Em quanto tempo a Hotelaria vai se recuperar no Brasil?

Uma análise geral do Fórum Brasileiro de Hotéis Independentes (FOHI 2020) e cenários da recuperação hoteleira no Brasil.

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A #FOHI2020 trouxe excelentes painéis durante 3 dias. Com muita leveza e fluidez o evento, totalmente on-line, falou de temas que tem preocupado hoteleiros e pousadeiros sobre as incertezas do momento.

Em resumo, o evento trouxe que para o processo da retomada, além dos cuidados da adoção de protocolos de higienização, a comunicação e transparência serão essenciais para ganhar a confiança do hóspede, mas não poderão ser vistos como diferenciais. O diferencial continua sendo a experiência entregue ao hóspede e treinamentos com a equipe serão de suma importância para transmitir a comunicação e transparência necessárias, bem como garantir a experiência do hóspede.

No último painel: Oportunidades: Ponto de Equilíbrio na Reabertura e Novos Modelos de Negócio para Hotéis, Pousadas e Resorts), Diogo Canteras, da HotelInvest, trouxe um conteúdo riquíssimo sobre a Recuperação da Hotelaria Urbana no Brasil (clique aqui para baixar o conteúdo) .

O documento demonstra dentre vários aspectos que possivelmente conseguiremos ver um acréscimo da ocupação a partir de agosto. Em São Paulo, em um cenário mais conservador as ocupações serão em torno de 17% e em um cenário mais otimista 35% para esse mês, evoluindo para 33% em um cenário mais conservador e em torno de 55% em um mais otimista em novembro, voltando a reduzir em dezembro e janeiro estimando que pessoas evitarão viajar com receio de ambientes cheios devido ao turismo de massa muito comum nesse período.

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O estudo da HotelInvest, em parceria e com dados da STR, Omnibees e FOHB, contou com uma amostra de 40 hotéis e 9.355 UHs (dentro de um universo de 2.234 empreendimentos entre hotéis de rede e independentes), e apontam que, em média, enquanto os hotéis de rede tem elevado suas tarifas, os independentes tem diminuído.

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O que esse gráfico e esses dados nos indicam?

Em primeiro lugar, e em altos níveis, tanto para hotéis de rede quanto independentes, há bem menos volume de reservas e pernoites comparadas ao ano anterior.

No entanto, a redução do volume é ligeiramente menor entre os hotéis independentes (o que indica que hotéis independentes tiveram menos cancelamentos e/ou que possuem mais reservas on books nesse processo de redução do que os hotéis de rede), mas ainda assim há uma previsão de que em média os independentes diminuirão em 1,5% o valor de sua tarifa com relação a de 2019, enquanto os de rede elevarão em 3%.

Esses valores podem parecer irrisórios, mas no volume de reservas por mês 1,5% faz diferença na rentabilidade.

No entanto, as perspectivas de variação na tarifa para os hotéis de rede são admiráveis. Mesmo com previsões de ocupação menor, uma vez que ano passado as ocupações foram em torno de 70% e esse ano as previsões mais otimistas não saem das casas dos 50%, os hotéis de rede trabalharão com margens positivas de variação da tarifa, aumentando, em média, em 3% com relação ao mesmo período de 2019. O que indica esse comportamento?

Que os hotéis de rede estão conscientes de que baixar tarifa nesse momento não vai gerar demanda, não é o preço que está afetando as vendas, é a situação.

O que hotéis que não estão com o mesmo pensamento podem fazer então?

Não se deixe levar pela emoção nesse momento, e não entrar em guerras tarifárias. Com os protocolos de higienização os custos irão aumentar e o faturamento já será menor. Fazer uma boa gestão de receitas baseando-se em dados e na experiência que poderá proporcionar ao hóspede frente a concorrência será a melhor saída.

Outro dado interessante que apareceu nesse ultimo painel da FOHI foi trazido pelo Leonardo do SEBRAE - PE (você pode baixar o material aqui). O Guia para o Turismo em Tempos de Pandemia, contém muitas dicas e orientações de tendências para a retomada.

Como os hotéis podem aproveitar esse material para planejar a retomada evitando baixar tarifas ou entrar em uma guerra tarifária?

As principais dicas contidas no material indicam que os hotéis deveriam:

  • Focar nos turistas regionais, as viagens de carro são apontadas como as primeiras a serem retomadas;
  • Promover atividades ao ar livre e/ou em espaços abertos (se não tiver na propriedade fazer parceria com fornecedores para montagem de pacotes incluindo passeios a esse tipo de espaços);
  • Ter presença das redes sociais;
  • Ser flexível;
  • Cuidar dos seus protocolos de higienização;
  • Transmitir confiança e
  • Entregar experiências memoráveis.

Esses são alguns caminhos, ao que tudo indica, que permitirão aos hotéis minimizarem suas perdas frente a situação e, principalmente, desempenharem seus papéis de promover experiências e criar memórias.

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