Ei, pare de oferecer respostas e comece a fazer perguntas!
Eu demorei para acreditar que fazer uma boa pergunta é melhor do que dar uma boa resposta. Na verdade, eu só comecei a acreditar depois de “quebrar a cara” algumas vezes e escrevo este texto para você não passar pelas mesmas situações.
Compartilho dois episódios que retratam este meu aprendizado e, em seguida, conto como mudei a minha percepção:
1º Episódio: No início da carreira fui procurado por um gestor que estava com dúvida se liberava ou não um colaborador para ir para outra equipe. Decisão que todo gestor vai ter que tomar na sua vida.
Eu, com a minha convicção que devíamos oferecer excelentes respostas para ser útil, já dei logo a minha opinião que não deveria liberar. E, infelizmente, o gestor seguiu a minha opinião.
O colaborador se desmotivou com o veto, caiu de produção e virou um influenciador negativo. O gestor veio cobrar a conta e disse que foi influenciado por mim, o que era verdade. Você já passou ou conhece uma história parecida?
2º Episódio: Tinha uma equipe altamente dependente de mim e sem iniciativa. Não resolviam um problema sem falar comigo. Você conhece alguma equipe parecida?
Eu estava bem preocupado com esta situação e fui estudar para entender mais. Descobri que estávamos em um ciclo vicioso, no qual os comportamentos se repetiam. E o meu comportamento era dar as respostas. Para que a equipe ia tomar iniciativa, buscar as respostas se bastava falar comigo? E, sejamos justos, o grupo tinha a iniciativa de falar comigo.
A partir destes episódios eu descobri os motivos que me levavam a querer dar respostas e porque devo realizar perguntas se quero gerar uma mudança.
Em primeiro lugar, eu percebi que tenho necessidade de ser útil. E ser útil, antes, era igual dar respostas. Mas descobri que isso muda de acordo com o contexto. Se eu quero que o outro se empodere da sua decisão ou desenvolva uma nova percepção ser útil é fazer perguntas. Se o contexto exige velocidade e ação em uma tomada de decisão, oferecer resposta é ser útil.
Depois percebi que quando eu dou uma resposta a solução é minha e o outro vai implementar. Mas o resultado é meu. E, muitas vezes, eu fortaleço um padrão do outro de não tomar responsabilidade pelas suas ações. Já quando ofereço uma pergunta que abre possibilidades, o outro explora as novas possibilidades e toma sua decisão. A decisão é dele.
Por fim, descobri algo interessante: se todos nós temos uma fonte para obter as respostas no ambiente de trabalho – “a la google” – transferimos a nossa capacidade de buscar respostas e autonomia para esta fonte. Eu e você vamos buscar o caminho mais rápido e seguro, de forma instintiva. A questão aqui é que vamos perder a nossa autonomia e capacidade de problematizar.
E eu não quero ser essa fonte. Ao contrário quero ser aquela pessoa que vai estimular o aprendizado, autonomia e crescimento.
Por estes motivos e experiência, eu acredito que fazer perguntas é melhor do que dar respostas.
Talent Acquisition & DHO Manager | Especialista em Recolocação | Desenvolvimento de Pessoas | Carreira | Coaching | instagram @futurodacarreira
3 aMuito bom Henrique Santana ! As pessoas precisam primeiramente esclarecer suas visões e decisões para posteriormente buscar opinião das pessoas. A maturidade e o autoconhecimento nos ajudam e saber se o momento é mesmo para uma resposta nossa ou se podemos ajudar a resposta vir de quem tem a nobre dúvida.
Marketing & Communication
3 aEu acredito que quanto mais “influente” vc se torna, seja por um cargo de liderança ou por te nomearem assim, cada vez mais as pessoas querem ter respostas. Então ter uma comunicação coerente e flexível entre ambas as partes poderá trazer as perguntas e respostas necessárias na resolução dos conflitos.
Comunicação Pública. Relações-públicas. Doutora em Comunicação.
3 aSeu artigo me trouxe bastante coisa para pensar. Mas o que fazer quando encontramos pessoas que resistem a buscar respostas e tomar decisões? Eu já ouvi de uma pessoa algo como "por que você está me fazendo essas perguntas, você é a chefe!". Sério, foi há muito tempo isso, mas é um caso real rsrsrs.
Design de organizações canábicas. Aprendizagem e produção colaborativa, conteúdo, mapeamento colaborativos.
3 aFaz sentido para mim, pois penso que fazer perguntas abre janelas, desenha trilhas. Sempre pensei em fazer um curso para aprender a fazer perguntas. Vi um na linha da Antroposofia, há muitos anos, mas não fiz. Até hoje penso nisso.
Organizational Strategist
3 aNullius in verba...