E essa tal transformação digital de RH..
Implementar um RH verdadeiramente digital pode soar muito bem na teoria, mas pode parecer bastante assustador quando se trata de dar o primeiro passo. Existe uma grande confusão em ser digital e digitalizado, e se o profissional que lidera essa iniciativa não tiver isso bem claro não vai conseguir entregar as ferramentas adequadas.
Mas afinal o que deve ser o RH Digital?
O RH digital é uma otimização de processos em que as tecnologias sociais, móveis, analíticas e de nuvem são aproveitadas para tornar o RH mais eficiente, eficaz e conectado. Em outras palavras, é uma mudança profunda na forma como os recursos do RH funcionam.
No entanto, a simples aplicação de novas tecnologias não é o que torna o RH digital. O RH digital também deve alinhar cultura, talento, estrutura e processos para equilibrar eficiência e inovação, bem como para sustentar um impacto mensurável na organização como um todo, conforme a transformação vai acontecendo.
Não adianta querer um RH digital se o profissional ainda pensa de forma analógica.
Pensei em seis variáveis que podem ajudar na hora de desenhar um projeto de RH Digital.
1. Estabeleça um objetivo claro
Antes de partir em uma grande jornada, qualquer RH que queira ser transformador deve, primeiramente, estabelecer um objetivo claramente definido que faça sentido do ponto de vista empresarial (nem sempre do empresário). Na maioria das vezes, esse objetivo será resolver um problema que os funcionários encontram (e aqui entra uma questão importante: Se o RH conhece, verdadeiramente essas necessidades
Por isso, em um processo de transformação do RH, o foco deve estar sempre no colaborador como usuário final. E, seria sensacional se seus colaboradores pudessem testar qualquer nova tecnologia primeiro, antes de implementá-la.
2. Colocar todos a bordo
Isso significa que todos os níveis da organização deveriam receber o máximo de informações e treinamentos, ainda que de forma reduzida. Quando se trata de uma transformação digital de RH – algo que afetará toda a organização – você precisa de todo o suporte que conseguir para que ele se torne um sucesso.
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3. Não complicando demais as coisas
Comece sempre simples e pequeno. Veja as áreas de seus processos de RH que poderiam fazer com uma reforma digital (seleção & recrutamento, integração, aprendizado e desenvolvimento, gestão de folha de pagamento e assim por diante). Fale sobre isso com seus colaboradores e tente entender com eles o que acham que deveria ser uma prioridade.
4. Priorizar ideias
Uma mudança dessas certamente resultará em uma longa lista de ideias e priorizá-las será um desafio. Em primeiro lugar eu investiria em entender o impacto nos negócios da digitalização e das ideias e em segundo, e não menos importante, o tempo e o dinheiro necessários para realmente fazer com que as ideias se tornem digitais.
Comece com as ideias que são de alto impacto e baixo esforço. Eles vão ajudá-lo a construir o business case para RH digital e fazê-lo ir rapidamente.
5. Avalie o desempenho
Tentar e implementar tecnologias digitais é ótimo, mas não faz muito sentido para os negócios se não olharmos para seus resultados. Por isso, precisamos avaliar criticamente o que funciona e o que não funciona.
Afinal, a única maneira de avançarmos é resolver problemas reais com soluções tecnológicas que realmente resolvam esses problemas, mas se não for possível medir esses resultados, esqueça.
6. A cultura é importante
A tecnologia digital por si só não é suficiente para uma transformação de RH. Muito menos uma transformação digital de toda uma organização. Penso que a chave mora no modelo mental de todos os envolvidos, e isso tem tudo a ver com a cultura da sua empresa.
Desde as novas pessoas que você contrata, através de toda a sua força de trabalho, uma mentalidade digital – no sentido mais amplo da palavra – é essencial para uma transformação bem-sucedida.
Fique atento ao seguinte: Publicar infinitos manuais na rede da empresa, colocar figuras descoladas e efeitos combinados no power point da integração, ter planilhas com macros complexas e filmes institucionais com imagens bonitas e transições cinematográficas não tornam o seu RH digital. Invista em sistemas conectados, tecnologias que possam ser usadas de verdade e não só na apresentação e, acima de tudo, tenha um projeto que todos saibam, pois nada pode ser pior que um RH refém e que não tem um plano para apresentar para a companhia.