A economia prateada

A economia prateada

O conceito do velho não é mais o mesmo, ele agora tem potencial e energia para novos desafios e oportunidades.

Há 30 ou 40 anos atrás se perguntássemos aos adultos da época como eles imaginavam os idosos, eles diriam pessoas com 65 anos, bem velhinhas sentadas tricotando como se já tivessem realizado tudo que deveriam na vida e agora só buscassem sossego. Hoje quando pensamos nos idosos a realidade é muito diferente e mais gratificante.

Apesar de algumas pessoas chegarem na casa dos 60 com problemas de saúde e dificuldade de locomoção, essa não é mais uma realidade estática. Na verdade, o que vemos hoje são pessoas ativas que sentem que podem viver por muito mais tempo.

Muitos gostam de viajar, fazer yoga, ir ao cinema, teatro, shopping, academia. O que isso significa? Simples, o conceito de velho mudou. Muitos não querem tricotar e se sentar na frente da tv, querem namorar ou continuar trabalhando porque se sentem aptos a isso. Felizmente essa é a nossa realidade e se tornará cada vez mais normal ver “maturis”, isto é, pessoas com mais de 65 anos indo ao trabalho ou às compras.

O envelhecimento populacional é nosso futuro. Contudo, acredito que não estamos preparados para isso, nem como sociedade e muito menos, no mercado de trabalho. A pior parte é como as empresas não estão conseguindo visualizar o grande potencial desse público, não somente na força de trabalho, mas também no grande poder de consumo gerado por pessoas idosas.

É um perfil com mais energia para atividades físicas e estudos, como também no potencial de consumo. Por outro lado, temos a referência que 63% das empresas no Brasil não consideram os maturis como público-alvo de seus produtos. Isso resulta em idosos consumindo produtos somente “semelhantes” aos adequados. O que quero dizer é que ao considerá-los como população idosa ativa, rapidamente pensamos em oportunidades de produtos como sapatos confortáveis para caminhadas, fazer academia, ou roupas e produtos de beleza. Eles a Economia Prateada, ou economia grisalha que tem como foco satisfazer as necessidades dos idosos e é um mercado crescente.

Uma economia importante que se abre em um caminho duplo de mercado. Temos os idosos ativos que viajam, se importam com moda e trabalho. Mas ao mesmo tempo existe o mercado para os idosos com problemas de saúde e locomoção, por exemplo. Assim não é apenas uma ramificação de produção para ajudar a economia a se manter, mas oportunidades para novos negócios, afinal os dados populacionais mostram que boa parte da economia será voltada a este público.

Mas além de serem ótimos consumidores, os maturis também precisam trabalhar. Muitos se aposentam e buscam outros empregos para completar renda ou para se sentirem ativos. Outros, apesar dos preconceitos dentro das empresas estão tentando retornar ao mercado e ou permanecer em seus empregos.

O fato é, que apesar de todo esse potencial, os idosos ainda não são vistos como opção para trabalhar. Mas isso precisa mudar também, pois todo consumidor precisa de poder para consumir, ou seja, capital. Além disso logo não será mais uma opção, visto que o envelhecimento é uma progressão geométrica.

O que buscamos expor é um problema que tem solução, chama-se oportunidade e visão empresarial. Os idosos não apresentam somente um mercado em potencial a ser considerado, mas também uma mão-de-obra perfeita para esta situação. Afinal, quem melhor que eles próprios para entender das necessidades e oportunidades? Acredito que representam uma mina de ouro tanto para o presente quanto para o futuro, e digo mais, a terceira idade não é mórbida ou estática, eles são ativos buscando por desafios e oportunidades como qualquer outro profissional do mercado.


Maravilhosa análise. Parabéns

Carlos Magno

Senior Account Executive | Enterprise Sales | Vendas Complexas

4 a

Cristina Sabbag excelente texto. Tenho 50 anos e de um tempo pra cá comecei a pensar em como uma população que está envelhecendo se comportará dentro de 10 a 15 anos, eu serei dessa faixa etária e não me imagino parado mas sim trabalhando como sempre, de forma mais inteligente talvez. E é um mercado que o nosso país terá essa realidade logo ali, em 2025 segundo algumas pesquisas. Parabéns pela visão. abcs

Marcio Suzuki

Gerente de Vendas | Gerente de Canais | Desenvolvimento de Negócios

4 a

Lamentavelmente,por mais que se diga sobre diversidade, o fator idade ainda é sim um tema de preconceito. Já ouvi veladamente de pessoas de recrutamento e proprios demandantes sobre a preferencia por sangue novo, deixando claro que o "novo" estava ligado a pessoas até 40 anos. Não quero romantizar o problema, mas um filme que dá uma perspectiva bacana sobre o tema é o "Senhor Estagiário" com Robert de Niro e Julia Roberts. Conheço sim muita gente tida como velha que tem sangue novo e capacidades tais quais gente mais jovem e com o diferencial da expetiência não so profissional mas de vida.

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