Empresário X Empreendedor

As palavras são parecidas. O que leva muita gente a confundir empresário e empreendedor, como se um fosse consequência ou sinônimo do outro. Neste artigo você vai entender a grande diferença que existe entre eles.

A essência, a base conceitual e prática dos dois termos é assim: empreendedor está mais relacionado a uma postura, um jeito de enxergar o mundo; empresário é uma profissão.

Isto é, nem todo empreendedor é empresário, e nem todo o empresário é empreendedor. E as teorias para explicar os fatores psicológicos – ou genéticos – de um e outro são abundantes. Mas essa é uma outra história; quem sabe, tema para outro artigo…

Em geral, o empresário possui bom conhecimento das técnicas de administração, sabe planejar, controlar as finanças, entende de vendas, gestão de pessoas e marketing.

No entanto, tais aptidões não garantem crescimento. Basta reparar em quantas corporações bem-geridas acabam paradas no tempo, ou seja, ficam estagnadas, ou vão à falência em longo prazo. Isso está cada vez mais evidente. Principalmente com a falta de visão, inovação e avanço disruptivo das startups de vários setores.

O que demonstra que o empresário, neste caso, não está sendo empreendedor; não há busca por algo novo, por oportunidades diferentes. Sair da zona de conforto, definitivamente, não é algo comum para muitos empresários – ao contrário dos empreendedores.

O que difere um empreendedor de um empresário?

 
Sabe aquela pessoa que faz a diferença, foge do lugar-comum, mesmo sem ser o dono da empresa? É o empreendedor! Com certeza, alguém assim não passa despercebido no dia a dia, mesmo que as palavras, os “rótulos” dados a cada um sejam parecidos.

O empreendedor costuma ter boas ideias durante toda a existência do negócio, e não apenas no início, logo quando ele é criado.

Pense bem: na verdade, isso faz todo o sentido, pois uma companhia não é algo “morto”; ela não fica no mesmo lugar após ser aberta. Muito pelo contrário… E sem iniciativa e renovação, ela não permanece no mercado por muito tempo.

Logo, o ideal para se dar bem no mundo dos negócios é unir as duas coisas, ou seja, ser empresário empreendedor, juntando todas as qualidades dos dois perfis.

Quem tem visão empreendedora, é capaz de identificar objetivos claramente e de elaborar planos para chegar até eles, e no prazo pré-determinado. E mais: sabe enxergar oportunidades nos locais mais improváveis.

O olhar do empreendedor sobre o negócio permite que ele monte um projeto com maestria e coloque-o em prática, mesmo que precise correr riscos. Encontramos empreendedores quando vemos alguém questionando conceitos e propondo novas soluções ou enxergando outras perspectivas para um problema.

Tolerância às frustrações e motivação para seguir em frente diante dos desafios são outras características do empreendedor, afinal a persistência leva a realização e consecutivmente, à excelência.

O empresário, por sua vez, é mais cauteloso. Montou, comprou ou herdou a empresa e, por isso, administra a companhia do jeito que está formatada.

É o típico conservador, que não representa risco ao negócio; foge de mudanças bruscas, dando preferência a projetos que não demandem grandes esforços.

Aliás, um comportamento bastante útil nos momentos nos quais é preciso dar equilíbrio à corporação ou depois de uma mudança na organização. Afinal, quem melhor sabe manter tudo como deve estar e não estimula qualquer instabilidade?

Como você pode perceber, os papeis são diferentes. Um cria negócios; o outro é responsável pela continuidade deles. Não entender isso muitas vezes coloca em risco o futuro de uma empresa. Porém, embora distintos, são complementares.

Alguns são grandes empreendedores ao longo da vida, mas continuam empresários medíocres; outros, o contrário. E poucos são competentes nas duas formas de atuar. A mediocridade neste caso está relacionado ao medo de falhar / errar. Todo bom empreendedor já errou, já falhou e aprendeu com suas falhas e erros. No Brasil, infelizmente, o fracasso está atrelado ao perdedor, aquele que não foi competente o suficiente para acertar. Nos EUA, por exemplo, o fracasso é bem visto, uma vez que o empreendedor que fracassou em sua proposta aprendeu muito com suas falhas e certamente não as cometerá em outros negócios. As falhas sempre ocorrerão, é impossível criar algo inovador sem correr riscos, sem a tentativa / erro. E se tiver que errar, erre o mais rápido possível, desta forma sua possibilidade de êxito aumentará exponencialmente.

E você, que tipo se aproxima mais do seu perfil, o empresário ou o empreendedor? Autoconhecimento faz toda a diferença nos resultados que pretendemos atingir.
Quem sabe, encontrar o parceiro (ou parceira) que complete suas aptidões possa levar você ainda mais longe… Pense bem.

Sucesso, e até a próxima!