Em que medida uma agência é aquilo que seus clientes são?
Acredito que existam duas respostas.
A primeira dá conta de que esta medida certamente aumenta quando esta agência é somente reconhecida por responder às questões propostas por seus clientes. Ou seja, faz da visão daqueles que ela atende a lente para enxergar novos horizontes de negócio. Neste caso, o conjunto de soluções que entrega está sempre contido no conjunto de possibilidades oferecidas pelo cliente. Atuam de modo empírico, seguindo a uma teoria já posta. Ao receber o briefing, perguntam-se “como” responderiam da melhor forma. Assumem um perfil crítico quanto à ação de seus clientes, pares e concorrentes. Aqui, tudo que uma agência pode ser é exatamente aquilo que seu cliente precisa.
Já a segunda resposta possível fala sobre aquelas agências que estão atentas não somente aos clientes que atendem, mas ao mercado o qual estão inseridas. Observam, testam e analisam as variáveis capazes de influir no resultado da equação que traz seu equilíbrio. Um raciocínio mais algébrico em comparação com a primeira, mais aritmética. Este perfil mais analítico permite que proponham soluções às questões ainda embrionárias. Ao observar padrões e vetores de comportamento, tanto de público quanto de negócios, desenham soluções possíveis de serem testadas e levadas a mercado. Uma postura que abre novo conjunto de possibilidades em intersecção com a sua relação junto aos clientes. Quando o briefing chega, a pergunta é: Por quê responder a este briefing? Aqui, a agência é integrante do ecossistema que seu cliente também faz parte, é uma agente de inovação e voz ativa quanto a relevância de suas propostas junto ao mercado que se destinam.
Veja que não há certo nem errado aqui. São modelos possíveis. Cabe às agências e clientes considerarem o modelo mais pertinente à sua visão de negócio. Cabe ainda um pacto de valores que serão mutuamente celebrados nesta relação. Daqui, imagino se não seria incrível sugerirmos mais e mais modelos. Diversidade sempre é bem vinda, não só em campanha. É ótimo que se reconheça a complexidade, e não somente nas ideias.