Educação – Remédio contra a Corrupção
Nada me consome mais do que ver uma coisa errada, seja ela grande ou pequena. Os escândalos de corrupção na Petrobras, que assolaram o país pela sua grandeza, são apenas alguns dos exemplos que temos que conviver. Há muito tempo atrás estive lá dentro quando fui Diretor de uma Usina de Açúcar e Álcool, e o jeitinho já acontecia. Deixei a empresa rapidamente. Não compactuo com essas coisas.
A desonestidade em qualquer esfera da vida cobra um preço alto. Em se tratando dos governos nacionais, a conta não se resume apenas à usurpação de cifras vultosas dos cofres públicos. De acordo com o último relatório da organização não governamental (ONG) Transparência Internacional, publicado em 25/01/2017, a corrupção e a desigualdade geram um círculo vicioso. A falta de lisura de um país está ligada a baixos índices de desenvolvimento humano, mão de obra escrava e infantil, tráfico de pessoas e animais silvestres, destruição ambiental, aumento da ineficiência do sistema político e econômico entre outras mazelas que, no extremo, corroem os alicerces da democracia.
Tomando como base o Índice de Percepção da Corrupção divulgado pela ONG, cuja avaliação tomou por base os níveis percebidos de corrupção no setor público em 176 países, estes foram os 20 mais corruptos do mundo: Somália, Sudão do Sul, Coréia do Norte, Síria, Iêmen, Sudão, Líbia, Afeganistão, Guiné-Bissao, Venezuela, Iraque, Eritreia, Angola, República do Congo, Haiti, Chade, República Centro-Africana, Burundi, Uzbesquistão, República Democrática do Congo. Estes países são caracterizados pela ampla impunidade da corrupção, governança fraca e instituições frágeis.
Dentre os 20 menos corruptos estão: Dinamarca, Nova Zelândia, Finlândia, Suécia, Suíça, Noruega, Singapura, Holanda, Canadá, Alemanha, Luxemburgo, Reino Unido, Austrália, Islândia, Bélgica, Hong Kong, Áustria, Estados Unidos, Irlanda e Japão.
Embora nenhum país seja livre de corrupção, os países no topo compartilham características de governo aberto, liberdade de imprensa, liberdades civis e sistemas judiciais independentes.
Em 79º lugar, o Brasil está entre os que mais perderam posições nos últimos cinco anos de ranking. Conforme o relatório, grandes casos de corrupção, como o da Petrobras e Odebrecht, mostram como o conluio entre empresas e políticos subtrai das economias nacionais bilhões de dólares que foram canalizados para beneficiar poucos às custas de muitos.
No entanto, segundo a ONG, o país demonstrou em 2016 que, por meio do trabalho independente de agentes da lei, é possível punir aqueles que antes eram considerados intocáveis.
Indo um pouco além acho que os países menos corruptos têm outro traço em comum que é a educação de qualidade. Neste sentido sua população tem mais condições de analisar os rumos da sua nação e de cobrar melhorias. Seus representantes pensam muito mais na coletividade do que em si próprios.
Aprendi que a falta de educação de qualidade faz com que a pobreza se perpetue. Para mim, esta característica é que diferencia uma nação de outra, e este assunto precisaria ser levado com muita seriedade no Brasil. Temos ilhas de excelência, mas ainda temos crianças que estudam embaixo de taperas.
Mas para conter a corrupção, ajustes técnicos em leis específicas não são o suficiente. O que é urgentemente necessário são reformas sistêmicas profundas, que corrijam o desequilíbrio crescente entre poder e riqueza por meio do empoderamento social para acabar com a impunidade, responsabilizar os poderosos e garantir que as pessoas tenham voz nas decisões que afetam suas vidas. Mais uma vez isto só será possível se todos tiverem acesso à educação de qualidade, e que as Instituições possam funcionar com liberdade plena. Este é o caminho.
Fotógrafo na Karla Souza Fotografias
6 aA educação é uma peça chave para a mudança. Essa abordagem reflete que não há como negar que, sem uma educação de qualidade, não haverá diferenciação dos demais países. É lamentável !