Empolgação, solidão e esgotamento: precisamos falar dos sentimentos das lideranças brasileiras!
Na terceira edição da nossa newsletter, seguimos discutindo o impacto da IA em nossas vidas, e trazendo à tona um assunto muitas vezes negligenciado: os sentimentos de líderes em empresas. Queremos conversar sobre como aproveitar o potencial dessa tecnologia enquanto formamos e acolhemos líderes diante de tantas (e rápidas) transformações. Vamos nessa? :)
A inteligência artificial já faz parte do cotidiano de muitos profissionais.
Um estudo da Microsoft e Edelman Comunicação revelou que 74% das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) estão usando a IA sempre ou muitas vezes, com 90% buscando adotá-la atualmente. Entre as vantagens de usar essa tecnologia está a melhora na produtividade e eficiência operacional, como destacou uma matéria da MIT Technology Review Brasil.
Com todo esse movimento do mercado, nos próximos anos, segundo o World Economic Forum (WEF) , no relatório The Future of Jobs Report 2023, espera-se que aproximadamente 23% dos empregos mudem até 2027, com 69 milhões de novos empregos criados e 83 milhões eliminados.
MAS COMO OS PROFISSIONAIS ESTÃO SE SENTINDO DIANTE DESSAS GRANDES TRANSFORMAÇÕES DO TRABALHO?
O medo de perder o emprego ronda as empresas: três em cada quatro profissionais brasileiros acreditam que a inteligência artificial substituirá seus empregos.
Ao nos depararmos com esse cenário desconhecido e que vem mudando de maneira acelerada, nos perguntamos: como as lideranças devem agir?
Em um mundo em constante evolução, onde as preocupações sobre o impacto da inteligência artificial e das mudanças no mercado de trabalho estão em ascensão, é fundamental lembrar a importância de nossa humanidade. É ela que molda a essência dos ambientes de trabalho saudáveis e produtivos.
Camila Holpert, fundadora do Studio Ideias
Como se sentem as lideranças de empresas no Brasil?
O medo e a preocupação com o que virá se encontram com um cenário também desafiador: somos pouco convidados a olhar para o que sentimos quando o assunto é trabalho. Há um ano, ao lado de Amélie Consulting , de Olga Martinez Garcia e Anne Hamon , em parceria com Tempo de Mulher , de Ana Paula Padrão e Lia Rizzo , entrevistamos mais de 500 líderes para compreender como se sentem em suas posições. Esse projeto inédito nos mostrou que há um abismo entre quem se sente empolgado no trabalho e quem está esgotado ou se sente só.
Alguns números:
📌 88% das lideranças no Brasil afirmam trabalhar no que gostam, porém apenas 20% concordam totalmente com a frase Atualmente vivo minha melhor versão no trabalho.
📌 77% das lideranças ouvidas afirmam se sentirem seguras para propor suas ideias, mas apenas 27% dizem que podem ser quem são muito frequentemente.
📌 Apenas 35% dos entrevistados disseram que podem contar com a liderança, e 37% podem compartilhar os sentimentos com seus líderes.
📌 41% disseram já ter precisado esconder seus sentimentos.
📌 Quando falamos dos estados emocionais, três se destacaram: empolgação (51%), esgotamento (30%) e solidão (19%);
📌 Embora as mulheres estejam presentes de maneira semelhante nos três modos de sentir que encontramos, elas apontam que as questões de gênero dificultam ainda mais seu avanço.
Uma cultura corporativa saudável é aquela que nos permite sentir.
Por muito tempo, as pessoas foram vistas como parte do processo produtivo e tratadas como mais uma parte de engrenagem. Esse projeto nos permitiu mapear as contradições que essa lógica impõe.
Mesmo com a maioria das lideranças ouvidas trabalhando no que gosta, só uma minoria sente que vive a sua melhor versão no trabalho. Cerca de 1/3 sente que pode contar com a sua liderança ou compartilhar seus sentimentos com ela. Quanto estamos perdendo em termos de criatividade e inovação quando não permitimos que a vulnerabilidade apareça?
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A liderança do futuro precisa ser mais sensível e aberta.
No contexto do superciclo tecnológico em que vivemos, como a futurista Amy Webb nomeou, e diante desses dados acima, fica claro para nós que aquilo que nos torna humanos fará toda a diferença.
Afinal, NÃO SOMOS MÁQUINAS, somos muito mais que isso. O fortalecimento de vínculos e a criação de espaços seguros para expressar toda a nossa humanidade são fundamentais para o bem-estar das pessoas e o sucesso das empresas.
Saber aplicar a IA no trabalho tornou-se quase uma premissa, não há como o profissional do futuro fugir disso. Só que a IA só vai aumentar a produtividade e criar um ambiente mais eficiente, se os colaboradores estiverem em um lugar saudável para se desenvolverem e se expressarem. Portanto, investir em IA e na criação de um ambiente de trabalho positivo e sensível são ações complementares que caminham juntas.
Como a inteligência artificial retrata os sentimentos de lideranças
Como nas duas primeiras edições (se você ainda não leu, clique aqui), nessa aqui também fomos testar como o ChatGPT retrata lideranças. A nossa intenção com esse experimento é nos desafiar a reconstruir o nosso imagético, pois boa parte do conteúdo digital já está sendo gerado por IA. Como nós queremos ser representados enquanto sociedade?
Pedimos para a IA representar em uma imagem as emoções típicas de uma liderança corporativa. Este foi o resultado:
A imagem central nos mostra um homem branco passando uma imagem de rigidez. Para entender o que levou a IA a fazer essa imagem, questionamos o que quis representar:
Medo, alegria, insegurança, empatia, ansiedade não são palavras que surgem associadas à liderança. Aliás, não sentimos nenhuma emoção ao olhar para essas versões da liderança. Em todos os momentos, temos alguém que parece frio e distante, sem demonstrar fragilidade e nem mesmo uma motivação espontânea, ainda que isso esteja sugerido numa das figuras.
Algumas perguntas:
📌 Por que no trabalho falamos tanto em soft skills e tão pouco em sentimentos?
📌 Na pesquisa sobre os sentimentos das lideranças, vimos que a caminhada das mulheres em direção à liderança nunca foi fácil. Mesmo dentro do cluster da empolgação, em que a presença de sentimentos positivos é expressiva, 40% das mulheres assinalaram Tive vergonha de me mostrar vulnerável, em comparação com 24% dos homens. O que podemos fazer no ambiente profissional para que as mulheres possam se expressar livremente, sem sentirem que são tratadas de forma diferente dos homens?
📌 Até quando o trabalho será um lugar onde não podemos mostrar o que sentimos e nem quem somos?
📌 Como humanizar, de fato, os ambientes de trabalho?
V.E.R. mundo afora
A (V)IVÊNCIA, a (E)SCUTA e a (R)ELAÇÃO nos ajudam a estudar, conhecer e dar contexto à complexidade humana e à complexidade dos tempos. A última dessa sessão da news é sobre como os vínculos estão sendo fortalecidos e quais conteúdos temos consumido sobre eles.
🔵 Depois de Divertidamente 2, a ansiedade virou pauta em diversos portais, vídeos e conversas em todo mundo. Resgatamos um artigo publicado na Wondermind, plataforma de saúde mental, que traz 5 coisas que não se deve dizer a alguém com ansiedade. Bem legal para a construção de vínculos saudáveis e para lidar melhor com as emoções de quem sofre de ansiedade!
🔵 O Dia Internacional da Amizade passou e a gente quer indicar a vocês um projeto incrível que promove a amizade feminina como pilar essencial de bem-estar social: Lúcidas é uma plataforma de investigação, conteúdo e conexões que tem a intenção de dar à pauta amizade feminina a mesma atenção e status de relações familiares e amorosas, contribuindo para a felicidade das mulheres em todas as fases da vida. Por Larissa Magrisso
🔵 Diante de um mercado corporativo que demite 56% das mulheres após licença-maternidade, a socialtech B2Mamy é uma iniciativa que visa capacitar e conectar mães e mulheres empreendedoras, tornando-as livres e líderes economicamente por meio de educação, empregabilidade e pertencimento. Vale a pena conhecer!
Estamos adorando escrever essa newsletter. Esperamos que você esteja gostando de ler também. Será incrível se puder nos contar o que tem achado dos conteúdos.
Até a próxima news ;)
Conectando, Criando, Dividindo -> Film Director -> Sound Mixer -> Scriptwriter - Projetos lançados para HBO MAX | GLOBO
5 mInspirador, fortalecedor, obrigado pela troca diária Camila Holpert !
Founding Partner at Amélie Consulting B Corp - Purpose driven cultures and strategies, coach, mentor, counselor, CAAS
5 mEssa nossa pesquisa toca sem dúvida no fundo da questão. Somos feitos de sentimentos, criar ambientes onde a energia e vibração é positiva muda os resultados de negócio sem dúvida nenhuma. Camila Holpert obrigada por embarcar conosco nesse projeto tão importante! ❤️ Amélie Consulting
CEO nAÇÃOenredo | Co-fundador nAÇÃO | Social & Sustainability | Storytelling | Social Media Strategy | Influencer Marketing | Communication | Building lasting stakeholder engagement through authentic experiences
5 m“Por que no trabalho falamos tanto em soft skills e tão pouco em sentimentos?” Essa questão aqui, apenas brilhante! ⚡️🤍
Texto maravilhoso!