatórios.
Os gestores devem estar atentos ao ambiente de negócios, que, nestes dias e mais ainda no futuro, tende a mudar rapidamente. A empresa deve adaptar continuamente o seu modelo de realizar negócios em um ambiente incerto e em contínua evolução.
Os planos estratégicos e operacionais precisam ser flexíveis. O ciclo de revisão contínua deve ser parte da cultura da empresa e as adaptações, reconhecidas e feitas antes de se tornarem críticas.
A segunda palavra mágica, liderança, é também óbvia, mas nem todas as organizações reconhecem sua importância durante a execução dos planos estratégicos. Um ambiente em evolução e com escassez de talentos exigirá precisão, coragem e disciplina para executar bem o que foi planejado e talvez não encontre tais atributos em seus quadros.
A solução é investir no desenvolvimento ou contratação de líderes com o perfil adequado para execução, diante de novos desafios e circunstâncias, pois as mudanças serão cada vez mais rápidas e os profissionais estarão obrigados a lidar com adversidades.
Um estudo recente do Boston Consulting Group e do Departamento de Educação dos Estados Unidos indica que 60% dos novos empregos que serão gerados no futuro próximo vão exigir competências e habilidades que apenas 20% da atual força de trabalho possui.
“Nesse cenário, sem uma liderança confiável, as coisas podem ficar muito difíceis.”
Os chefes de um passado remoto eram mais temidos, não davam muitas explicações e achavam que sabiam tudo. Esses, desapareceram ou estão confinados em empresas perdedoras. Cada vez mais, o sucesso das organizações de qualquer porte está baseado nas habilidades de adaptação, planejamento e execução frente às mudanças. Tais habilidades dizem respeito à maneira pela qual as pessoas trabalham e enfrentam mudanças, individualmente e em equipe, sem desestruturar o ambiente.
As lideranças – pessoas em situações de necessidade de tomada de decisão, direcionamento e motivação de equipes para ação – são fundamentais para o sucesso da empresa. O líder nas corporações vencedoras será respeitado pelos seus conhecimentos e habilidades, mas principalmente, por atrair e desenvolver profissionais melhores que ele próprio em suas especialidades.
“Um líder tem que desenvolver sucessor melhor do que ele é”, já diziam Lee Iacocca e Jack Welch, há mais de quarenta anos.
Leonilson Rossi – agosto/2017
Analista de Materiais
7 aQuem atua em qualquer área de planejamento deve adaptar a mente rapidamente a diferente tipos de estratégia de acordo com a situação em um cenário volátil a rápida reação a mudanças garante sobrevivência no mercado