Empresas, entrevistas e desafios
Uma coisa intrigante é o medo/receio das contratantes no momento de uma entrevista e também do risco. Um profissional mal avaliado pode significar perda de clientes e capital e em algumas vezes até num contagio de negatividade que se alastra e contamina...Até entendo isso...existem empresas que para evitarem isso bolam processos e testes e alguns inclusive pedem para desenvolver algo que já seria como um pré-trabalho não remunerado mas com a expectativa de uma possível contratação. O que fico pensando é sobre os dois lados. Quem realmente define o melhor profissional? Quem realmente assume o risco ou quem está disposto de verdade a enfrentar o novo desafio.
Se o candidato aceita o emprego ele está se auto desafiando, por outro lado se o contratante aceita aquele candidato ele está desafiando a empresa na aposta deste profissional.
De quem é o receio afinal? Já passei por muitas entrevistas onde me perguntava: Porque ão fui chamado, tinha tudo e estou pronto. Tenho certeza que se a empresa me chamasse eles ficariam satisfeitos...pois é algo que nasci pra fazer e faço a muito tempo e sempre obtive sucesso nisto. Talvez o critério do empregador foi não se desafiar também, foi não se comprometer também com o risco. Nem todo contratante se compromete com o determinado e realista candidato. E acredito ainda que exista uma certa dificuldade no entendimento que a necessidade é mútua e não somente a de quem se candidatou.
Uma vez fui em uma entrevista que pediam tudo, tudo, tudo e mais alguma coisa e até que eu tinha basicamente o perfil e iriam me contratar na última fase da entrevista de 5 fases...me disseram: e aí, então pronto para trabalhar na nossa empresa, oferecemos, oportunidade de carreira, benefícios e etc e o salário era pelo menos 4 vezes menos do que o mercado oferece. Normalmente sou muito calmo e tranquilo no "mundo" profissional e respondi...que existe uma diferença entre oportunidade e falta de respeito. um técnico, três faculdades e vários cursos e mais de 15 anos de carreira (isso na época)... e me senti desrespeitado. Levantei sem nada dizer depois e fui embora e repensei sobre meus valores e não meu orgulho, mas que tipo de profissional sou eu. Hoje, sou mais seletivo, vejo que existe uma mão de duas vias e que por mais que a necessidade de uma oportunidade se sobreponha a barganha do que se oferece, ainda vou preferir os valores que me formaram.
Meu conselho pra você EMPRESA, é se desafie também e respeite a história e não estória de cada profissional.