A educação que transforma

A educação que transforma

Por Marina Pedrosa

Nunca, em minha vida adulta, desde que decidi ser professora, imaginei que pudesse ser recebida em algum lugar como celebridade. Nunca, até julho de 2022, quando pisei em Atalaia do Norte (AM), a cidade que tem o 3º pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. Lá, ganhei aplausos e carinho de toda a população. Emoção e gratidão imensas, das quais nunca me esquecerei.

Atalaia é uma das cidades mais isoladas do Brasil: de minha casa, em São Paulo, peguei um voo para Manaus (quase 4 horas em voo direto); de lá, 40 horas de barco pelo Rio Amazonas até Benjamin Constant e, de lá, mais uma uma hora de estrada até Atalaia. Achou muito? 

Pasme: havia professores que navegaram durante 10 dias (sim, você leu certo, dias!), ou seja, fizeram o percurso de barco por 10 dias para participar da formação de professores proporcionada pela @omunga_oficial, que é um empreendimento social com o propósito de levar livros, realizar ações de desenvolvimento do professor e viabilizar a construção de bibliotecas em regiões distantes ou isoladas, onde poucas ou nenhuma organização social atua – sertão do Piauí, África, Amazonas e Roraima. Atalaia foi escolhida por conta de seus (baixos) índices. 

Na escola de uma comunidade ribeirinha que visitei em julho de 2022, o professor era formado em Gastronomia e dava aula numa sala multisseriada, com crianças de 3 a 12 anos, todas na mesma turma. Alguns falavam português, outros, espanhol, pela proximidade com o Peru, e outros falavam línguas de suas respectivas etnias indígenas. O desafio é imenso, mas o desejo de superação e sede de aprendizado dos professores é ainda maior.

Neste momento, estamos afinando os últimos instrumentos para partir para Atalaia na próxima expedição, na última semana de setembro, quando, novamente, integrarei o time da OMUNGA, dessa vez, como coordenadora das Oficinas Pedagógicas e Culturais.

Os alunos e alunas do Colégio Augusto Laranja, principalmente os do Ensino Fundamental I, parecem estar na mesma expectativa que eu. Conversamos sobre os detalhes da viagem, o que significam os indicadores do IDH (uma reflexão com estudantes do 4º e 5º Ano), vimos, no mapa, onde se localiza Atalaia, discutimos e confrontamos realidades. 

Combinei que faria um pequeno diário – com fotos e vídeos – dos locais visitados e depoimentos dos participantes, se eles autorizarem. Todos estão bem ansiosos para embarcar nesta expedição comigo. 

Campanha de doação de livros e gibis

Pretendo levar na mala muitos e muitos livros doados pela comunidade escolar do CAL. Estamos bastante otimistas com o sucesso desta campanha. Queremos que os livros infantis e gibis de qualidade e em bom estado cheguem a todas as crianças, de todos os lugares, mesmo os mais distantes do Brasil. 

Temos certeza de que podemos contar com a ajuda de todos. Traga suas doações no Colégio (poderão ser deixadas nas portarias da Rua dos Chanés, 205) para que crianças e professores tenham acesso aos benefícios que os livros nos proporcionam! Aproveito para convidá-lo a seguir a página da @omunga_oficial e nos acompanhar nesta aventura. Até breve!

#ColégioAugustoLaranja #educaçaoinfantil #Moema #livros #Omunga #Bibliotecas #Educação

Marina Pedrosa é Coordenadora Pedagógica da Ed. Infantil e Ensino Fundamental I do CAL


Andreia Regina Dichelli

Coordenação Pedagógica | Desenvolvimento Infantil | Gestão de Equipes | Planejamento Educacional | Inclusão Educacional

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Sou sua fã!

Francisco Estefogo

Pós-doutor em Linguística Aplicada, Filosofia, Colunista, Membro da Academia Taubateana de Letras.

1 a

Colégio Augusto Laranja mais que “invertida, ativa, positiva, inverso, empoderado, protagonismo”, dentre outros modismos (efêmeros) pedagógicos, que se espraiam como lava decorrente de um vulcão “revolucionário” (sei), é preciso acolher, ser solidário, agir na seara das emoções e, certamente, de alguma forma, preconizar a (que pouco se escuta) Pedagogia do Amor, como já asseverava Paulo Freire. Parabéns!! Menos blá-blá-blá, como também sugere a concepção freireana na magnânima Pedagogia do Oprimido, e mais “práxis revolucionária (de fato!) e libertária”, como a doação e a imersão em livros. Absolutamente imprescindível.

Priscila Lambach Ferreira da Costa

Doutora em Psicologia da Educação, Psicopedagoga e Presidente da Associação Brasileira da Pessoa Canhota

1 a

Que lindo!

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