E quando o problema está na porta de entrada?

E quando o problema está na porta de entrada?

Não é de hoje que a área de Recrutamento e Seleção é uma das mais importantes para as organizações. É a porta de entrada dos profissionais, mas que nos últimos tempos não tem recebido a atenção que merece frente a responsabilidade que possui.

Em épocas de crise, quando há um maior volume de profissionais em busca de uma nova colocação, as deficiências das áreas de RH das empresas ficam mais evidentes. Há quem diga que os feedbacks negativos são de profissionais reprovados em processos seletivos, mas digo que não!

Ao analisar o perfil dos recrutadores percebe-se que a grande maioria não possui muita experiência. Em uma amostra aleatória utilizando perfis do Linkedin, a cada vinte profissionais atuantes em áreas de Recrutamento e Seleção, dez apresentam perfil de estagiário ou júnior, seis um perfil pleno e quatro um perfil sênior. Algumas empresas, tentando equivocadamente reduzir custos com pessoal contratam ou mantém profissionais com pouca experiência e qualificação, muitas vezes em virtude do baixo salário que estão dispostos à pagar.

A área de RH movimenta as organizações, e a sua manutenção nos dias de hoje ainda é vista com um gasto, sendo que o certo seria ser vista como um investimento. O capital humano é a principal força propulsora nas organizações. A porta de entrada de uma empresa necessita de profissionais capacitados, dotados de uma visão sistêmica que permita avaliar a real necessidade das posições e não meramente preocupar-se em "fechar vagas".

Há muitos profissionais muito bem qualificados e referenciados enquadrados nas estatísticas de desemprego no Brasil. Ora pelo fechamento de postos de trabalho, ora pela falta de uma remuneração atrativa. No entanto, existe um outro fator que contribui para esta estatística que é a baixa qualificação dos recrutadores. Com pouca experiência, muitas vezes não conseguem captar a essência de profissionais talentosos, descartando-os logo na triagem de currículos. Isso sem falar dos processos seletivos mal planejados, feedbacks não dados e contratações equivocadas, gerando custos elevados para as empresas.

O planejamento é peça chave para todos os processos das organizações e para a área de RH mais do que nunca é fundamental, visto que tem como principal função captar e manter o principal "combustível" das empresas: as pessoas. Para as organizações é importante ressaltar que para obter bons resultados, assim como investem em novas tecnologias e equipamentos, também se faz necessário investir em pessoas. Uma área de RH desqualificada além de gerar gastos desnecessários, pode prejudicar a imagem de uma organização.

Autor: Thais Fátima L. Oliveira
Consultora de Gestão e RH

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