Empresa - Fuja desta situação
* História Fictícia
João trabalhou por 7 anos como operador de produção, operava a máquina prensa. No decorrer do tempo procurou o ambulatório da empresa algumas vezes relatando dores articulares, apresentou alguns atestados e realizou exames: tendinite (inflamação no tendão) no ombro direito, protusão discal L4L5 (o disco da coluna lombar está escorregando pra fora), epicondilite (inflamação de tendão) do cotovelo direito.
O afastamento prolongado do trabalho aconteceu, as restrições médicas o limitaram a continuar no mesmo posto de trabalho, precisou realizar atividades mais simples. Realizou 120 sessões de fisioterapia e pra isso precisou de ausentar por em média 400h do trabalho.
As características da função podem ter provocado as lesões relatadas, mas vamos focar nos prejuízos da empresa até agora:
* Dias perdidos em atestados e tratamento - pagar a mão de obra e não ter o serviço impacta na produção, sobrecarrega os demais e acumula custos;
* Pagamentos extras de plano de saúde por ultrapassar consultas e exames médicos;
* Mão de Obra extra para suprir o posto devido à restrição médica.
Estas não são as condições mais difíceis de se lidar, enfim: paga-se o preço. Ainda existe o pesadelo do PODER DE BARGANHA. Este sim, a empresa deve se preocupar.
No poder de barganha, o colaborador usa sua condição em saúde para agir em benefício próprio.
Frases comuns da barganha:
"Hoje não consigo, preciso ficar parado."
"Vocês me adoeceram, agora precisam arcar com meus remédios, minha academia, meu..."
"Tá difícil ficar neste novo posto, quero ir para outro."
A manipulação utilizada por saber que tem poderes judiciais para permanecer ali eternamente.
Recomendados pelo LinkedIn
A empresa até pode demitir, mas corre um grande risco de receber o pedido de reintegração judicial, receber um processo judicial por doença ocupacional.
Quero lembrar que este é um caso que acontece por diversos motivos:
1- Riscos Ergonômicos existentes no posto;
2- Aplicação pouco eficiente da gestão em ergonomia;
3- Má índole do colaborador;
4- Influências externas e internas (advogados, parentes, outros colaboradores...).
Quebrar este ciclo é possível e exige cuidados em saúde ocupacional:
*Identificação de riscos ergonômicos existentes em cada função;
*Plano de Ação e Implantação de melhorias ergonômicas;
*Avaliação da condição de saúde dos colaboradores para identificar o melhor programa de prevenção. As pessoas estão precisando melhorar a condição física: fraqueza, obesidade, pouca flexibilidade... As pessoas estão precisando melhorar a condição emocional: irritabilidade, pouca empatia, comunicação deficiente...
*Acompanhamento de casos de doenças já instaladas para definição consciente de recolocação profissional, tratamento adequado e reavaliações periódicas.
*Treinamentos que preparam o colaborador em relação às exposições durante o trabalho e como pode assumir condições de prevenção e correção.
Para fugir do poder de barganha é preciso aplicar a gestão, não apenas em documentos, mas também em ações realmente eficientes, com resultados em saúde, bem estar e qualidade de vida.
* João foi demitido, reintegrado judicialmente, atualmente cola etiqueta em caixas, faz pausas quando bem deseja, é pouco produtivo, reclamão e influenciador de doenças.