Empresas Nó Direito e a Liderança
Se tratando do mundo corporativo, podemos perceber que somente as empresas que possuem em seu DNA alguns princípios ou características tais como inovação, diferenciação, franqueza, planejamento estratégico, gestão de pessoas e execução, além de liderança em todos os cantos da empresa podem sobreviver e prosperar diante de um mundo onde novas descobertas e desenvolvimento exponencial da tecnologia causam um cenário onde a quantidade de informações é ilimitada e não pode ser controlada. Estamos diante de um mundo cada vez mais complexo, ou seja, o mundo VUCA. O ambiente é volátil (Volatility), a natureza dinâmica das mudanças torna cada vez mais difícil tentar prever cenários que antes eram possíveis de detectar. É necessário ter resiliência. O ambiente é incerto (Uncertainty), as inovações disruptivas tornam obsoleto negócios que sempre tiveram sucesso, por exemplo, não é mais possível saber as consequências do que a Uber provocaria no mercado de táxis. É necessário ser flexível. O ambiente é complexo (Complexity), a conectividade torna impossível saber o que a mudança de uma única variável pode causar em outras variáveis e consequentemente impactar no resultado. É necessário ser criativo. Por fim, o ambiente é ambíguo (Ambiguity), pode-se interpretar os fatos de diversas maneiras e os padrões são cada vez mais raros, o que dificulta saber o que tal atitude irá provocar com base em experiências anteriores. É necessário ter coragem. Pensando em planejamento estratégico, vem a ideia de que toda empresa precisa ter um muito bem claro e estabelecido, mas que possa ser mutável conforme o andar da carruagem, a fim de absorver o impacto causado pelo ambiente VUCA.
Ainda se tratando sobre o ambiente interno, antigamente qualquer empresa podia ser representada por um organograma piramidal, geralmente com três níveis muito bem estabelecidos, sendo eles o alto escalão composto pelo CEO e diretores, o nível médio composto por gestores, gerentes, coordenadores e supervisores e o nível mais baixo, composto por profissionais operadores ou de perfil mais técnico. Alguns dos problemas que podem ser citados a respeito de uma estrutura organizacional como essa são os gargalos nas tomadas de decisões e a formação de silos, os quais brigam entre si em busca de poder e promoção, gerando desengajamento por parte dos colaboradores. Dessa forma, surgiram outras estruturas organizacionais que estão começando a tomar contas das empresas, com o intuito de resolver os problemas citados anteriormente. As estruturas organizacionais autogeridas, por exemplo, distribuem a autoridade ao mesmo tempo que torna os integrantes da empresa mais responsáveis e com mais autonomia, de forma que continuem seguindo as regras. Em meio a isso, é necessário que a liderança se difunda por toda a organização, onde cada integrante se enxergue como dono do negócio, trazendo uma visão mais sistêmica e um planejamento de acordo com os objetivos da organização, além de compartilhamento de informações de forma que sua falta não prejudique na execução de alguma tarefa.
Para se atingir o sucesso, o líder deve ter como principal foco o crescimento de seu pessoal, buscando melhorar seu time de forma contínua e se empenhando para que todos não só estejam de acordo e entendam, mas que também pratiquem a missão, visão e valores da organização. O líder também deve comemorar cada desafio vencido, ser empático e permitir que seu pessoal assuma riscos, além de ter coragem para tomar decisões difíceis que possam ir contra o gosto de todos. E por último, mas não menos importante, o líder deve questionar seu pessoal a fim de que todos busquem o aprendizado contínuo e fazer isso com transparência e assertividade, sempre de forma positiva. Toda pessoa pode vir a ser um bom líder, pois a liderança é um processo de aprendizagem, mas vale lembrar que a liderança é atribuída ao líder, sendo que existem três características a se apontar: princípios e valores, conhecimento específico e geral e, comunicação interpessoal. O líder também pode ser transacional, ou seja, usa a liderança para benefício próprio ou transformacional, deixando um legado e contribuindo para o desenvolvimento de seus liderados.
Uma empresa Nó Direito, deve saber lidar com o ambiente VUCA, buscar ter uma estrutura organizacional em rede, que seja auto gerenciável na medida do possível e a empresa deve contar com bons líderes, assim como mencionado no parágrafo acima. Apesar disto tudo, ainda existem certos problemas que assolam as organizações. Na prática, quando temos um desafio a ser vencido, o desejo e a preocupação de entregar um resultado pode ser tão grande que, por diversas vezes, acaba fazendo com que não paremos para pensar ou até mesmo perguntar ao cliente o que ele espera que se faça. E toda essa aspiração por resolver tais problemas pode resultar em uma entrega ruim, fora daquilo que o cliente esperava receber. É extremamente importante realizar as tarefas e desafios que surgem, mas antes de sair fazendo, deve-se parar para analisar a questão, entender as necessidades do cliente, pois o que é ideal para a empresa talvez não seja ideal para o cliente. Diversas empresas investem grandes quantias em tecnologias, em processos, marketing e pessoas, mas acabam se esquecendo de investir em ações que tragam o cliente para mais próximo da empresa, de forma que seja possível diagnosticar o real desejo do cliente ou de um mercado em potencial. Falta traçar objetivos claros.
Traçando um paralelo entre a empresa Nó Direito e a Liderança, para atingir os objetivos de uma organização sejam tais objetivos de curto ou longo prazo, simples ou complexos, fáceis ou difíceis, a Liderança tem um papel crucial para isso. A liderança ocupa-se de mostrar e guiar a empresa para o caminho que leva ao atingimento da visão da organização, sem se esquecer de seus valores, modificando sua missão quando se fizer necessário e sabendo lidar com os problemas internos e as ameaças externas. É preciso focar no futuro mantendo a estabilidade financeira da empresa em curto prazo e tomando decisões que impactem não só determinada área, mas também em toda a empresa e até mesmo fora da mesma. Por fim, a percepção é algo extremamente importante. As pessoas se comportam conforme elas percebem o ambiente em que se encontram, por isso, qualquer empresa deve seguir e executar tudo aquilo que prega como cultura organizacional a fim de manter seu pessoal engajado, de forma que a área de vendas não enxergue a área de logística, por exemplo, como um inimigo, a empresa toda deve estar unida em prol de um objetivo em comum, e esse é o principal papel dos líderes. Quando a empresa não tem tais questões claras em seu ambiente, e por vezes, um determinado objetivo não é atingido, as pessoas jogam a culpa umas nas outras e disso surgem conflitos de todos os tipos possíveis, ao invés de todos assumirem a responsabilidade, identificar os erros e trabalhar mais para que tais objetivos sejam atingidos em uma próxima oportunidade. Pensando no cliente, devemos treinar nossa percepção para que não nos peguemos fazendo algo que talvez não fosse tão necessário, ao invés de dar atenção ao cliente, de trata-lo bem e buscar entender o que o cliente deseja. Quando tais práticas são adotadas, a sorte anda ao lado e o sucesso se torna uma consequência.