A empregabilidade e o jornalismo
Quando comecei a ler o texto do Anderson Scardoelli, publicado no portal Comunique-se, ['Fim da versão impressa do “novo” JB provoca demissões de jornalistas'] , a primeira coisa que me veio à cabeça foi: “faltou planejamento pra reabrirem este jornal”!
Jornalista puro, eu chamo assim, o profissional que se tornou repórter clássico, que tem a vivência da redação, do texto factual, que vive ainda no sangue aquela máxima “parem as máquinas” pra poder publicar um furo. Conhece algum jornalista assim? Eu costumo dizer que este tipo de jornalista é o que mais se abala, e se prejudica com fatos como esse, de fechamento de veículos.
Assim como o cobrador de ônibus que perdeu espaço no mercado de trabalho, por causa do Bilhete Único (usado aqui em São Paulo) e, que não precisa mais, apenas de dinheiro pra pagar a passagem. Ou do padeiro que teve a sua rotina agilizada com os fornos elétricos. Ou do porteiro, que agora, custa caro, porque, está sendo substituído por porteiros eletrônicos. Os jornalistas também foram reféns da tecnologia e, não se preparam pra isso.
Lembro que, quando me formei, em 2001, a faculdade me ensinava a ser repórter. Como se existisse apenas aquele campo de trabalho: empregar-se em alguma redação. As pessoas que não conseguiam empregos nas redações, conseguiam em assessorias de imprensa, e eram rotuladas, criticadas (por colegas jornalistas). Mesmo tendo salários e qualidade de vida melhor do que muitos ‘ratos (craques) de redação’. Em 2005, diante de tanta negativa de redações, migrei pra comunicação institucional, onde atuo desde então.
Arrisco afirmar, mas, a sentença de ‘morte’ da profissão do jornalismo começou a ser lida em 2009, com o anúncio da decisão do STF, de que não seria mais obrigatória a necessidade de diploma pra exercer a profissão. Depois, o avanço da tecnologia, que reinventou a profissão do padeiro, do cobrador de ônibus, e também do publicitário, do marqueteiro, do web designer, do fotógrafo. Já que, agora, todas estas profissões, ou melhor, as ferramentas utilizadas com tanto critérios por estes profissionais, estão reunidas em um único aparelho, dentro do bolso de cada um de nós, o smartphone.
Há alguns anos, eram necessárias horas pra se criar um site. Agora, basta procurar um template pronto na web. Comprar um domínio, por menos de R$50,00/ano. Para alcançar o público consumidor do seu produto, basta fazer uma página da empresa, em uma rede social.
O jornal impresso, assim como toda empresa, só sobrevive tendo lucro. Omar Catito Peres, empresário responsável pela volta do Jornal do Brasil impresso, deixou isso claro, no texto que publicou em seu perfil do Facebook [...] “Em meu plano de negócios, entendia que o impresso deveria ser nossa principal ferramenta para esse processo de transição. Pessoalmente acreditava que o impresso duraria uns três anos até a mudança definitiva para a web. Durou, exatamente, um ano”.
Uma parte dos jornalistas não percebeu que seria preciso se reinventar, pra garantir o seu sustento, e a continuação da profissão.
Agora, apenas o jornalista perde, com fim de uma publicação, e, a extinção de um diploma?
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