Ecossistemas e Meio Empreendedor
Desde os tempos mais remotos, os seres humanos vivem e se organizam em grupos. Com regras bem definidas, eles se relacionam com outras “tribos”, que têm interesses em comum. Essas conexões acontecem para a troca de informações e conhecimento, na qual muitos se unem em rede em prol de uma causa maior. Este espírito de colaboração acontece em muitos setores da sociedade, fortalecendo movimentos, lideranças e entidades para a construção de políticas e ações conjuntas.
Para o economista e professor emérito da Université du Québec à Trois-Rivières, Pierre-André Julien, “o meio é o lugar e ao mesmo tempo o mecanismo coletivo que pode explicar e facilitar os diferentes laços sociais, permitindo assim o dasabrochar de um espírito empreendedor coletivo, fornecendo os recursos de base, tais como a informação e os meios de transformá-la em conhecimento a fim de enfrentar os desafios as nova economia”.
No meio empreendedor, diferentes atores sociais se juntam para criar um ambiente propício para a inovação. Eles são responsáveis por orientar, capacitar, fomentar e inspirar profissionais, dando-lhes as condições necessárias para que novas ideias sejam colocadas em práticas e tornem-se um negócio sustentável. Este conjunto de esforços, formado por empresas, governo, instituições de pesquisa e ensino, incubadoras, aceleradoras, associações de classe e prestadores de serviço, entre outros, é chamado de Ecossistema Empreendedor.
De acordo com o psicólogo Daniel Insenberg, professor da Babson College, um ecossistema empreendedor envolve seis vertentes: 1) políticas públicas, que auxiliem com leis próprias e a redução de burocracia; 2) capital financeiro, com financiamentos e outras opções acessíveis aos novos negócios; 3) cultura voltada à experimentação, com tolerância a erros; 4) suporte profissional e especializado em diversos setores; 5) recursos humanos, possibilitando a capacitação do empresário e mão de obra qualificada; e 6) mercado, promovendo relações entre startups, grandes empresas e o próprio consumidor em geral.
Um dos exemplos bem-sucedidos de ecossistema empreendedor da atualidade é o Vale do Silício, na Califórnia (EUA). Ele concentra importantes universidades do mundo, além de diversos investidores, aceleradoras, incubadoras e famosas empresas que começaram como startups, tais como Google, Facebook e Apple. Por meio de eventos, incentivo a novos projetos e fomento à inovação, este polo tecnológico global segue em constante transformação e desenvolvimento, servindo de exemplo para a construção de soluções inovadoras em núcleos regionais.
Aqui no Vale dos Sinos (RS), a Fundação Liberato de Novo Hamburgo, é uma das instituições gaúchas que não apenas oferece ensino profissionalizante de qualidade, mas incentiva a pesquisa e o desenvolvimento de novos projetos e tecnologias há décadas. Cria-se uma cultura de inovação a partir da participação dos alunos em feiras, concursos e outros eventos que promovem o conhecimento, a troca de experiências e a integração com empresas e outros parceiros que apoiam o desenvolvimento de novos talentos.
As universidades locais, na Região Metropolitana de Porto Alegre, como UFRGS, PUCRS, UNISINOS, FEEVALE, ULBRA e La Salle contam com incubadoras e polos tecnológicos, que incentivam o surgimento de startups. Neste cenário, a existência de aceleradoras, investidores-anjos e outras formas de incentivo e financiamentos a novas ideias ajudam a garantir que os 3 pilares essenciais de um ecossistema empreendedor se sustente: 1) empreendedores que queiram solucionar problemas; 2) conhecimento para tornar os projetos realidade; e 3) investidores capazes de apostar nas ideias e torná-las escaláveis.
Na H2Hub, por exemplo, incentivamos a criação de novos negócios, contribuindo para a trajetória do ser, pensar, agir, propor e entregar; contribuindo com o segundo pilar essencial! Por meio de Programas de Educação Empreendedora, como o Berçário de Ideias – realizado em parceria com a Unitec e o Tecnosinos –, Eu, a super sócia, Izabel Santos, e diversos parceiros, auxiliamos estudantes e empresários, em diferentes áreas e estágios da carreira, na modelagem de propostas de valor e negócios, contribuindo também com o seu desenvolvimento humano.
A metodologia desenvolvida por nós da H2Hub, conhecida como Trying to Fly (TTF), abre espaço para que os projetos sejam cocriados e amadurecidos, incentivando a transformação de ideias em negócios concretos. Participo desse processo ativamente, realizando facilitação de oficinas, mentorias e conexões com outros profissionais, que contribuem com a sua visão de mundo e experiências no mercado. A união e o comprometimento de todos são fundamentais nesta caminhada e fazem toda a diferença. Junte-se a nós!
Referências
JULIEN, Pierre-André. Empreendedorismo regional e a economia do conhecimento. São Paulo: Saraiva, 2010.