EMPRESAS DE AUTO PEÇAS SÓ TERÃO ALTA EM 2020.

A cadeia automotiva já começa a trabalhar com uma perspectiva de retomada da demanda somente para 2020. Neste cenário, as empresas de autopeças menos capitalizadas, devem enfrentar ainda mais dificuldades. Com a demanda em baixa até 2020 agrava-se situação de pequenas empresas. Fornecedores de matérias-primas e componentes enfrentam dificuldades há muitos anos e as vendas só devem ter retomada sólida em 2020. Alerto para a falta de competitividade das empresas inseridas nos chamados tiers (camadas) 2 e 3 da cadeia produtiva. Não é uma crise conjuntural, mas sim uma mudança de patamar. A demanda de veículos só retornará aos patamares de 2012 em meados de 2020. Enquanto isso, a ociosidade do setor pode aumentar de maneira significativa. A crise da indústria automotiva brasileira não é passageira, estamos entrando em uma nova década perdida. Sim! Isso mesmo! Parte dos problemas enfrentados pela cadeia se deve ao ambiente de falta de competitividade do Brasil com o exterior (tributos altos). Os níveis 2 e 3 da cadeia estão em crise desde 2007, quando a balança comercial brasileira virou e perdeu-se o fôlego. Sofremos um processo de desnacionalização dos níveis 2 e 3 e as empresas estão totalmente descapitalizadas, fechando as portas com pequenos e médios fabricantes não conseguindo honrar os compromissos. O horizonte é nebuloso para o setor, e, ao menos no curto prazo, devemos ter uma ociosidade nas montadoras em torno de 50%. O efeito é devastador principalmente entre os fabricantes de componentes menos capitalizados, que têm dificuldades de diversificar os negócios. Em meio à crise, muitas empresas de autopeças direcionam esforços para o segmento de reposição, que tradicionalmente cresce com a queda das vendas de veículos novos. Mas com problemas de caixa e, muitas vezes, defasados devido à falta de investimentos ao longo dos últimos anos, os tiers 2 e 3 da cadeia não conseguem encontrar um caminho. O mercado automotivo é muito sensível a fatores como crédito, renda e emprego. E como estes condicionantes têm apresentado queda brutal em 2015, não há sinais claros de retomada da demanda. As perspectivas de crescimento das vendas mudaram para os próximos anos. O cenário é tão incerto que fica difícil fazer qualquer tipo de previsão para uma retomada consistente no curto e no médio prazo. Reforço que não háqualquer expectativa de melhora do cenário tanto para este ano quanto para 2016. Concluo informando que o momento é para buscar revisão de contratos, diálogos com bancos e buscar via judicial a derrubada dos juros bancários e de 0,13%/dia do ICMS, bem como utilizar precatórios alimentares para pagamentos de dívida fiscal. ErickRodrigues Ferreira de Melo e Silva proprietário da EFS ASSESSORIA E CONSULTORIAEMPRESARIAL.

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