Perspectivas para a Economia Global em 2019.

Perspectivas para a Economia Global em 2019.

A economia internacional apresenta neste ano um forte ritmo de expansão e, analisando a dinâmica econômica das diferentes regiões do globo, podemos afirmar que esta tendência de crescimento deverá continuar em 2019.

Este ritmo de crescimento, forte e saudável, resultado principalmente da geração de empregos e do aumento da produtividade, deverá ser marginalmente menor ao registrado em 2018 devido à esperada desaceleração no crescimento da economia norte-americana, e, aos ruídos inerentes das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que poderão desacelerar, ainda que levemente, o ritmo de crescimento atual da economia chinesa.

Dito isto, embora marginalmente menor, será um crescimento de qualidade, mais descentralizado, dada à maior contribuição para o desenvolvimento de países da união europeia, e, ao ritmo mais acelerado de crescimento de economias emergentes como a da Índia e a do Brasil.

Em relação à inflação internacional, a mesma continuará em patamares reduzidos. O baixo nível de preços das commodities e o atual nível não inflacionário de utilização da capacidade instalada serão âncoras para o aumento de preços. Neste ambiente de baixa inflação, o aperto monetário em curso nos Estados Unidos deverá ter uma característica gradual e acomodativa.

Embora acomodativa, a política de aumento das taxas de juros de curto prazo por parte do Federal Reserve, continuará gerando nos meses vindouros grandes incertezas no ambiente das finanças internacionais.

Esta mudança de política, e de paradigma, marca o final de uma era onde as autoridades monetárias dos países desenvolvidos buscaram estimular, a todo custo, a confiança dos agentes econômicos e reduzir a volatilidade. Daqui em diante a política monetária norte-americana será gradualmente destinada a esfriar o vigoroso crescimento econômico em curso e, a reduzir a probabilidade de ocorrências que coloquem em risco o bom funcionamento dos mercados. 

Em 2018, fruto de este processo de normalização monetária dos Estados Unidos, as moedas dos países emergentes experimentaram grandes desvalorizações cambiais perante o dólar. Com a continuidade do ajuste, embora maioritariamente precificado, os governos deverão ser mais cautelosos em relação a gestão das contas públicas e ao equilíbrio do balanço de pagamentos.

Neste novo cenário, de menor liquidez internacional, podemos esperar maior volatilidade e maior seletividade na alocação de capitais, que passará a ser guiada não mais pela liquidez, mas pelos fundamentos.

A economia brasileira registrará, em 2019, o terceiro ano consecutivo de crescimento econômico após a crise iniciada em meados de 2014. As contas externas do país estão equilibradas e a equipe econômica do governo eleito possui um correto diagnóstico dos desafios, principalmente internos. A prontidão no enfrentamento dos desafios fiscais poderá estimular o aumento no nível de confiança na economia, provocando assim uma aceleração no ritmo de expansão esperado.

O Brasil está bem posicionado para atravessar este ambiente externo mais desafiador e a recuperação da economia brasileira será um dos destaques do período.

Obrigado, um abraço a todos.

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