Empresas querem cortar os custos na área de saúde.

Empresas querem cortar os custos na área de saúde.

Para fugir dos altos custos dos planos de saúde, as empresas querem influenciar mais o comportamento dos empregados criando programas preventivos de incentivos a atividades físicas e acompanhamento de doenças crônicas.

Na visão dos funcionários, no entanto, falta observar algo que não costuma aparecer na descrição desses programas.

O quanto o ambiente de trabalho criado pela empresa no dia a dia é saudável.

Segundo pesquisa da consultoria Willis Towers Watson com mais de mil empresas da América Latina, sendo 356 delas brasileiras.

Redesenhar planos de saúde para cortar custos será a prioridade da maioria (85%) das companhias do Brasil nos próximos três anos quando o assunto é benefícios.

O segundo ponto mais citado, por 84% delas, é ampliar programas de bem-estar e saúde para influenciar mais o comportamento dos funcionários.

As duas médias cresceram na comparação com a pesquisa feita no ano passado e são maiores que na América Latina como um todo.

O aumento do custo dos benefícios é visto como o maior desafio para as empresas nos próximos três anos tanto no Brasil quanto na região.

Em um ano em que a inflação médica deve chegar a 19% no país, os dados não surpreendem René Ballo, responsável pela área de consultoria em benefícios da Willis Towers Watson.

“Não só tem a ver com o impacto no clima da organização, o que também potencializa o resultado, mas as empresas estão de olho no sinistro da assistência médica”, diz.

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Hoje, 49% das empresas brasileiras pesquisadas têm incentivos a atividades físicas.

Quando adicionadas as companhias que planejam oferecer esse benefício nos próximos três anos, esse número sobe para 72%.

Os formatos mais comuns são convênios com academias e a criação de grupos de corrida ou outros esportes.

Quase 40% das companhias fazem algum tipo de gerenciamento de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, número que deve subir para 64% nos próximos anos.

Com isso, as empresas buscam acompanhar se os funcionários fazem exames periódicos, o que pode evitar uma internação no futuro.

Segundo Felinto Sernache, líder da área de consultoria e soluções em previdência para a América Latina na Willis Towers Watson,.

Um impedimento ao crescimento desse tipo de programa é o receio entre os funcionários de se exporem como grupos de risco.

“Muitas vezes as pessoas se fecham para não serem vistas como passíveis de perder o emprego no futuro”, diz.

A pesquisa aponta que há certa desconexão entre as opiniões dos empregadores e dos funcionários sobre programas de bem-estar.

Entre representantes das companhias, 50% afirmam que eles encorajam os funcionários a levar um estilo de vida saudável – número que cai para 38% entre os empregados.

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Um problema pode ser a distância entre o discurso dos programas e a realidade de trabalho na empresa:

Enquanto 66% dos empregadores acham que a organização promove um ambiente de trabalho saudável, só 46% dos funcionários concordam.

Para Ballo, esse tipo de incoerência pode até fazer o programa ter o efeito contrário.

“Não adianta ter um programa de bem-estar se o funcionário não tem nem tempo de ver a família direito.

A empresa tem que tomar cuidado na implementação, até para não aumentar o ressentimento por parte dos funcionários”, diz.

Hoje 66% dos empregadores veem o estresse como principal problema entre os funcionários, mas só 20% já tomam medidas para diminuí-lo.

Sedentarismo, sobrepeso, dificuldades financeiras e tabagismo são outros problemas identificados pelas empresas.

Embora seja um tema que ainda apareça menos como parte de programas de benefícios, as medidas para ampliar a segurança financeira também devem crescer, segundo a pesquisa.

Hoje, 22% das empresas brasileiras têm programas com esse perfil, número que sobe para 33% quando incluídas as que planejam incluí-lo nos próximos três anos.

Os formatos mais comuns, segundo Sernache, são compartilhamento de planilhas de planejamento financeiro, palestras com especialistas e aplicativos que auxiliam nas contas pessoais.

Fonte: Valor Econômico – 13.09.2018.

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Mariana Lopes

Coordenadora Pós Vendas | Saúde Corporativa | Administração de Vendas na Unimed Rio Preto | Comercial

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Stefano Emmanuel Rolla

Product Owner | Digital Analytics na Banco Votorantim

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