Educação Financeira, por onde começar?
Navegando pela internet, não temos dificuldade em encontrar tópicos relacionados à Educação Financeira. Alguns sites apresentam até um “curso gratuito” relacionado ao tema, mas, sempre que vejo algo assim eu me pergunto: A quem estes cursos realmente se destinam?
Ao que parece a Educação Financeira no Brasil está ligada diretamente ao assunto da moda, o mercado de capitais, porém, como citei em posts anteriores, o jovem adulto assume grandes responsabilidades financeiras sem sequer possuir um embasamento matemático.
Infelizmente eu noto que esses cursos, muitas vezes ministrados por corretoras de valores ou bancos visam apenas à venda de algum produto ou serviço financeiro, deixando de lado a Educação Financeira de fato. É como entregar uma cópia de Os Lusíadas a um analfabeto e garantir que com isso ele vai aprender a ler.
Quando falamos em Educação Financeira, questões básicas devem vir à tona como o conceito de fluxo de caixa, salário bruto x salário líquido, gastos fixos e gastos variáveis, enfim, a Educação Financeira deve começar no controle daquilo que ganhamos x aquilo que gastamos para posteriormente adentrarmos de maneira mais profunda no mundo das finanças.
No artigo “A Parcela cabe mesmo no bolso” eu comento sobre o descontrole que o brasileiro tem de suas finanças por assumir suaves prestações que no fim das contas se tornam uma imensa bola de neve…
…….Como iniciar um curso de investimentos sem antes fornecer o embasamento prático necessário para o controle dos gastos?
Não podemos falar de Finanças Pessoais sem elencar um tópico totalmente dedicado à conscientização sobre gastos desenfreados e como isso pode prejudicar seu futuro.
Claro que o conhecimento acerca de produtos financeiros é de suma importância para uma correta gestão de capital, mas novamente, não podemos pedir que alguém que acabou de aprender o alfabeto faça uma leitura crítica dos Lusíadas.
A Educação Financeira também não pode ser vista apenas como uma etapa, um certificado guardado na gaveta. Ao contrário, ela deve ser feita dia após dia com a participação de toda a família. Ela deve ser um compromisso assumido visando um bem maior. A viagem no fim do ano, a faculdade, a aposentadoria são fatores que podem depender exclusivamente da forma como as finanças pessoais são geridas.
Em um cenário em que anualmente milhares de jovens entram no mercado de trabalho e assumem grandes responsabilidades, o “Bê a bá” das finanças torna-se cada vez mais importante para a emancipação de uma grande parcela da população.
Em breve divulgaremos nosso portfólio de cursos e workshops relacionados à Educação e à Alfabetização Financeira onde estes e outros tópicos serão abordados.
Publicado originalmente no blog Falando de Grana
Marcos Milan é mestre em Administração, especialista em Finanças Corporativas e Educação Financeira, Palestrante, professor universitário, consultor e criador do blog Falando de Grana.