Economia circular e a mudança necessária
Do design dos produtos, passando pela matéria-prima, processo produtivo, e chegando até a experiência do consumidor (uso final e destinação correta), a economia circular propõe uma mudança em toda a maneira de consumir. Isso porque leva em consideração práticas para minimizar o impacto negativo no meio ambiente e na sociedade. E, como os pilares ESG (ambiental, social e governança) se entrelaçam com a economia circular?
No pilar ambiental:
Diferentemente do processo produtivo da economia linear, onde os resíduos são insumos para a produção de novos produtos, o conceito da economia circular se baseia na ideia de que não existe resíduo, tudo serve continuamente de nutriente para um novo ciclo. Além disso, também promove a redução da pegada de carbono, aumenta a vida útil dos produtos e diminui o uso de resíduos poluentes ou garante o destino correto aos resíduos.
A C&A, por exemplo, tornou-se a primeira empresa nas Américas a lançar produtos feitos no Brasil com a Certificação Cradle to Cradle (C2C)™ nível Gold. Intitulada Ciclos, a linha certificada revolucionou o varejo de moda brasileiro por ser a primeira que possui o processo produtivo social e ambientalmente responsável. A primeira coleção da linha Ciclos, lançada em outubro de 2020, apresentou produtos em jeans para os segmentos feminino e masculino. Desde então, já foram lançadas outras coleções Ciclos.
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No pilar social:
O modelo circular ajuda no desenvolvimento da cadeia de fornecimento, promovendo práticas para que toda a produção seja "verde", com fornecedores com condições dignas de trabalho. As organizações que pretendem adotar uma postura mais sustentável e regenerativa devem criar modelos de negócio que abranjam especialmente a inclusão social, de modo a priorizar aqueles que são mais atingidos pelas crises econômicas e pela desigualdade.
A Rede Asta é um exemplo de modelo de negócio multi-setorial que une circularidade, inclusão social e de gênero e colaboração. Com uma rede de mais de 60 grupos de mulheres artesãs espalhadas por 10 estados do Brasil, a Rede Asta transforma resíduos pós-industriais em arte. Os produtos são feitos à mão e levam “lixo” como sua fonte de matéria-prima. A empresa carioca também opera uma plataforma virtual acessível às artesãs do Brasil, que dá treinamentos de empreendedorismo e reaproveitamento de materiais, instigando a atividade econômica positiva nas comunidades brasileiras de baixa renda. O modelo de negócio funciona sob demanda e por projetos – o que significa que os produtos são feitos em lotes e a partir de demandas específicas. A empresa já produziu estojos para computador e bolsas a partir de 1000 sacos de cimento, além de 4 mil peças de mochilas e ecobags a partir de banners, capas de poltronas e uniformes.
Por fim, no pilar de governança:
Já ao olharmos para a governança em empresas, a circularidade potencializa a inovação nas empresas, uma vez que os negócios têm que repensar suas metodologias e trazer novas soluções, estimulando também uma governança de stakeholders e pensamento a longo prazo.
Focando numa visão financeira, se as empresas adotarem o conceito da economia circular, em cada pilar ESG, será possível alcançar um cenário em que, para se obter lucro, não será necessário destruir o planeta. Ao contrário: esses lucros virão justamente dos cuidados direcionados aos recursos naturais e da sociedade como um todo. Um equilíbrio entre o ganhar e retirar.
Co-Owner Shopper Action Brazil | Strategist | Brand, Marketing, Communication and Content for People and Business
1 aOlha que bacana esse tema Gabriel Dias e Rina Noronha
ESG especialista / Consultor Sustentabilidade
2 aParabéns Cyntia. Excelente artigo.
Ajudo pessoas e empresas a se posicionarem de maneira estratégica no digital | Comunicação | Posicionamento Digital | Social Media Manager
2 aMuito bom! Como outro exemplo traria o trabalho da Boomera Ambipar 💛 Ela faz parte da rede de Empresas B do Sistema B Brasil e tem um metodologia própria chamada CircularPack.