Educação e Consciência Social
Tem uma fala atribuída a Albert Einstein que diz “Procure ser um homem de valor, em vez de ser um homem de sucesso”, e poucos conseguem mensurar e efetivar tal fala.
Vimos várias pessoas que buscam o sucesso fazendo-se valer uma outra fala atribuída ao filósofo Thomas Hobbes ao dizer que “O homem é o lobo do homem”, ou seja, ele vê o seu próximo como inimigo, e assim passa a prevalecer seu egoísmo e a sua indiferença com as mazelas sociais.
Até onde uma educação formal pode influenciar este homem de valor, ressaltado por Eistein acima?
Observe que as pessoas que se encontram no topo da pirâmide social e que poderiam ajudar o seu próximo são as que gozam de indiferença perante as mazelas, vivendo assim em um universo paralelo.
São muitos que saíram do limo da sociedade alçando vôos pela seara política, tendo todos os recursos e meios para ajudar pessoas em áreas de risco, mas optaram simplesmente por fecharem os olhos para esta cruel realidade.
Como afirmado por mim em textos e em um Bate Papo Cultural intitulado Educação e Ciências: Construção de Identidades, promovido pela SEMED (Secretaria Municipal de Congonhas – MG), reitero que valores são ensinados pela família e por isso se faz mister o elo entre família e escola, para que se efetive uma educação de qualidade.
Os valores aprendidos pelas pessoas no seio familiar não serão aprendidos pelas mesmas em uma escola, por isso, homens de valores terão sempre seu lugar na sociedade.
Peguemos como exemplo o futebol. Temos muitos jogadores que ostentam suas riquezas e se esquecem de suas origens. Seria leviandade afirmar que eles perdem valores, mas pela lógica não se pode perder o que não se tem.
Neste meio usaremos as falas de Sadio Mané, um atacante do Liverpool, e que recebe um salário astronômico, mas que prefere não ostentar com coleções de carros luxuosos, jatinhos e relógios e ajudar o seu próximo. Ele procura fazer a diferença e mudar o mundo, e sua fala é simples: “Por que eu teria dez Ferraris, vinte relógios de diamante e dois jatinhos? O que isso significaria para mim e para o mundo?”.
O jogador ainda complementa com a seguinte fala: “Passei fome, tive que trabalhar no campo. Passei momentos duros, jogava futebol descalço, não tive a mesma educação que outros, mas hoje, com o que conquistei no futebol, posso ajudar meu povo. Prefiro construir escolas e dar comida ou roupa às pessoas pobres”
Giles em eu livro Filosofia da Educação, publicado pela EPU em 1983 afirma que a educação em si leva o educando a uma consciência de poder ser mais, de reconhecer a sua importância de ser um eu no mundo com o outro com um foco no comum e solidário.
Observe que Sadio Mané enxerga a educação como a oportunidade para que muitos saiam da extrema pobreza em que se encontram, mas sabemos que outros jogadores, embora minoria também fazem isso.
Infelizmente cabe-nos perceber que as pessoas que mais poderiam fazer uso da consciência social são os políticos, pessoas estas que se encontram despidos de ética, e que desviam verbas para fins próprios, aumentando progressivamente a miséria.
A grande maioria de nossos políticos, simplesmente representa a escória da humanidade, pois estes são desprovidos de ética, humanismo, consciência social ou qualquer outro valor que o faz se tornar um homem de bem.
Dito isso, cabe a nós educadores continuarmos a fazer valer sempre as falas de Paulo Freire quando afirmava que “a educação necessita tanto de formação técnica, mas também de sonhos e utopias”, assim sendo, fomentemos sonhos em nossos alunos e auxiliemos sempre para que possam realizá-los.
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br