Edição de Setembro 2024
Além das práticas superficiais: a verdadeira essência da liderança na criação de ambientes de trabalho engajados
Eu costumo dizer que liderar uma empresa é, acima de tudo, inspirar e motivar pessoas. No cenário corporativo atual, a diferença entre organizações que conseguem reter talentos e aquelas que são vistas como portas giratórias frequentemente repousa na qualidade da liderança. É alarmante, contudo, como muitas empresas, apesar de suas boas intenções, tratam comportamentos essenciais de liderança – como ouvir, agradecer e celebrar – como itens de uma lista de tarefas, sem integrá-los realmente em uma cultura autêntica e engajada.
Pesquisas revelam uma realidade inquietante: apenas 15% dos funcionários ao redor do mundo se sentem engajados em seu trabalho. Este dado não é meramente um número; é um reflexo da discrepância significativa entre as intenções dos líderes e a realidade vivida pelos colaboradores. A superficialidade com que muitos líderes tratam comportamentos essenciais de liderança contribui para esse desengajamento. A verdade é que, embora muitos líderes afirmem valorizar a comunicação aberta e o reconhecimento, esses comportamentos frequentemente permanecem na superfície, sem abordar as questões mais profundas que impactam a satisfação e a retenção dos colaboradores.
A situação no Brasil é ainda mais preocupante. Apenas 3,6% dos profissionais afirmam nunca ter experienciado comportamentos tóxicos por parte de seus gestores, e 55% se sentem desmotivados ou desvalorizados. Esses dados servem como um alerta urgente para a necessidade de uma abordagem mais robusta e genuína. As práticas de liderança não podem se limitar a atos simbólicos; elas devem ser integradas de maneira verdadeira na cultura da empresa.
A liderança autêntica exige mais do que gestos superficiais. Ela requer a construção de um ambiente onde os funcionários realmente se sintam valorizados e ouvidos. Organizações que prosperam em um ambiente complexo são aquelas que promovem culturas abertas e colaborativas. É fundamental criar uma cultura corporativa que coloque as pessoas em primeiro lugar, priorizando a saúde mental e física, a satisfação no trabalho e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Gerir pessoas resume-se em extrair o melhor delas por meio do cuidado, independentemente das mudanças e tendências que surgirem.
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A comunicação aberta é um pilar crucial nesse processo. Estudos mostram que 70% dos funcionários se sentem mais engajados quando seus líderes praticam uma comunicação transparente e receptiva. Isso não se refere apenas à transmissão de informações, mas também à valorização do feedback dos colaboradores. Quando a comunicação é clara e bidirecional, os funcionários compreendem melhor seu papel e a contribuição para o sucesso da organização, minimizando problemas e fortalecendo o propósito comum.
A verdadeira retenção de talentos começa com uma liderança que é tanto empática quanto honesta. Líderes que se dedicam a entender seus funcionários e a priorizar a transparência não apenas engajam suas equipes, mas também as capacitam a alcançar novos níveis de desempenho. Empatia e honestidade não devem ser vistas como slogans ou modismos passageiros, mas sim como práticas fundamentais e constantes. Para garantir que estão sendo verdadeiramente empáticos e honestos, os líderes precisam se autoavaliar continuamente e buscar feedback legítimo, ao invés de apenas seguir uma obrigação. A confiança, crucial para uma força de trabalho engajada, é construída através da transparência, do cumprimento de promessas e de um comprometimento autêntico com o bem-estar dos funcionários.
Essa abordagem de liderança é essencial, mas também é importante reconhecer que a capacitação dos colaboradores vai além da gestão cotidiana. Oferecer responsabilidades e os recursos necessários para o sucesso é um componente vital para fomentar o engajamento e o propósito dentro da organização. O relatório recém-divulgado pelo LinkedIn revela que 94% dos funcionários permaneceriam mais tempo em uma empresa que investisse no desenvolvimento de suas carreiras. Oferecer oportunidades de crescimento não só amplia o pool de talentos, mas também facilita a retenção a longo prazo, demonstrando um compromisso real com o progresso dos colaboradores.
A era digital oferece oportunidades valiosas para estimular o engajamento dos colaboradores. A automação de processos tem se mostrado um divisor de águas ao tornar a atuação de cada um mais eficaz. Dar autonomia aos membros da equipe é essencial para mantê-los motivados e preparados para enfrentar os desafios cotidianos. A tecnologia não apenas otimiza a gestão de dados e o planejamento estratégico, mas também libera os colaboradores para se concentrarem em tarefas mais estratégicas e criativas, que exigem um toque humano.
Além disso, ferramentas tecnológicas podem auxiliar no planejamento de carreira e sucessão, oferecendo visões claras de trajetórias possíveis dentro da organização e os meios para alcançá-las. Sistemas de gestão de talentos permitem que os colaboradores identifiquem as habilidades necessárias para avançar em suas carreiras e acessem treinamentos para desenvolvê-las. Isso demonstra o compromisso da organização com o crescimento de seus colaboradores.
Portanto, criar um ambiente de trabalho verdadeiramente engajado e eficaz vai além de simplesmente seguir uma lista de tarefas. Requer uma liderança autêntica que coloque a confiança, a transparência e o bem-estar dos funcionários como prioridades centrais. Quando esses valores são incorporados de maneira genuína na cultura organizacional, os líderes têm a capacidade de transformar seus ambientes de trabalho em locais onde os funcionários se sentem verdadeiramente valorizados e motivados. Isso não só promove um crescimento sustentável e significativo para a organização, mas também define os verdadeiros líderes — aqueles que não apenas gerenciam, mas que inspiram e capacitam suas equipes a alcançar novos níveis de excelência.
A discussão sobre a verdadeira essência da liderança é crucial. Criar uma cultura de confiança e transparência realmente faz a diferença na motivação das equipes. Quais práticas você acredita que são mais eficazes para desenvolver essa cultura?
Scrum Master in SIS Innov & Tech | Cliente: Bradesco Seguros | Scrum Master | Gestão de Projetos | KMP-KSD | CSM Agilist | Lean Leadership | Management 3.0 | OKR
2 mUm ponto importante destacado no texto é a necessidade de líderes realmente comprometidos com o bem-estar e o desenvolvimento dos seus colaboradores. Não basta apenas praticar atos simbólicos de liderança, é essencial que a empatia e a transparência façam parte da cultura organizacional. Quando esses valores são incorporados de forma genuína, o impacto é profundo tanto no engajamento quanto na retenção de talentos.
Scrum Master | Product Owner | Agile Master | PSM-I | PSPO-I | TKP | KSD | Metrics & OKRs | Management 3.0
2 m"Lidere da forma que gostaria de ser liderado". Grande frase do nosso Buono.
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2 mOrgulho em ser #TeamGFT