Em janeiro, nove meses para 2021

Em janeiro, nove meses para 2021

Hoje é dia 4 de janeiro de 2020. Faltam exatos nove meses para começar 2021, o tempo de gestar um ser humano. Não estou fazendo conta errada ou maluca. De fato, em 4 de outubro começamos a desenhar como será o ano que vem na cidade, independentemente de nossas situações individuais. É o dia em que elegeremos prefeitos, prefeitas, vereadores e vereadoras.

Então, olha só, são nove meses para se conscientizar de que as eleições municipais são tão importantes quanto a nacional. Imagine, por mais utópico que possa parecer, os quase 60 mil vereadores do Brasil cumprindo os seus papeis como deve ser, com honestidade e competência. Veja que não se trata de esquerda, direita, centro, em cima ou embaixo. As diferenças ideológicas são parte da democracia e nos fazem crescer como sociedade. Desonestidade e incompetência, seja qual for o lado, nos empurram para o buraco.

Tudo muito romântico até aqui, eu sei, só que há alguns problemas. O primeiro deles: é bem provável que você saiba da importância das eleições, mas aja como se não tivesse nada a ver com isso. Se for esse o seu caso, sinceramente, entendo você. Entendo, porém, não o vejo como inocente. Você não é uma pessoa analfabeta, tem acesso à informação e talvez seja graduado em curso de nível superior.

O que justifica, até agora, você não compreender direito como funcionam os três poderes? Coisa de ensino fundamental, né? O que justifica você não saber ao certo quais as reais atribuições de um vereador? Dica: não é distribuir cesta básica, transportar doentes para hospitais e, muito menos, julgar a sexualidade das pessoas. O que justifica você não investir um tempinho para estudar em diversas fontes cada candidatura, questioná-las pra valer, antes de se omitir ou votar com desleixo? Com tantos dados disponíveis, não é tão difícil verificar se o que se diz tem coerência com o que se faz.

Bem, como disse, trago aqui só um primeiro problema. Há vários que nos levam a eleger picaretas em profusão a cada dois anos. É possível que sejamos uma nação de picaretas. Ainda acredito que não.

Sobre a eleição de prefeitos e prefeitas, não tenho muito a acrescentar. Faço apenas um pedido. Se você ainda está na onda de votar em super-heróis, por favor, transfira o seu título de eleitor para Gotham City ou Metropólis. No mundo real, votamos em gestores e gestoras capazes de transformar em benefícios públicos os impostos que pagamos na cidade.

Por fim, ilustro esta postagem com a imagem do xadrez sendo jogado. Quem é você? O jogador ou as pecinhas manipuláveis?

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