Eitanóis
“Milho a gente dá pra galinha,
Pra engordar, pra comer depois.”
Quando Lula fez piada do Bush, em setembro de 2010, o Brasil acabara de "descobrir" a solução para a dependência mundial do petróleo: o etanol de cana-de-açúcar.
O etanol é produzido pela fermentação de vegetais ricos em açúcares, como o milho, beterraba e cana. Os EUA utilizam o milho, que produz ~3.000 litros por hectare. O Brasil, a cana, que produz na mesma área ~7.500 litros. Daí a graça da piada.
Passados cinco anos, contudo, vimos o etanol de cana-de-açúcar alçar voo… de galinha.
Pré-sal-Petrobrás-Preço-do-Petróleo-no-Pico-Pouco-Importa! O fato é que o setor sucroenergético passou esse período na sombra, lutando para sobreviver. Na última semana, entretanto, voltou aos holofotes como solução para outra dependência: dinheiro dos contribuintes.
Foi Kátia Abreu quem deu a tacada de mestre propondo elevar a Cide sobre combustíveis (gasolina e diesel). No papel de ministra da agricultura ganha ao vender a solução como reivindicação setorial. E no papel de ministra da Dilma ganha com a arrecadação de 10-16 bilhões de reais para um orçamento deficitário.
Segunda ela, a medida representaria um “salto importante”. Nisso concordamos, um salto importante só que nos custos de produção e logística (todo maquinário e caminhão utiliza diesel), e inflação.
Winston Churchill dizia que "uma nação que tenta prosperar a base de impostos é como um homem com os pés num balde tentando levantar-se puxando a alça”.
E aumentar a Cide é puxar o freio do único setor capaz de nos levantar.
Agribusiness consultant, business development and strategies. Risk management and innovation. International speaker and mentor. M.Sc. in Agribusiness Economy and management (FGV -Fundação Getúlio Vargas-2023).
9 aE agora até a incidência do imposto de renda de pessoa física pode ser maior. Viva o Brasil!