A Dura Agonia do Manejo Florestal no Brasil

Recentemente a Confederação Nacional da Indústria (CNI) publicou um texto meu - "Perspectivas e Desafios na Promoção do Uso das Florestas Nativas no Brasil" - que traz um pouco da situação atual referente ao uso sustentável dos nossos recursos florestais nativos.

Essa iniciativa foi estabelecida em função da constatação de que, por diversos motivos, o Brasil não está conseguindo viabilizar o manejo florestal como opção de geração de emprego e renda, na escala necessária e potencial, principalmente em regiões tão carentes de alternativas econômicas que propiciem a manutenção da cobertura florestal. É fato de que avanços significativos foram alcançados na agenda de comando e controle, que reduziu drasticamente o desmatamento, mas a mesma eficácia não é observada quanto à sua agenda complementar, ou seja, na na promoção de atividades que propiciem alternativas à renda gerada pelas atividades degradadoras, no mínimo na mesma medida de grandeza que essas.

O manejo florestal é uma estratégia inteligente e oportuna para uma economia de baixo carbono e orientada para a sustentabilidade, mas exige escala e arcabouço legal e institucional que privilegie seu desenvolvimento, além também de um empresariado mais engajado na sua adoção e promoção. O país não pode se dar ao luxo de relegar a um plano inferior essa atividade, pois compromete o processo de uso e ocupação inteligente de nosso território e oportuniza o avanço de ações degradadoras ou o imobilismo puro, ambos danosos à nossa sociedade.

O estudo elenca também oportunidades que se apresentam para o fomento da atividade de manejo florestal, como as concessões florestais e a lei florestal brasileira, e apresenta, como provocação, um conjunto de propostas de fortalecimento dessa agenda.

O objetivo maior do texto é não deixar que esse tema se perca na pequena burocracia estatal e ganhe espaço nas discussões políticas que se avizinha com as eleições, com esperança de um futuro mais adequado ao nosso potencial florestal.


Emilene Freitas de Oliveira dos Santos

Engenheira Florestal Sênior, cooperada fundadora na Cooperenges Ltda, startup sustentável , atua com planejamento estratégico de governança, captação de recursos e gestão de projetos de impacto sócioambiental.

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Parabéns pela publicação Fernando, infelizmente , o mercado é travado pelas " burrocrácias" uma carga tributária desanimadora até para os empreendedores mais otimistas, dirá para as comunidades que de fato , podem e devem vim a se beneficiar delas, sou nortista e até hj, vejo políticas públicas muito ineficientes ,para mudar esta dura realidade. Abraço

José de Arimatéa Silva

Professor universitário | Autônomo

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Fernando, baixei o seu texto agora. Vou ler com a atenção que ele merece. Depois volto a contatá-lo. A propósito, você ainda está no Governo ou na atividade privada? Grande abraço.

Alisson Dumont MSc. MBA

Coordenador de Meio Ambiente | Especialista | Engenheiro Ambiental | Licenciamento Ambiental | Obras | Sustentabilidade | ESG

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É preciso divulgarmos esta importante atividade como uma extração sustentável e renda para produtores!!

Thiago Oliveira Rodrigues

Avaliação do Ciclo de Vida, Informação Tecnológica para a Sustentabilidade, Recursos Naturais, Tecnologia Florestal

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Muito bom Fernando! Momento oportuno para discutirmos o cuidado com nossos recursos florestais, principalmente os provenientes de extrativismo. As concessões têm que se consolidar como uma iniciativa inovadora e sustentável (para não fugir dos jargões!) e fugir do estigma de mais um instrumento pesado e estatal de controle. Parabéns pela publicação!

Fernando Vasconcelos

Project Management Specialist | Environmental Engineer | Sustainability Advocacy Dedicado à promoção da sustentabilidade, motivação de pessoas e à ferramentas inovadoras para soluções socioambientais.

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Ótimo alerta!

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