Educação Ambiental na Prática da Sala de Aula: LDB e Práxis do Pensamento Complexo e Transdisciplinaridade de Edgar Morin (2020)
Educação Ambiental na Prática da Sala de Aula: LDB e Práxis.
Consoante a colocação da professora Magnólia Cardoso, coordenadora dos estudos de educação ambiental e ecologia do IFPI - A interdisciplinariedade e a transdisciplinariedade é uma junção de um conjunto de informações e, que também compõem o desenvolvimento sustentável, o qual nos permite hoje a existência da nossa vida em nosso planeta. A importância dos aspectos metodológicos sobre a questão da educação ambiental. Como surgiu, por que surgiu, qual a finalidade, qual a importância desse estudo dentro do contexto do conhecimento e sobrevivência da nossa espécie, principalmente da espécie humana? Já em 1992, no final do século XX, foi criado o Ministério do Meio Ambiente e instituídos Núcleos de Educação Ambiental em todas as superintendências estaduais do IBAMA, acelerando o processo de consciência ambiental em nosso país. Em 1994, foi criado o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA) para se alcançar em nível nacional três principais objetivos: 1. Capacitação de gestores e educadores; 2. Desenvolvimento de ações educativas e de desenvolvimento de instrumentos; 3. Metodologias. E definitivamente criou-se um programa de Educação Ambiental, este programa irá permitir nortear tudo que se faz e que se pretende fazer com relação a educação ambiental.
Palavras-chave: Sustentabilidade. Ensino-aprendizagem. Ecologia. Pensamento Complexo. Transdisciplinaridade.
1. Os principais objetivos da educação ambiental no Brasil
Desde o ano de 1992, para 2018 nós temos vinte e seis anos, e ter apenas 26 anos é muito jovem, muito recente, a questão do estudo da educação ambiental em nosso país. Imaginemos um país, um planeta, que veio a surgir a cerca de 4,6 bilhões de anos, e nós brasileiros a apenas 26 anos atrás temos leis que regulamentam o nosso estudo. Daí a importância desta disciplina nos cursos vigentes em nossas faculdades. Então, o Programa Nacional de Educação Ambiental, qual seria sua importância e seus objetivos? Seus objetivos básicos permeiam e sustentam todo o processo de educação ambiental no Brasil.
Todavia, os objetivos mais importantes da Educação Ambiental em nosso país são: a) Capacitação de gestores e educadores; b) Desenvolvimento de ações educativas e de desenvolvimento de instrumentos; c) Metodologias. Então, a educação ambiental através do PRONEA, criou estratégias de ação para que estes estudos fossem melhor aplicados e trabalhados dentro de todas as esferas institucionais.
E, mediante as mudanças que foram traçadas como estratégias de ação nós tivemos a formal, a não-formal e a questão da gestão ambiental, o que acontece? Segundo a professora Dra. Magnólia Cardoso (2018, p. 11ª):
Para que fosse implantada a educação formal e não-formal, ocorreram procedimentos legais, dentro da (Lei No. 9.795 de 25 de Abril de 1.999), sob a Presidência da República que gere legalmente todas as formas de leis em nosso país, diz o seguinte: No Capítulo II, Da Política de Educação Ambiental: a educação formal e a educação não-formal.
Segundo a visão de Cardoso (2018): Mas o vem a ser esta educação formal e não-formal? Nós sabemos que a educação formal é aquela que está inserida em todos os âmbitos das instituições e das esferas públicas: municipal, estadual e federal, ou seja, é a busca legal dentro desta implantação destas esferas de educação.
Então, observa-se nos termos no Artigo IX, que diz o seguinte: Entende-se por Educação Ambiental nas escolas em todos os âmbitos na esfera da Educação Básica, educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Estas três diversificações, divisões compreendem a educação básica, e, no ensino superior, também na educação especial, na educação Profissional e na educação de Jovens e Adultos.
Assim sendo, está-se discutindo que a educação formal que está embasada em leis, que é garantia em lei permite em todas as esferas a formação do sujeito ela deve estar inserida. Que para isso a importância da conscientização, da informação da questão ambiental em todo este percurso da história educacional do sujeito.
E, a educação não-formal? Por que é que é não-formal? Mesmo estando regulamentada em lei, no Artigo XIII, diz o seguinte: Entende-se por Educação Ambiental não-formal as ações de práticas educativas voltadas para a sensibilização da coletividade.
Por isso é que ela é não-formal por que aí onde vai entrar toda a nossa participação coletiva de nossa comunidade, da nossa associação, da nossa escola, nós como sujeitos fazendo parte deste ambiente, deste planeta. E educação não-formal é vai salientar, discutir, permitir uma série de programas, de projetos, de atitudes de uma comunidade, ela está dividida em segmentos, por exemplo, a primeira diz o seguinte, consoante o ambientalista Leonardo Boff (2018, p. 13ª):
A difusão por intermédio dos meios de comunicação de massa em espaços nobres de campanhas educativas. Quando nós fazemos uma campanha educativa de coleta de lixo, quando fazemos a reciclagem de um material, quando fazemos a redução da poluição, quando fazemos o resgate das margens do rio, tudo isso é uma educação não-formal.
No entanto, conforme Boff (2018), uma vez ao precisar-se de entender que a educação formal associada ao conjunto de interesses de toda a comunidade de educação não formal é que vai permitir a questão da sustentabilidade em nosso ambiente. Então, com isso nós vamos observar que a educação ambiental através do Programa Nacional de Educação Ambiental vai direcionar uma série de condições para o nosso trabalho.
A educação através do processo de gestão, o que vem a ser este projeto de gestão? Exatamente como será trabalhado, as metodologias que serão trabalhadas, as capacitações que serão aplicadas. Nós estamos trabalhando aqui através da gestão e da educação a distância para facilitar a aplicabilidade da formalidade dentro do conhecimento de educação ambiental.
Temos também outro processo, outra carta que dá a condição de estudo que é através de ‘campanhas’, nós sabemos que hoje o que sustenta, o que viabilizou, o que disparou em conhecimento a respeito da educação ambiental são as campanhas. A campanha com relação ao consumo da água, ao consumo do alimento, ao consumo dos gases, ao consumo do oxigénio, ao consumo dos bens de uma maneira geral. Então, estas campanhas permitem a todos nós consumidores a termos consciência do que vem a ser o princípio básico para a questão da educação básica ambiental.
Em 1997, Brasília-DF sediou a Primeira Conferência de Educação Ambiental Nacional e elaboração da Carta de Brasília para a Educação Ambiental. E com estas três estratégias, foi criada uma carta de Brasília para a educação ambiental que tem ao menos as temáticas que são, conforme ICMBio[1] (2018, p. 17ª):
1. Educação Ambiental para o desenvolvimento sustentável;
2. Educação Ambiental formal: papel, desafios, metodologias e capacitação;
3. Educação no processo de Gestão Ambiental: metodologia e Capacitação;
4. Educação Ambiental e as Políticas Públicas: PRONEA, políticas de recursos hídricos, urbanas, agricultura, ciência e tecnologia;
5. Educação Ambiental, ética, formação da cidadania, educação, comunicação e informação da sociedade.
Consoante o ICMBio (2018), como esta gestão ambiental será trabalhada? Através de vídeo-aulas, de oficinas, de capacitação. São as políticas públicas que irão nortear, que irão direcionar, que irão permitir, a questão dos recursos hídricos, a questão da preservação da floresta, a questão dos gases, colocados aí na atmosfera. Então, vejamos que todas as condições de sobrevivência no planeta têm uma orientação através de um documento feito com encontros, com discussões, para que estes documentos pudessem valer.
Como vem a ser a educação ambiental e os quais são seus órgãos que deles fazem parte e que deles fazem as discussões e das divisões dos diferentes segmentos da educação ambiental em nosso país? Tem-se o Programa Nacional de Educação Ambiental que são órgãos originados a partir das organizações de uma forma geral de projetos. Vamos ter as estruturas de Políticas Públicas através do Ministério de Meio Ambiente e Ministério da Educação.
Pois, quais são órgãos superiores e a partir destes ministérios, estes programas: o PRONEA, Programa Nacional de Educação Ambiental, o PNEA, através de programas, eles irão nortear, eles irão direcionar, eles irão orientar os diferentes segmentos: de como estudar a educação ambiental?
Em seguida veremos por que estes órgãos são importantes na segmentação, na instrumentalização do nosso conhecimento? Onde vamos falar da interdisciplinariedade e da transdisciplinariedade, das quais já ouvimos falar de tais termos? Até por que “nossos professores trabalham com estas condições. E o que vem a ser tais termos? Tem-se uma série de questionamentos, tais como, consoante Boff (2018, p. 21ª):
1. De onde vem esta proposta?
2. É mais uma metodologia?
3. Quais são seus objetivos?
4. Qual é a lógica da organização curricular da metodologia?
5. Para que estes conteúdos destas metodologias?
Todos estes são questionamentos, como coloca Boff (2018) que são possíveis de serem respondidos para o entendimento da junção do caráter inter e transdisciplinar. Vamos definir primeiro o que vem a ser esta nova postura de conhecimento. Claro que esta nova postura veio para melhorar a relação de nossos estudos e de nosso conhecimento com relação essa união. Então, a interdisciplinariedade é a união de um ou mais conhecimentos.
Claramente percebe-se o que ocorreu quando começaram a informar-se das letras, como nós fomos alfabetizados, antigamente? Antigamente existiam Matemática, Ciências, Biologia era outra, Física, História. Hoje, não, hoje as disciplinas, os conhecimentos se completam, os conhecimentos dependem um do outro, é por isso que quando vemos um filme, quando lemos uma reportagem, quando participamos de uma discussão, quando vemos um telejornal, quando assistimos um programa radiado, ou televisivo, o nosso entendimento melhora.
O nosso entendimento se amplia, mas por que? Por que existem naquelas informações: quando lemos um livro, seja de qual esfera for, existe uma correlação de pensamentos e conhecimentos, o que vai-se permitir melhorar-se o entendimento de nossa leitura ou de nossa informação. E isso é que é inter, é um conhecimento que é de uma ou mais disciplinas.
2. Considerações finais
Em Educação Ambiental, por exemplo, nós aqui trabalhamos constantemente com a interdisciplinariedade, e transdisciplinariedade, e o vem a ser a transdisciplinariedade? Seria a possibilidade de se construir respostas, é aquilo que vai além, para o mais além. Nós conhecemos, obtemos uma informação e aquilo que adquiro uma resposta, vou além de uma informação, questionamentos, procurando solução, soluções com outras áreas, isto vai além do que nós nos propomos, isto é o que é transdisciplinariedade.
Porquanto, em Educação Ambiental, tanto a inter quanto a transdisciplinariedade, elas entrelaçam que é difícil separarmos. Se fazemos um trabalho de coleta de lixo, nós de Química, de Biologia, temos a Física, a Matemática, temos Geografia, a Leitura, os textos de Português, também temos diferentes embalagens, temos de Inglês ali.
Não há como separarmos hoje destes conhecimentos muito importantes para a avaliar as condições da Educação Ambiental. Então, em 2000, Edgar Morin, autor que trabalhamos em nosso material, quis aprofundar a discussão, já no ano de 2000, dezoito anos atrás. Porquanto, como se remete, como se reporta a questão ambiental, ela é muito recente no planeta, e no nosso país. Principalmente, gostaria que isto fosse recente, com nossas atitudes elas fossem bem mais antigas do que mais nós estamos aqui didaticamente.
Portanto, para o humanista francês Edgar Morin (2000), nos diz: Que ensinar o conhecimento é um erro, uma ilusão, que ninguém se ensina. Estamos comentando e discutindo coletivamente, mas a práxis social depende de cada um de nós, a nossa ação no mundo apenas depende de nós mesmos.
Referências:
ANDRADE, D. F. Implementação da Educação Ambiental em escolas: uma reflexão. In: Fundação Universidade Federal do Rio Grande. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v. 4.out/nov/dez 2000.
BOFF, Leonardo. A Guerra da Água. Artigo apresentado no 2º Fórum Mundial da Água. 2000.
CURRIE, K. L. Meio ambiente interdisplinaridade na prática. Campinas, Papirus, 1998.
CARTA, pacto das águas. Microbacia da sanga Mineira. Mercedes. Paraná. 2005.
CARDOSO, Kênia Mesquita Mendes. Educação ambiental nas escolas. 2011. 25 f. Monografia (Licenciatura em Ciências Biológicas)—Consórcio Setentrional de Educação a Distância. Universidade de Brasília, Universidade Estadual de Goiás, Brasília, 2011.
DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo, Gaia, 1992. DONELLA, Meadows. Conceitos para se fazer Educação Ambiental - Secretaria do Meio Ambiente, 1997.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL MEC. Coordenação: A implantação da Educação Ambiental no Brasil. Brasília, 1998.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, ed. 11ª, 1980.
GASPARIN, João Luiz. Metodologia histórica - crítica: Processo Dialético de Construção do Conhecimento Escolar. DPM/EUM, 2006.
GUERRA, R. T. GUSMÃO, C. R. C. A implantação da Educação Ambiental numa escola pública de Ensino Fundamental: teoria versus prática. João Pessoa, Anais do Encontro Paraibano de Educação Ambiental 2000 – Novos Tempos. 08-10 nov/2000.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação: mito e desafio. Uma perspectiva construtivista. Porto Alegre, Educação e Realidade, 1991.
ITAIPU BINACIONAL. Lição de ecologia. Energia com responsabilidade socioambiental.CD radiofônico do Programa Cultivando Água Boa.
[1] ICMBio – Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, este ligado ao Ministério do Meio Ambiente e ao Governo Federal.
psicopedagogo neuroeducador
4 aParabéns pela grande publicação através dos Cadernos de educação da Faculdade Sucesso de São Bento PB, saúde de modo especial os colegas do MEstrado: Eufábio Q. Bezerra, Joselito dos S. Cardoso e o poeta Joaquim A. Pereira!
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4 aGEnomas parentescos...