Economia criativa: desafios no Brasil
Torcendo para que um dia o BNDES entenda melhor a importância da Economia Criativa.
Lá fora já é área estratégica para muitos países, pois gera licenciamento de produtos, royalties.
Aqui no Brasil vejo apenas o MinC (veja AQUI), na gestão do atual ministro Sergio Sá Leitão, fazer publicidade sobre o tema e buscar, por meio dos editais, incentivar esta área da economia com o pouco que lhe sobrou para gerenciar o ministério.
A relação com bancos, aliás, continua a mesma: quer financiar algo? Tenha um bem físico (casa, carro) para fazer moeda de troca.
Mas vários problemas, ao menos aqui no Brasil. Vou elencar algumas:
- bancos não se interessam. É simples. Não conhecem e não financiam;
- falta para este mercado outros agentes como administradores, economistas, contadores para atuar nas produtoras culturais. Ainda há muita informalidade dentro das micro e pequenas empresas;
- há secretarias, mas não há uma política pública e clara de incentivo;
- produtoras culturais continuam a depender fortemente de editais, concursos, leis de incentivo e crowdfunding. Não há fluxo de caixa;
A relação com bancos, aliás, continua a mesma: quer financiar algo? Tenha um bem físico (casa, carro) para fazer moeda de troca.
O mesmo para o BNDES, que se fizer um empréstimo, pode esperar pelo menos um ano de negociações, papeladas etc.
Economia criativa trabalha com bens imateriais, acima de tudo.
Desenvolver uma série de animação, uma linha editorial para o mercado young adult etc... Tudo isso leva um tempo para desenvolver e o público ser cativado.
É o tal fluxo de caixa. O que fazer neste tempo que o público ainda está conhecendo?
Enquanto isso, lá fora, BBC está criando suas novas Black Mirror's, Sherlock Holmes etc.
Sherlock Holmes, por exemplo, a série de televisão que acabou recentemente teve uma linha de publicação de mangás, gerando novas divisas.
E no Brasil?
Até quando produtoras culturais, desenvolvedoras de conteúdo ( como a Primal Studio onde trabalho) vão continuar com crowdfunding + editais + leis de incentivo?
Buscamos parcerias para o mercado editorial para entrar no mercado de livros paradidáticos, por exemplo, mas tudo indica que talvez tenhamos que nos tornar editora.
Um outro planejamento, um novo plano de negócios para dar vazão ao material produzido.
Mas sigamos em frente.
Vamos tirar grandes lições disso tudo e deixar o caminho mais fácil para as novas gerações.
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Aguarde!
Docente Universitário/Planejamento e Coordenação Acadêmica/Desenvolvimento de Cursos e Materiais
6 aLuiza Calado