Em clima de tensão na ONU, Lula reafirma agenda externa do governo
A Assembleia Geral da ONU transcorreu em clima de forte tensão, agravada pelos ataques de Israel no Líbano. Nos discursos feitos nos dias que permaneceu em Nova York, Lula reafirmou posições da política externa de seu governo. Os atritos com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, tiveram a repercussão mais rumorosa.
Zelensky reclamou de uma proposta de paz entre Ucrânia e Rússia costurada por Brasil e China. O líder ucraniano avalia que Lula faz o jogo de Vladimir Putin ao tentar acabar com a guerra iniciada pela invasão russa.
Na terça-feira (24/9), no discurso de abertura da assembleia, Lula fez críticas pesadas ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e classificou de “genocídio” os ataques na Faixa de Gaza e no Líbano. Os bombardeios israelenses mataram centenas de pessoas no Líbano na última semana. Entre as vítimas estão dois adolescentes.
Mais uma vez, Lula pediu reformas na estrutura da ONU e reivindicou participação do Brasil no Conselho de Segurança. Com o Brasil devastado por incêndios, o presidente do Brasil também cobrou, mais uma vez, ações mundiais contra as mudanças climáticas.
Chamou a atenção a omissão de Lula sobre a crise na Venezuela, agravada pela reeleição de Nicolás Maduro, contestada por grande parte da comunidade internacional, pela não divulgação das atas de votação.
Itamaraty negocia retirada de brasileiros do Líbano
Na noite de quinta-feira (26/9), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reuniu-se em Nova York com o novo chanceler da Síria, Bassam Sabbag. No encontro, os dois diplomatas discutiram, segundo o comunicado oficial, a relação bilateral, a crise humanitária e de reféns em Gaza, e as perspectivas de alastramento regional do conflito.
Até a manhã desta sexta-feira (27/9), o Itamaraty ainda não havia divulgado um plano para a retirada de brasileiros que vivem no Líbano. A operação de repatriação depende de complexas negociações com países vizinhos ou próximos, como Síria e Turquia. As maiores preocupações se relacionam à segurança da movimentação de pessoas em uma região entremeada de conflitos bélicos. No Líbano moram mais de 20 mil brasileiros.
Governo prepara proposta para impedir apostas com Bolsa Família
Uma reunião do governo na noite de quinta-feira (26/9) discutiu uma proposta para impedir o uso de dinheiro do Bolsa Família em apostas esportivas, conhecidas como bets. O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, reuniu-se com representantes da Casa Civil e das pastas da Fazenda e da Saúde para elaborar um decreto ou uma portaria para barrar a prática.
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O assunto ganhou destaque durante a semana com a divulgação, pelo Banco Central, do volume de recursos do Bolsa Família desviado para as apostas. Somente em agosto, cerca de R$ 3 bilhões do benefício foram transferidos via PIX para as casas de jogos. Das 20 milhões de pessoas que recebem a bolsa, 5 milhões fazem esse uso.
Cármen Lúcia cobra partidos por violência nas eleições municipais
Em discurso feito na terça-feira (24/9), a presidente do TSE, Cármen Lúcia, criticou a violência nas eleições e cobrou que partidos e candidatos “tomem tenência” e se deem ao respeito nas campanhas municipais. A crítica da ministra aconteceu em um contexto de agressões físicas e verbais que predomina em boa parte do país.
Mais de 450 episódios de violência foram registrados nas eleições de 2024. Nos últimos dias, foram assassinados candidatos a vereador no ABC paulista e em Nova Iguaçu (RJ). Também tiveram grande repercussão a cadeirada que José Luiz Datena deu em Pablo Marçal em debate entre candidatos a prefeito de São Paulo. Em outro episódio, um assessor de Marçal deu um murro no marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes.
IPCA-15 indica inflação menor do que prevista pelo mercado
Divulgado na quarta-feira (25/9), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), do IBGE, indicou uma inflação de 0,13% em setembro, índice inferior aos 0,28% previstos pelo mercado. Considerado uma prévia da inflação oficial do país, o IPCA-15 dos últimos 12 meses ficou em 4,12%, abaixo dos 4,35% medidos no mês anterior, mas ainda perto da meta de 4,5%.
STF conduz acordos para demarcação de terras indígenas
Em audiência de conciliação realizadas na quarta-feira (25/9), o Supremo Tribunal Federal concluiu um acordo para demarcação da Terra Indígena Ñande Ru Marangatu, no Mato Grosso do Sul, fronteira com o Paraguai. Os termos firmados ainda serão levados ao plenário e preveem o pagamento pelos governos federal e do Mato Grosso do Sul de R$ 144,8 milhões em indenizações aos fazendeiros que ocupam a áreas.
O entendimento foi conduzido pelo ministro Gilmar Mendes e estabelece que os Guarani Kaiowá receberão de volta 9 mil hectares no município de Antônio João (MS) depois de quase três décadas de disputa na Justiça.
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