A dura infância de Drew Barrymore
“Quando tinha oito anos eu bebi duas taças de champanhe”.
Enfrentando vício em drogas, álcool e declínio na carreira, Drew se reinventou e tornou-se uma das maiores figuras de Hollywood.
A vida de atores mirins muitas vezes é marcada pela rápida ascensão ao estrelato e feridas dolorosas que as crianças precisam carregar pelo resto da vida. Alguns dos exemplos mais famosos são Macaulay Culkin, Bobby Driscoll e as gêmeas Ashley e Mary-Kate Olsen.
No entanto, uma menina se destacou desde cedo, tanto por seu talento nato quanto pelos problemas que enfrentava dentro de casa: trata-se da estrela Drew Barrymore, hoje com 46 anos.
A pequena que começou ainda bebê estrelando comerciais de TV, encontrou um papel de destaque em E.T. O Extraterrestre (1982), aos sete anos. Atuando como Gertie na produção de Steven Spielberg, Drew ganhou a simpatia do público e viu sua carreira crescer rapidamente.
Dois anos depois, a menina, com nove anos, foi indicada ao Globo de Ouro por sua atuação em Diferenças Irreconciliáveis. Sua carreira impressionante, todavia, de nada combinava com os traumas familiares.
Infância turbulenta
A atuação sempre esteve na família, assim como o alcoolismo. Seu bisavô e avô foram importantes nomes do cinema e do teatro, então, o sobrenome Barrymore tinha uma carga muito intensa na indústria cinematográfica.
Ainda que tenham tentado seguir no ramo do cinema, os pais de Drew, John Drew Barrymore Jr. e Jaid Barrymore nunca foram tão bem sucedidos quanto os parentes. Por outro lado, o vício de John em álcool levou ao divórcio do casal quando a atriz ainda era pequena.
Na década de 1990, Drew fez uma das revelações mais chocantes sobre o início de sua carreira em entrevista à Oprah Winfrey. “Quando tinha oito anos eu bebi duas taças de champanhe. Eu fiquei ‘bebinha’ e virei a estrela da festa”, disse em fala repercutida pela revista Cláudia.
Era algo comum para Barrymore festejar na companhia de adultos, essas comemorações sempre envolviam álcool e, em pouco tempo, a bebida se tornou parte de seu cotidiano. Sua mãe, mesmo sabendo de sua rotina, jamais interferiu, como ela mesma chegou a confessar.
O vício em álcool não foi o suficiente, ao completar 10 anos, Drew já fumava maconha constantemente. Aos 12, entretanto, a situação se agravou: ela passou a cheirar cocaína e frequentar clubes destinados ao público adulto.
Além de não ir mais à escola, Drew confessou que por vezes roubava o carro da mãe em conversa com Howard Stern. A situação era caótica, até que sua mãe decidiu tomar uma atitude radical.
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Aos 13 anos, Drew foi internada em uma clínica psiquiátrica. Um ano mais tarde, já em liberdade, decidiu pedir emancipação dos pais. Sua imagem para Hollywood estava arruinada.
Adolescência em Hollywood
Os anos seguintes foram, no mínimo, turbulentos. Barrymore não conseguia papéis de destaque e se contentava a representar personagens pequenos, os quais ninguém dava atenção.
Sua biografia, intitulada ‘Little Girl Lost’ (Pequena Garota Perdida, em tradução livre para o português) trazia detalhes sobre seus momentos mais difíceis e confissões duras. Drew afirmou que sua mãe jamais havia se importado com ela, nem ao menos lhe dado carinho.
Para os produtores, ela não tinha nada mais a oferecer. Era considerada feia demais para os padrões de beleza da época, com manchetes frequentemente criticando sua aparência física. Barrymore relacionou a perseguição da mídia com o vício em drogas e álcool, que ela não conseguia largar.
Na década de 1990, apesar de ter sido mais promissora para a carreira de atriz, Drew não tinha mais relevância. Seus papéis, mesmo que fossem indicados a prêmios especializados, não eram reconhecidos.
A capa da Playboy, para qual a estrela posou em 1995, foi mais uma armadilha para que a imprensa lhe julgasse. A todo momento, Barrymore era sentenciada ao fracasso.
Dando a volta por cima
Ainda que ninguém acreditasse mais no sucesso de Drew, o final da década de 1990 trouxe um novo recomeço. Além de estrelar uma obra de Woody Allen, Barrymore integrou o elenco de Pânico e clássicos da comédia romântica.
Entre a extensa lista de filmes estava Nunca Fui Beijada (1999), o qual marcou sua estreia como produtora e o lançamento de Flower Films, produtora comandada por ela.
Tudo estava mudando, em 2000, a produção As Panteras foi um estrondoso sucesso, e trazia Drew não só como uma das protagonistas, mas como produtora do longa-metragem. Não havia mais resquícios da antiga Barrymore, havia uma nova mulher, cobiçada a estrelar as obras mais aguardadas do cinema.
Anos mais tarde, encontrou a redenção e afirmou que perdoava a mãe por tudo que acontecera no passado. “Acho que ela [a mãe] criou um monstro e não sabia o que fazer com ele. Mas eu estava fora de controlo e perdoo-a”, disse a Howard Stern. “Tenho a certeza que a minha mãe se sentiu culpada e depois, de muita dor, por não falar com ela durante muito muito tempo”.
Hoje, em bons termos com a progenitora, conta que se tornar mãe foi um ponto crucial para entender sua infância e adolescência. Com dois filhos, Drew Barrymore encontrou um novo recomeço e foi de ‘garota problema’ para uma das mulheres mais inspiradoras de Hollywood.
CEO e Consultor Sênior da PERSPECTIVA Consultores Associados
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