E o mundo foi pra casa!
Que saudade da vida quando andávamos pelas ruas, pelos shoppings vivendo o prazer, o divertimento, o lazer. Cada um vivendo o seu. Cada um na sua.
De celular na mão, não nos importávamos muito com quem estivesse ao nosso lado. Alias não nos importávamos em nada. Vivíamos a Era do Individualismo. É, o individualismo mesmo.... A Era do mundo Contemporâneo. O grande vírus do mundo de hoje.
Aí um novo vírus chegou e tivemos que ir pra casa, e correndo. E em casa, longe das multidões que nos faziam sós, fomos obrigados a ter um encontro com aquela individualidade e acabamos nos lembrando do outro. Aquele outro que nem enxergávamos mais, passou a ser quem passamos a pensar. O que esse outro está fazendo? O que ele está pensando? Será que ele está morrendo?
Qual será a nova ordem social que viveremos a partir de agora? Ainda não sabemos.
Mas se a cura vier muito rápida, num remédio milagroso, descoberto de última hora, e todos voltarem as suas vidas rapidamente, corremos um sério risco de voltarmos aos nossos velhos mundos da individualidade.
Mas se a cura se alongar ainda por meses a fio, o ir pra casa deixará marcas profundas na individualidade que desenvolvemos no contemporâneo.
Por certo, o mundo ficará muito mais xenófobo. A Globalização, ferida de morte, ganhará novos desenhos econômicos e paredes das fronteiras mais altas. A integração dos povos não será mais a mesma.
Mas a dependência do outro ganhará uma nova ordem mundial, ou melhor, já ganhou. A solidariedade está renascendo ou, ainda melhor, nascendo no cardápio nosso de cada dia. Mesmo sem ver, vimos que o outro existe.
Que ser humano sairá disso tudo, ainda precisamos de algum tempo pra ver. Mas por certo, será um ser humano muito melhor.
Analista Financeiro II | Líder de Processos | FIRJAN | MBA Gestão Estratégica de Negócios - UFF
4 aÓtima reflexão!