EDUCAÇÃO É TUDO, OU NADA?
Ensaio sobre a educação no Brasil, escrito por Silvio Luzardo, no Dia do Professor, em 2005, e recitado no encontro de educadores da Faculdade Senac Florianópolis naquela data.
EIS AQUI O NOSSO GRANDE DESAFIO DO SÉCULO 21...
100 ANOS EM 20. É POSSÍVEL?
RESPONDA AO TESTE DEPOIS DA LEITURA DAS DUAS OPÇÕES.
1. ASSIM?...
Aulas modorrentas, rotineiras, maçantes. Conteúdos herméticos, rotundos, obsoletos, ultrapassados. Comparecer às aulas vazias de sentido e significado. Ficar detido à burocracia impositiva e às chamadas convencionais. Vamos esquecer as aulas que retrocedem dentro de si mesmas, que ficam estagnadas, sem ânimo e sem burburinho. Ligadas aos rótulos impiedosos e às simpatias apadrinhadas itinerantes, ao conhecimento unilateral, vergado pela idade das coisas vencidas. Impiedosamente seguindo o rito, à sequência previsível, às cortinas que não se abrem, às janelas que não transpiram, às portas que impedem a entrada da criatividade. Ao lado de fórmulas regradas, relatórios impiedosos, saberes que não se revelam e se entocam passageiras nas mentes não provocadas. Adormecido pela quietude das aulas tristes e rotineiras e principalmente à disciplina forjada no poder da soberba de quem acha que sabe tudo e nada sabe.
2. OU ASSIM?...
Adentrando aulas dinâmicas e animadas, à pedagogia do confronto amistoso, ao enclave do saber, ao choque das gerações, ao vale-tudo do conhecimento. Bem-vindos à esplanada das ideias, à combinação dos valores do entendimento mútuo, à franquia dos sentimentos. Bem-vindos às aulas que mexem com seu corpo e sua mente, que alteram os batimentos da inércia, que saltam dos olhos para a vida e deixam de ser apenas um risco inútil no caderno ou um cálculo frustrado. Bem-vindos à casa do saber em que se expõe o conhecimento passado para gerar frutos no futuro. Bem-vindos ao agito das labaredas que constroem as diferenças dentro da tolerância e respeito mútuo, às pétalas que exalam dos debates organizados, às mudanças que fermentam no pão que se amassa, às controvérsias que balizam o confronto do diálogo e da compreensão de que docente e discente crescem amparados um no outro e acertam juntos os ponteiros do amanhã através da pauta de uma aula propositiva e alicerçada em provocar o legado recebido para criar novas soluções para o mundo e para a sociedade.
Qual foi a sua impressão? Em que mundo educacional você e o seu filho, ou você professor se encontram?
Como podemos juntos mudar o Brasil, de uma viés onde a ideologia política fique fora da sala de aula e, dentro dela, acenda-se o pavio do foco construir fazendo o novo?
O que é preciso fazer para mudar a educação?...
O item 2 propõe uma nova pedagogia, uma nova forma de educar, um novo horizonte, mas para isso precisamos de qualificar nossos professores, dotar-lhes de remuneração adequada, mobilizar recursos para, dentro do ensino básico, fomentar as práticas e as experiências, escolas amparadas na segurança individual e coletiva e uma relação estreita e proativa entre educadores e pais ou responsáveis.
Tarefa gigantesca, portanto, do tamanho desse gigante Brasil que não pode mais ficar à deriva da educação e manchando as estatísticas como um dos países que fica "lá embaixo" nos indicadores de qualidade e eficiência no ensino.