Economia circular
O ponto de partida para qualquer projeto de desenvolvimento de produto para 2022 será definir como ele se encaixa na economia circular, um conceito que se espalha rapidamente, mas ainda é imperfeito. Cada vez mais o público analisa suas necessidades e desejos e, assim, o mercado será das empresas que investem na minimização do impacto ambiental e na maximização do valor em cada estágio do ciclo de vida do produto. Desenvolver itens que possam sem refeitos, reutilizados e revendidos irá educar e incentivar as pessoas a serem mais ativas nos sistemas circulares, enquanto as empresas poderão lucrar além do ponto inicial de compra.
O modelo econômico atual é baseado em fabricação, uso e descarte. Isso é chamado de economia linear. Na moda, esse modelo acontece repetidamente e muito rapidamente. Isso significa que a indústria está alimentando recursos naturais mais rapidamente do que a Natureza pode substituí-los. O modelo também causa uma quantidade aterradora de resíduos. No momento, 100 bilhões de novos itens são produzidos a cada ano e 99% deles acabam em aterros sanitários.
Ao contrário de um modelo linear, uma economia circular visa manter os recursos em uso pelo maior tempo possível, extraindo o valor máximo deles e recuperando e regenerando produtos e materiais ao final de cada vida útil. Esse modelo pode resolver alguns dos problemas do atual sistema de moda, aproveitando ao máximo os recursos naturais e reduzindo o desperdício.
Alguns exemplos de iniciativas neste sentido:
- Até o fim de 2021, a Prada planeja abrir mão da Re-Nylon – uma coleção-cápsula de bolsas de nylon reciclado, lançada no fim do ano passado – e investir em bolsas feitas de Econyl. A iniciativa Re-Nylon é um dos indicadores-chave que a Prada terá que seguir para estar em conformidade com um empréstimo de € 50 mi baseado em estratégias de sustentabilidade, que ela tomou junto ao banco Crédit Agricole. Esse acordo é o primeiro indicador de como as estratégias de design sustentáveis podem ser usadas para acordos mais favoráveis entre bancos e empresas no futuro.
- A parceria da Converse com a fornecedora de jeans usado Beyond Retro, que gerou o tênis Renew Denim Chuck 70, é um exemplo de como é possível usar sobras de estoque na produção de massa.
- A última coleção-cápsula da COS, batizada de Restore, focou no reaproveitamento de roupas estragadas que foram devolvidas. A coleção fez parte de uma iniciativa contínua da H&M – proprietária da COS – de aprender com pequenos projetos e dar sequência a uma cadeia de suprimento circular.
- Desenvolvida pela Asos, a iniciativa "Zero Waste Design" tem como objetivo ensinar a todos os designers da empresa a reduzir o desperdício e criar itens que possam ser mais facilmente reciclados, abrindo espaço para materiais com maior valor em um futuro circular. Os produtos estarão disponíveis nas coleções sustentáveis da marca em 2020.
Para concluir, vejam a matéria abaixo da Vogue Business Talent, que mostra algumas oportunidades que já começaram a aparecer em consequência da economia circular:
No próximo artigo vamos ver como, cada vez mais, as marcas terão que desenvolver os seus produtos de olho na aceleração tecnológica.
Até lá!
Obs.: Minhas fontes de consulta e inspiração são sempre: Istituto Marangoni, FASM, WGSN e a internet em geral.