Em tempos de crise, como estamos?
Acho que ninguém em sã consciência tinha imaginado que o planeta enfrentaria uma crise como essa do COVID-19. Crise essa que faria TODOS repensarem seus negócios, suas vidas, suas prioridades.
Surtando, sem noção ou aprendendo e se adaptando? Como você está, hoje?
Surtos? Temos! As pessoas estão brigando por comida, por papel higiênico, sem pensar no coleguinha do lado, se ele vai ter comida pra levar pra casa. Empresários, colocando os lucros antes do bem estar de seus funcionários, querem ganhar mais, arrecadar mais, levar a melhor. Pessoas em mercados comprando 700 rolos de papel higiênico. Pra que?
As pessoas estão desesperadas, assustadas, pensando o que vão fazer. Como vão suportar os dias que virão.
Quando vai acabar? Quem vai ficar bem? E como vamos nos “reconstruir” após o caos? Essas perguntas seguem sem respostas.
Tem os “sem noção”? Temos também. Fingindo que nada é real. Existem pessoas que parecem não acreditar que o vírus existe e que ele mata. Seguem nas ruas, passeando com seus filhos, com seus cachorros, colocando a própria vida e a dos outros em risco.
E tem as pessoas do “em casa, aprendendo, se adaptando, se reinventando” não necessariamente nessa ordem. (Aqui em casa estamos nesse grupo! Decidi na sexta dia 13/03/2020 que por ter dois filhos pequenos e desde criança ter bronquite asmática, o melhor a fazer seria ficarmos em casa. Exagero? Naquele dia talvez. Hoje sei que foi a melhor decisão.)
Agora vejo um movimento de muitas pessoas escolhendo a sua própria saúde e de sua família. Nessa hora as pessoas estão decidindo e optando por aquilo que com certeza vale mais. O que é seu bem mais precioso. Em 5 anos no ramo de seguros, sempre me identifiquei muito com o SEGURO DE VIDA, acho que ele é fantástico e que inclusive deveria ser obrigatório, todo mundo tinha que ter, não escrevo isso para ser comercial, para querer vender mais seguro de vida não, mas constantemente me deparava com as pessoas dizendo que falar de seguro de vida era algo sinistro, algo de mau agouro. Não queriam nem ouvir sobre a importância do seguro de vida.
Pois bem amigos, cá estamos e se antes falar de seguro de vida era de mau agouro, preciso lhes dizer que hoje a morte é mais real, chega a ser quase palpável. Vivemos como num filme de terror, sem saber aonde tocar, por onde andar.
Nunca entendi aquele programa de televisão em que as pessoas ficam confinadas, convivendo com outras pessoas para ver quem aguenta mais e então ganhar um prêmio em dinheiro. Hoje estamos trancados, presos em nossa própria casa lutando por nossas vidas e olha que nem banho de piscina podemos tomar, seria cômico, se não fosse trágico.
Hoje as pessoas abraçam menos, beijam menos, mas oram mais. cantam nas sacadas, aplaudem profissionais, se oferecem para ir em farmácias, mercados, para aqueles que fazem parte do grupo de risco, dobram os joelhos em uníssono pedindo clemência, implorando por mais uma chance. Essa chance virá? Como será o amanhã? Ainda não sabemos. Ninguém sabe, estamos a mercê de algo invisível que assombra o planeta.
O que está lá fora nos faz ficar em casa, agora fomos literalmente obrigados a olhar ainda mais de verdade para os nossos, para as nossas crias. A gente olha lá no fundo do olho, quer enxergar a alma e agradecer por estarem ali, cada momento com eles é de verdade e não um ritual praticado por repetição, nessas horas a gente dá valor para uma boa refeição à mesa, sem eletrônicos, só com muita conversa e risadas.
Você se impressiona em quão maravilhosa é a família que você construiu e como eles são a sua vida.
É incrível como estamos dando mais valor aos amigos, irmãos, filhos, hoje um aperto de mão, um abraço de verdade, esta fazendo muita falta. Nessas horas a televisão nos serve como um alento, o celular um passatempo, mas o que queríamos mesmo era ver aquela amiga querida, reencontrar os filhos que estão longe, o pai que ficou em outro estado, a irmã no estacionamento (não conseguimos nem nos abraçar, entre lágrimas dissemos que estávamos com saudades e essa doeu, viu?) e reunir todos. Fazer algo pra comer, só pra bater papo mesmo, dar um abraço e dizer que ama, de verdade. Você olha pela janela e sente falta de pisar lá fora, do vento batendo na cara. Percebe que para o bem de todos, o melhor é sermos reféns do próprio lar (é isso ou adoecer e numa escala ainda pior, morrer) ou colocar em risco os seus, os dos outros, os nossos. Ahhh como a liberdade nos é custosa.
Em tempos de crise você se adapta, se reinventa e aprende na marra a ser um resiliente. Não é fácil nem um pouco mas é possível, somos todos capazes, vamos colocar as leituras em dia, podemos assistir filmes ou desenhos com os filhotes, ler uma revista, fazer um curso online ou simplesmente ficar ali parado de boa, prestando atenção no que te rodeia, na beleza das coisas mais simples, ver a beleza do que não vemos quando a vida está corrida, o trânsito caótico, o relógio que não pára, as cobranças constantes, prazos, metas, relatórios, clientes, chefes e o tic tac do relógio que não para. Agora a gente escuta o ar, houve a própria respiração, faz teste pra ver se os pulmões estão bem, faz os filhos fazerem também e se a gente pudesse, fazia todo mundo testar seus próprios pulmões.
Faz aí! Pára quieto, prende a respiração por 15 segundos, se não sentir nada diferente (dor, vontade de tossir por exemplo) então você não esta com fibrose pulmonar e teoricamente está tudo bem.
Quem é mãe agora não está cobrando perfeição, nem lições de casa, nem que tem que comer tudo que está no prato, agora esta sendo mãe, cuidando dos filhos, olhando, observando, preservando, ficando atenta a qualquer arranhar de garganta. O que está lá fora nos faz ficar mais atentos aqui dentro. Nos paralisa. É como se tivéssemos aprendido de verdade a usar todos os nossos sentidos, de uma vez só. A nossa audição fica mais aguçada para qualquer barulho. Os olhos firmes e certeiros como de uma águia. Paramos lá fora, mas aqui estamos a todo o vapor, o amor, o carinho, o colo, o cheiro no pescoço, fazemos um ninho e queremos proteger os nossos.
Parece primitivo, mas não é.
Como as frases: “Eu te amo! , Você é tudo pra mim! e Sem você eu não vivo!” se tornaram urgentes, saem das nossas bocas como uma prece dita de forma sôfrega. Sentimos urgência em falar, em abrir o coração. Sentimos falta de um colo e então estamos aprendendo a dar colo por telefone, por mensagem via whats app, por video. Abrimos a câmera do celular e não nos importamos se o cabelo está feio se a make não está feita, se a roupa é o pijama furado. A gente não pode tocar, então reaprendemos a ver, ouvir a voz, deixar falar. E estamos valorizando o contato humano, o calor de um abraço, como a muito não fazíamos pois os eletrônicos estavam roubando a nossa atenção. Fica ainda mais latente o quão frágeis nós somos, num dia estamos bem, fazendo as coisas quase no automático, no outro somos obrigados a parar, sem notícias precisas do amanhã.
Em dias de coronavírus você até pensa que vai surtar, mas lembra que tem uma vida esperando, que isso vai acabar , que a “prisão domiciliar” vai chegar ao fim e vamos todos voltar a respirar aliviados, então você se volta para dentro e vai abraçar, beijar os seus e fazer uma oração agradecendo a Deus por mais um dia.
Dessa vez o relógio segue fazendo tic tac, mais lento? Mais rápido? Não sei! Ele está lá, vai ter que nos esperar, enquanto aqui dentro fazemos a nossa parte, cuidando, rezando, e acompanhando as noticias tentando discernir o que é de verdade o que é fake news. Esperando o dia em que a mídia vai noticiar o fim da crise.
E nesse dia vamos sair às ruas, comemorar a vitória. A vitória da bravura de quem entendeu a importância do distanciamento social, de ficar em casa. A bravura dos que estiveram nas linhas de frente, que seguiram em frente enquanto nós tivemos que parar.
Isso vai passar! O vírus vai perder!
E nós sairemos melhores, mais fortes, mais solidários e principalmente, teremos aprendido o poder da vida, do carinho, do beijo e do amor que cura.
Maria Fernanda Coronel
Especialista em Produtos e Serviços Financeiros | Assessora de Negócios | Consórcios & Seguros | Sicredi Força dos Ventos
4 aReinventar-se necessidade com ou sem a crise. Sempre!